O
rótulo é o bilhete de identidade de um vinho.
O rótulo dos produtos
alimentares em geral, e dos vinhos, em particular, é, ou deveria ser, o seu
bilhete de identidade. Deve fornecer ao consumidor elementos que lhe permitam
conhecer as características do que está a comprar ou beber, bem como outras
informações úteis (de onde vem, como conservá-lo, qual a melhor temperatura de
serviço, etc).
Assim sendo, nos rótulos temos menções obrigatórias e menções
facultativas.
Menções obrigatórias
As menções obrigatórias, devem constar agrupadas no
mesmo campo visual, à excepção das menções relativas ao lote e presença de
sulfitos. E as menções obrigatórias são:
Marca
Nominativa ou figurativa, é o nome comercial do vinho.
Indicação de Proveniência
No rótulo deve constar a região a que pertence o
vinho.
Se a designação for “Denominação de Origem Controlada”
(DOC), deverá constar a região a que pertence, por exemplo, DOC Douro.
Se a designação for “Vinho regional”, deverá
apresentar no rótulo a região a que pertence, por exemplo, Vinho Regional
Minho.
No caso da designação ser “Vinho”, deve constar:
“Produto de Portugal”, “Vinho de Portugal”, “Produzido em Portugal”.
Referência do Produtor/Engarrafador
Faz-se menção ao produtor, engarrafador ou vendedor,
bem como o município (ou parte deste), e o país onde se encontra a sua sede.
Volume Nominal
O volume nominal é a quantidade de vinho contida no
recipiente. É expresso em litros, centilitros ou mililitros. As garrafas
standard têm um volume nominal de 0,75 L, 75 cl ou 750 ml.
Teor alcoólico
Quantidade de álcool etílico que o vinho contém,
expressa em percentagem de volume (% vol). A diferença entre o teor alcoólico
indicado na rotulagem e o determinado por análise não pode exceder 0,5 % vol.
Referência ao lote
O lote representa um conjunto de unidades de venda de
um produto, acondicionado em circunstâncias praticamente idênticas. O número de
lote deve ser precedido da letra maiúscula “L”, e permite identificar o vinho e
a sua origem (factor importante para garantir a rastreabilidade do produto).
Apesar de ser obrigatória, esta informação pode figurar fora do rótulo
principal, onde constam as outras menções obrigatórias. Exemplo: Pode constar
no contra-rótulo.
Sulfitos
É obrigatória a indicação dos sulfitos quando presente
em concentrações superiores a 10 mg/kg ou 10 mg/l expressos em SO2, através de
uma das expressões: "Contém anidrido sulfuroso", ou "Contém
sulfitos", ou "Contém dióxido de enxofre".
Apesar de ser obrigatória, esta informação pode
figurar fora do rótulo principal, onde constam as outras menções obrigatórias.
Exemplo: Pode constar no contra-rótulo.
O Anidrido Sulfuroso é um poderoso antioxidante e
antimicrobiano, usado para manter e proteger o vinho, mas que pode dar origem
aos sulfitos. Este derivado do enxofre pode causar, em grupos mais vulneráveis,
problemas alérgicos, respiratórios ou dermatológicos, sendo obrigatória a
advertência no rótulo.
Menções Facultativas
A rotulagem dos vinhos pode ainda ser complementada
com informação adicional, com o objectivo de dar a conhecer ao consumidor, um
pouco mais do produto. A esta informação complementar dá-se o nome de menções
facultativas, e são elas:
Ano de colheita
Quando consta, significa que pelo menos 85% do vinho
provém de uvas colhidas no ano indicado.
Tipo de vinho
Menção facultativa, mas importante. Um vinho pode ser
tinto, branco ou ainda rosé. Pode ainda constar no rótulo o tipo de vinho,
relativamente ao grau de açúcar: seco, meio-seco, meio-doce ou doce.
Castas utilizadas
Se o vinho for produzido com, no mínimo 85% de uvas
pertencentes a uma só casta, pode dizer-se também que o vinho é monocasta ou
varietal.
Consumo e conservação
Apesar de não serem obrigatórias, estas informações
podem ser bastante úteis. Alguns rótulos incluem ainda informações sobre as
características do vinho, sugestões de pratos de acompanhamento mais adequados,
a temperatura de serviço ou a necessidade de decantação.
Reserva
“Reserva” é um designativo de qualidade, para o qual a
legislação apenas refere a necessidade de se associar a vinhos de qualidade
superior certificados. Algumas entidades certificadoras são mais exigentes do
que outras, o que impede o esclarecimento objectivo do consumidor.
A atribuição de medalhas a um vinho traduz-se em
estímulo e reconhecimento da qualidade para o produtor; para o consumidor,
aumenta a confiança na compra e a curiosidade na descoberta.
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