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quarta-feira, 30 de junho de 2010

SCUT: Governo propõe isenções em 46 municípios com base em índice de poder de compra

O índice de poder de compra será um dos aspectos avaliados pelo Governo para isentar de portagens alguns concelhos (Fernando Veludo/NFactos)


Medida é uma das propostas do PS

SCUT: Governo propõe isenções em 46 municípios com base em índice de poder de compra

29.06.2010 - 21:04 Por Lusa

O Governo propõe a isenção da cobrança de portagens em 46 municípios atravessados pelas sete SCUT (autoestradas sem custos para o utilizador) caso seja alcançado um acordo, segundo uma informação divulgada hoje pelo Ministério das Obras Públicas.

O ministério explica que o critério elaborado para a seleção da lista proposta pelo Governo, de que fazem parte Paredes, Viana do Castelo e Vila Real de Santo António, entre outros municípios, foi o Índice de Poder de Compra Concelhio (IPCC).

O IPCC é um indicador publicado pelo INE, sem periodicidade definida, tendo o mais recente sido publicado em 2007.

Este índice, explica o ministério, “é deduzido a partir de um conjunto de 18 variáveis, que visam caracterizar os concelhos portugueses do ponto de vista do poder de compra”.

“Ou seja, ficarão isentos os municípios que apresentem um nível de poder de compra abaixo da média nacional (inferior a 100)”, diz o Ministério das Obras Públicas.

O ministério sublinha ainda que “o critério e a lista são propostas do Governo, ou seja, um ponto de partida para trabalhar no sentido de obter” um acordo.

Da proposta do Governo fazem também parte Guarda, Lousada, Paços de Ferreira, Pontes de Lima e Viana do Castelo.

Na semana passada, Governo e oposição não se entenderam quanto ao diploma da introdução de portagens nas três SCUT do Norte, tendo a oposição aprovado no Parlamento, na generalidade, a revogação da aplicação do sistema de identificação eletrónica de veículos.

Hoje, o líder parlamentar do PSD, Miguel Macedo, escreveu ao ministro dos Assuntos Parlamentares enunciando nove condições para um entendimento com o Governo sobre a cobrança de portagens nas SCUT.

O ministro dos Assuntos Parlamentares, por seu turno, acusou o PSD de ter “dupla face” e de “inventar pretextos” para fugir a um acordo sobre portagens, mas adiantou que o Governo responderá por escrito às exigências colocadas pelos sociais democratas.



Municípios atravessados pelas sete SCUTS que preenchem o critério deisenção proposto pelo Governo (IPCC <>

Abrantes...................87 Paços de Ferreira..........66
Águeda ....................79
Albergaria-a-Velha......75 Paredes....................66
Belmonte...................61
Caminha....................77 Peso da Régua..............77
Castelo Branco...........96 Ponte de Lima..............58
Castro Daire...............52 Póvoa de Varzim............88
Castro Marim...............78 Santa Maria da Feira.......79
Celorico da Beira..........56 Santo Tirso................78
Chaves........................74
Silves.....................80
Constância..................84
Tavira.....................88
Covilhã........................84
Torres Novas...............91
Esposende..................78
Fornos de Algodres......52 Vagos......................61
Fundão.......................70 Valongo....................83
Guarda.......................92 Viana do Castelo ..........88
Ílhavo.........................85 Vila do Conde..............97
Lagoa........................87 Vila Pouca de Aguiar.......52
Lamego.....................78
Vila Real..................97
Lousada....................59
Vila Real de Santo António.94
Mação.......................62
Vila Velha de Ródão........63
Mangualde.................76
Viseu......................92
Olhão........................87
VN Barquinha...............65
Oliveira de Frades......72
Vouzela....................54
Ovar.........................85


Ministério ataca carros de gestores..vamos ver se pega



Saúde
Ministério ataca carros de gestores

Linhas de orientação para cortes nos hospitais publicadas ontem. A ordem é para cortar na despesa total com a frota automóvel dos administradores.

terça-feira, 29 de junho de 2010

ESCÂNDALO! Direcção Regional de Educação do Centro (DREC)


ESCÂNDALO!

Direcção Regional de Educação do Centro (DREC), nomeia para Chefia do Agrupamento de Escolas Inês de Castro de Coimbra (Comissão Administrativa provisória), uma Directora com a nomeação suspensa por decisão do Tribunal e ainda, como se não bastasse, uma Docente que esteve de Atestado Médico durante quase 3 anos por incapacidade psicológica! retornou numa 6ª feira ao serviço e na 4ª Feira seguinte, dia 16 de Junho, já era vice-presidente do Agrupamento de Escolas Inês de Castro! Fantástico! Como é possível a comunidade educativa deste Agrupamento de Escolas aceitar pacificamente uma situação destas? É vergonhoso!!!!

Conclusão: para se chegar a cargos de chefia, como por exemplo num Agrupamento de Escolas, é fundamental:

- Faltar com regularidade, se possível com atestado por incapacidade psicológica;

- Conhecer as pessoas certas nas instituições certas: DREC, Sindicatos e outros.

- Não cumprir a lei ignorando ordens dos Tribunais!

Devemos ensinar isto aos nossos filhos! Com este governo só assim serão chefes, directores ou ministros!

Um grupo de cidadãos de Coimbra


“A tutela ignorou todos os timings”

Prazos e autonomia. Professores acusam ministério de lançar o caos na escola.

Factos. O conselho executivo do Agrupamento de Escolas de Inês de Castro foi nomeado por três anos. Veio uma nova lei – que institui a figura de director, nos agrupamentos – e, com ela, as imposições de mudança. Não aceitaram. E o tribunal deu-lhes razão.
Agora, o mandato do conselho executivo chegou ao fim. Entretanto, o conselho geral transitório – cuja directora foi nomeada pela DREC para presidir à Comissão Administrativa Provisória – continua a ser visto como um “órgão gerador de instabilidade”.
Dina Gomes, presidente do conselho executivo, fala de “ilegalidade”. Daí a “interposição de uma providência cautelar e um processo em tribunal, contestando a legitimidade legal da eleição e respectiva tomada de posse da directora do conselho geral transitório”...(...)
+aqui

segunda-feira, 28 de junho de 2010

E Deus criou o professor...


A REALIDADE.....


E Deus criou o professor...

Conta a lenda que, quando Deus liberou o conhecimento sobre como ensinar os homens, determinou que aquele "saber" ficaria restrito a um grupo muito seleccionado de sábios. Mas, neste pequeno grupo, onde todos se achavam "semi-deuses", alguém traiu as determinações divinas...

Aí aconteceu o pior!!!!!!........

Deus, bravo com a traição, resolveu fazer valer alguns mandamentos:

1º - Não terás vida pessoal, familiar ou sentimental.

2º - Não verás teu filho crescer.

3º - Não terás feriado, fins de semana ou qualquer outro tipo de folga.

4º - Terás gastrite, se tiveres sorte. Se for como os demais terás úlcera.

5º - A pressa será teu único amigo e as suas refeições principais serão os lanches, as pizzas e o china in box.

6º - Teus cabelos ficarão brancos antes do tempo, isso se te sobrarem cabelos.

7º - Tua sanidade mental será posta em cheque antes que completes 5 anos de trabalho;

8º - Dormir será considerado período de folga, logo, não dormirás.

9º - Trabalho será teu assunto preferido, talvez o único.

10º - As pessoas serão divididas em 2 tipos: as que ensinam e as que não entendem. E verás graça nisso.

11º - A máquina de café será a tua melhor colega de trabalho, porém, a cafeína não te farás mais efeito.

12º - Happy Hours serão excelentes oportunidades de ter algum tipo de contacto com outras pessoas loucas como você.

13º - Terás sonhos, com cronograma, planeamento, provas, fichas de alunos, provas substituição, resolverás problemas de trabalho neste período de sono.

14º - Exibirás olheiras como troféu de guerra.

15º - E, o pior........ inexplicavelmente gostarás de tudo isso...

quinta-feira, 24 de junho de 2010

JUSTIÇA...JUSTIÇA POR ONDE ANDAS?



JUSTIÇA A QUANTO OBRIGAS





Sentença da Casa Pia em risco de ser adiada para Setembro

Juíza Ana Peres pode retirar urgência ao processo que já dura há sete anos

そこに正義は順序ではありますか?
近接選挙し、上級指導者が関与?
しない裁判官や子供を含む?
最終的に私たちが毎日見て罰を行って道楽です。
"私は島に行くにしたい"

Akan ada keadilan untuk pesanan?
Jarak pemilihan, bila kemudian pemimpin senior yang terlibat?
Tidak melibatkan hakim atau anak-anak mereka?
Akhirnya apa yang kita lihat setiap hari adalah pesta pora untuk pergi tanpa hukuman.
"Saya ingin pergi ke pulau"

Nu va fi justiţie pentru comanda?
Proximitatea alegerilor, atunci când lideri implicat?
implica nu judecători sau copiii lor?
În cele din urmă ceea ce vedem în fiecare zi este dezmăţ să rămână nepedepsite.
"Vreau să merg insulă"

Nie będzie sprawiedliwości na zamówienie?
Bliskość wyborów, kiedy to kadry kierowniczej w tym udział?
Nie obejmuje sędziów lub ich dzieci?
Ostatecznie to, co widzimy na co dzień jest rozpusta na bezkarne.
"Chcę wyspa"

Там буде справедливості для замовлення?
Близькість виборів, коли тодішній старших керівників участь?
Не привертати суддів або їхні діти?
Врешті-решт, що ми бачимо кожен день розпусти, залишилися безкарними.
"Я хочу острів"

juíza libertou-os ontem. depois de terem violado uma rapariga.


Loures

Atrai rapariga na net e viola-a com amigos

Menor de 16 anos fez amigo na rede social hi5 e foi conhecê-lo ao bairro. Este montou armadilha e com cinco cúmplices manteve-a sequestrada. PJ já apanhou três; juíza libertou-os ontem.


Assim vai a nossa jsutiça, pergunto eu, se fosse a filha da Juiza o resultado seria o mesmo?

Pois é, duas mãos duas medidas....mas vou aguardar por mais desenvolvimentos.

Polémica -Procurador 'intimou' Sócrates sem aviso prévio


Polémica

Procurador 'intimou' Sócrates sem aviso prévio

por CARLOS RODRIGUES LIMA

Magistrado constituiu o primeiro-ministro como arguido sem dar conhecimento superior e arrisca, no mínimo, um processo disciplinar. Caso foi, agora, para o Supremo

A decisão apanhou de surpresa toda a cadeia de comando do Ministério Público: o primeiro-ministro ia ser constituído arguido, e nem a directora do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, Maria José Morgado, nem o procurador-geral da República, Pinto Monteiro, tinham sido "tidos ou achados". A iniciativa partiu de um procurador da 12.ª secção do DIAP de Lisboa que, agora, arrisca um processo disciplinar.

Em comunicado, a Procuradoria-Geral da República adiantou: "A tramitação do processo até este momento será apreciada oportunamente e em sede própria." Isto porque se verificou que só "após insistências" do procurador do DIAP é que o juiz de instrução despachou o requerimento para a Assembleia da República.

Neste caso - em que está em causa uma queixa da jornalista Manuela Moura Guedes contra José Sócrates - tudo gira à volta do já famoso artigo 11.º do Código de Processo Penal, que esteve sob forte polémica no processo relativo ao crime de atentado contra o Estado de direito, que tinha na sua base uma série de escutas telefónicas recolhidas no caso "Face Oculta".

Segundo fontes do DIAP de Lisboa contactadas pelo DN, o procurador da 12.ª secção (que, normalmente, trata de processos relacionados com injúrias e difama- ções) entendeu que os eventuais crimes de difamação praticados por Sócrates, tal como estavam denunciados por Manuela Moura Guedes - e que têm que ver com a forma como José Sócrates qualificou o Jornal de 6.ª da jornalista, considerando-o como "jornalismo travestido" e "caça ao homem" - não o foram "no exercício de funções", pelo menos como estas estão definidas na Constituição da República (artigo 201.º).

Logo, estava afastada a competência do Supremo Tribunal de Justiça para apreciar o caso, por o Supremo ter competência "apenas" para julgar e proceder aos actos de inquérito e instrução nos processos em que o primeiro-ministro tenha praticado crimes "no exercício de funções".

No Parlamento fervilham, entretanto, as especulações sobre as razões que possam estar na base deste episódio. Com Marques Guedes e Jorge Lacão a recusarem estar-se perante um "erro", os deputados evitaram igualmente dar interpretações muito concretas para o que possa ter acontecido. Fontes parlamentares referiram ao DN que, tratando-se de "um caso que envolve o nome do primeiro-ministro, parece impossível que a decisão do TIC tenha por base um mero desconhecimento do quadro legal". As mesmas fontes falam num óbvio caso feito "à medida do impacto político que sabiam ir causar, e alegam que este procedimento pode vir a ter consequências graves".

Advogam que se pode estar perante um crime de "denegação de justiça e prevaricação", em que se estabelece: "O funcionário que, no âmbito de inquérito processual, processo jurisdicional, por contra--ordenação ou disciplinar, conscientemente e contra direito, promover ou não promover, conduzir, decidir ou não decidir, ou praticar acto no exercício de poderes decorrentes do cargo que exerce, é punido com penas de prisão até dois anos ou com pena de multa até 120 dias." Mas será necessário provar o "dolo", isto é, que houve uma intenção.

José Sócrates desvalorizou, entretanto, a queixa de Moura Guedes: "Não deixa de ser uma ironia da história o facto de, depois de tudo o que se passou, ser eu o acusado de difamação." O primeiro- -ministro declarou estar "muito disponível para sustentar tudo o que disse." E mostrou-se despreocupado: "Era só o que me faltava."

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Mega Agrupamentos.. a bomba!

Mega Agrupamentos..a bomba!.

A bomba está prestes a explodir..o silêncio forçado ou não sobre o assunto é evidente,a comunicação social nada refere, os sindicatos parecem nem saber o que se passa, só o estrondo da explosão é que é capaz de abalar o sonambolismo que reina depois de algumas batalhas parcialmente conseguidas pelos sindicatos do reino da educação. O estrondo acordará os adormecidos mas será tarde demais. Com o pretexto da poupança ou quem sabe por uma pequena vingança, porque para o governo os professores são a espinha cravada na garganta, vão surgir os Mega Agrupamentos, que levarão muitos professores e outros profissionais da educação para o desemprego. É ainda um segredo dos deuses, mas muitos directores já estão a ser chamados às DRE`s para fazer a fusão de agrupamentos. O principio, segundo algumas vozes, é um Mega Agrupamento por concelho com alunos do 5º ano ao 12º ano. Podemos ter agrupamentos com 5.000 alunos e que as suas unidades de estabelecimento podem estar a dezenas de quilómetros. Com os Mega Agrupamentos vão surgir os Mega Departamentos, o que pressupõe que as reuniões de departamento podem ter 100 ou mais professores. Um professor passa a ter mobilidade no agrupamento e o seu horário será completo dentro do agrupamento onde as escolas podem estar a dezenas de quilómetros entre elas. Assistentes administrativos e assistentes operacionais que se cuidem também porque as coisas não são para ficar como estão, se assim fosse não se mexia.

A gestão actual tão defendida pelo governo do Director por escola/agrupamento tem 1 ano e já tem os dias contados, porque a fusão em Mega Agrupamentos vai originar só um Director por Mega Agrupamento.

Enquanto estamos entretidos com o Mourinho e com o campeonato do mundo de futebol, vamos descurando as guardas e os vampiros com o silêncio das vozes vão fazendo das suas.

Agostinho Silva

Canção de protesto. A cantiga já não é uma arma?


SOCIEDADE

Canção de protesto. A cantiga já não é uma arma?

Foram-se os tempos e as vontades, neste País afundar-se dia após dia, o Povo esse deve sair à rua e voltar a cantar “O Povo é quem mais ordena”.

Olho para lado de fora da minha janela, nada me diz respeito, tudo rouba, assalta, engana e faz de nós os mais pobres da zona euro.

Culpa ou culpados nada me interessa, a vontade essa é de me ir embora para longe desta gente. Leio os jornais e a mistura entre justiça se é que existe? Politiquice sim é disso que se trata visto ser o salve-se os Boy e resto que se lixe.

Uns a penar para comprar pão, outros a esbanjar o nosso dinheiro como se fossem dono dele. Compram-se carros de topo de gama, remodelações para dar dinheiro aos amigos, pressiona-se juízes, mudam equipas editoriais, faz-se publicidade nos jornais da nossa equipa, enfim um rol de aldrabices unicamente com o intuito de encher o saco da “família”.

Lá vai o tempo da canção de protesto. Até esses eles calaram, senão vejam o que passa na rádio, música estrangeira com letras de bradar aos céus. Há quem goste…

E os processos sem conclusão?

Se tenta-se enumerar casos e mais casos que nada deram simplesmente gastos e percas de tempo não chegava um página…”Moderna, Freeport, Face Oculta, UNI, Casa Pia, Operação Furacão, Apito Dourado, etc..etc…

Mas voltando ao titulo:

Em Abril do ano passado, o novo disco dos Xutos & Pontapés conseguiu a proeza de agitar o governo e deixou José Sócrates à beira de um ataque de nervos, a poucos meses de eleições legislativas. Mas a música "Sem eira nem beira", cuja letra apelava ao "senhor engenheiro" "um pouco de atenção", não teve sequer tempo de se transformar em manifesto político. A banda apressou-se a declarar publicamente a sua simpatia pelo primeiro-ministro e garantiu que nunca quis fazer "um ataque político". Faltarão razões para protestar? Numa altura em que Portugal atravessa uma das crises mais graves da sua história, os músicos que entoaram a Revolução de Abril acreditam existir todas as condições sociais e políticas para que a canção volte a ser uma arma. Mas para isso, avisa José Mário Branco, "é preciso que o movimento parta da rua".

"As canções de protesto não surgem por decreto dos seus autores. O movimento é ao contrário, resulta da influência da sociedade", acredita o autor de "FMI", que durante o exílio em Paris cantou ao lado de 80 mil desertores contra a guerra colonial e a ditadura. Tal como diz o título do seu primeiro disco, "Mudam--se os tempos, mudam-se as vontades", embora o actual contexto político seja propício" ao protesto, o movimento social limita-se a uma "manifestação por ano em que se protesta contra o custo de vida e se diz que o povo não aguenta".

José Mário Branco acredita que essa é uma das razões para que a mensagem musicada tenha vindo a cair na irrelevância, à excepção do hip-hop e de alguns géneros menos elitistas. "É uma música que está a assumir o tom de outros tempos. Eles fazem-no porque já nasceram com a polícia em cima, é natural que a expressão deles se radicalize." Ainda assim, o compositor discorda do termo "canção de intervenção" aplicado a um certo tipo de música. "É uma forma de desresponsabilizar os outros. Todas as músicas são de intervenção."

O factor censura "Costumo dizer que o meu desporto radical de infância era fugir à polícia", lembra Carlos Guerreiro, membro do Grupo de Acção Cultural (GAC), que nos anos quentes que se seguiram à Revolução tratou de transformar a canção numa arma. Hoje, esse papel da música alterou-se e, segundo acredita o compositor, dificilmente voltará a ser o que foi. "Nessa altura, a canção era completamente marginal, era possível fazer música sem ceder ao capitalismo. As grandes editoras lançavam discos, mesmo que os seus administradores fossem fascistas ou não tivessem nada a ver com a ideologia dos seus artistas, dava dinheiro."

Na época, havia ainda um factor que obrigava os autores a jogarem com as palavras de forma subtil, sem perder a profundidade da mensagem. Para os jovens estudantes de Coimbra, cidade onde fervilhavam os ideais revolucionários, a perseguição e a censura sempre foram um estímulo. "Funcionava como uma espécie de adubo que fazia a coisa crescer ainda mais." O alento dado por alguns programas de televisão, como o "Zip Zip", tratou de transformar autores como José Afonso numa moda, com a dimensão e força social inerente. "Se hoje aparecesse um jovem com uma linguagem semelhante à do Zeca, dentro do seu tempo, a coisa poderia voltar a pegar. É preciso uma fagulha que acenda o rastilho. A pólvora está lá toda."

José Niza, autor da letra "E depois do adeus", que juntamente com "Grândola Vila Morena" deu sinal de partida para o Movimento das Forças Armadas, lamenta o facto de a música actual ter um princípio contrário aos dias da revolução. "Dantes fazíamos música para um poema, o que se dizia era primordial. A essência da canção era aquilo que se transmitia às pessoas."

Quando olha para o panorama musical, Niza facilmente conclui que o seu poder de mobilização é hoje tão ou mais forte do que nesses dias. "Basta ver o Rock in Rio, por exemplo. Tenho a certeza que o Zeca Afonso também enchia um estádio, se tivesse essa possibilidade. Mas agora o problema é outro, tem a ver com o desprendimento das pessoas, com uma certa resignação e depressão que contribuem para que não se faça nada de novo." Para José Niza, a cantiga será sempre um instrumento de contestação. Mas, como defende Carlos Guerreiro, "depende de que lado está". "Se com as multinacionais das grandes campanhas - como aconteceu agora com a música da selecção - se do lado do povo."

Estudantes têm cada vez mais dificuldades de base a Matemática


Estudantes têm cada vez mais dificuldades de base a Matemática

Por Romana Borja-Santos

Um meio mais um meio? 27 % dos alunos do Técnico falharam. Professores alertam que as lacunas que os “caloiros” trazem afectam as licenciaturas. E temem não recuperá-los.
Saber a tabuada de cor, resolver uma equação, fazer contas com parêntesis, calcular uma raiz quadrada à mão, somar fracções ou multiplicar potências são algumas das dificuldades que os estudantes têm a Matemática. No ensino básico ou no ensino secundário? Em ambos, mas não só.

Estamos a falar de um problema que afecta cada vez mais os “caloiros” nas universidades. O PÚBLICO ouviu vários professores universitários portugueses que leccionam cadeiras onde “o bicho-de-sete-cabeças” é central. Confrontam-se, diariamente, com alunos “sem hábitos de trabalho e sem espírito de sacrifício”. E temem os efeitos desta “cultura de facilitismo”.

Contudo, o problema já não é só de conhecimento. Traduz-se no comportamento. Numa aula os alunos não devem colocar os pés na cadeira da frente nem ter bonés. Devem evitar sair durante a aula e é costume colocar o dedo no ar quando querem falar. O uso de telemóveis está proibido. É importante manter um ambiente de trabalho.

É desta forma que os semestres começam nas faculdades, com uma explicação das regras básicas de funcionamento de uma aula – e que têm de ser lembradas ao longo do ano. “Tenho conseguido ser a autoridade dentro da sala mas perco tempo a explicar normas simples e coisas que nem sabem que não devem fazer”, conta Ana Rute Domingos, professora do departamento de Matemática da Faculdade de Ciências da Universidade Lisboa. Com 42 anos e a dar aulas desde 1993, maioritariamente de Cálculo em cursos como Engenharia do Ambiente, Biologia, Física ou Bioquímica, nota que “houve uma grande perda na aplicação de conceitos básicos a novas situações”.

Uma opinião corroborada por Paulo de Carvalho, que lecciona Teoria da Informação e Computação Gráfica na licenciatura em Engenharia Informática na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. “Classifico-os como uma geração wikipedia: satisfazem-se muito facilmente com conhecimentos superfi ciais”, explica o docente de 42 anos, a dar aulas há 19 anos. “Há ausência de consolidação de conceitos e os alunos estão viciados no uso da calculadora.”

Ana Isabel Filipe, do departamento de Matemática e Aplicações da Escola de Ciências Universidade do Minho, que tem dado cadeiras de Álgebra Linear, Análise Matemática e Cálculo em cursos na área das engenharias, faz uma radiografia: “Os alunos estão dentro de cursos que não gostam. Procuram um curso com empregabilidade e ocupam a vaga de quem até tinha uma nota menor mas tinha gosto. Estão todos fora do sítio”, explica a professora de 55 anos que dá aulas desde 1978.

O Instituto Superior Técnico, da Universidade Técnica de Lisboa, não é excepção. Luísa Ribeiro, docente do departamento de Matemática que tem leccionado cadeiras como Cálculo Diferencial e Integral em várias engenharias, admite que os alunos mudaram. Fizeram há uns anos uma prova de aferição para perceberem as suas difi culdades. Uma das perguntas – que servia para “aquecer” – era quanto é um meio mais um meio e a resposta era de escolha múltipla. Cerca de 27 por cento falhou. Em jeito de ironia Luísa Ribeiro, de 53 anos, assume que chegam “infantilizados”, o que não estranha tendo em conta que “até a idade pediátrica foi alargada até aos 18 anos”. “Em algum lado têm de começar a ser responsáveis. Têm uma preparação de uma pessoa de início de secundário ou pior. São ensinados a não pensar e isso em Matemática é desastroso. Foram treinados como um cãozinho para um exame”, diz Luísa Ribeiro.

Na área das Ciências Sociais e Humanas, apesar de a Matemática não ser central, os professores também sentem as diferenças. Oliveira Martins tem leccionado cadeiras de Economia e Métodos Quantitativos na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Aos 43 anos e a dar aulas desde 1997 afirma que “há menos maturidade”. Para o docente do departamento de Ciências da Comunicação os alunos sabem que “há menos probabilidades de conseguirem emprego e não percebem porque é que se devem esforçar”. “Sinto-me um professor de liceu quando o que sempre me atraiu na faculdade foi ensinar e aprender com eles. Perco metade da energia a estabilizar a turma e muito tempo a explicar conceitos como a média, a moda ou o desvio padrão em Métodos Quantitativos ou o conceito de infl ação e de PIB ou como calcular taxas de crescimento em Economia.”

Para estes docentes um dos “culpados” é o (ab)uso da calculadora. “Explico- lhes que não é nenhum oráculo e que a Matemática é simples mas exige trabalho. É preciso treinar o raciocínio abstracto e a verdade é que já nem sabem somar fracções, multiplicar potências...”, prossegue Luísa Ribeiro, que critica o facto de “tudo se fazer para ter estatísticas de sucesso sem nunca defi nir o que é sucesso”.

Ana Rute Domingos também sublinha que ao disseminar-se a ideia de que o ensino tem de ser muito divertido esqueceu-se a importância, por exemplo, da memorização. “Tenho muitos alunos que não sabem a tabuada e que ainda contam pelos dedos ou que nem sabem a fórmula resolvente.” Para colmatar estas falhas, desde 2007 que a docente e a sua faculdade organizam, antes no início do novo ano lectivo, um curso de Matemática para quem quer entrar em licenciaturas onde esta é central. Este ano o projecto "Matemática em Setembro" terá lugar de 2 a 10 de Setembro e acolherá, além de alunos pré-universitários, estudantes de 11.º ano que se queiram preparar para o 12.º. Têm a oportunidade de utilizar uma forma mais lúdica para demonstrar que “a Matemática está em tudo o que fazemos no dia-a-dia”. Ressalva, no entanto, que os alunos de hoje não são menos inteligentes, “não se trabalha é o que têm”.

Um factor que Paulo de Carvalho também não coloca em causa. “Os alunos são igualmente inteligentes. A formação é que é o problema. Na década de 1990 instalou-se a ideia romântica de que a aprendizagem tem de dar prazer e isso não é uma verdade absoluta. Vivemos um problema de inteligência pública”, defende. “Na entrada na universidade passou a privilegiar-se a nota em vez do saber. Na Matemática não pode haver facilitismo. A Matemática exige treino com lápis e papel”, acrescenta Ana Isabel Filipe. “As pessoas são inteligentes mas acomodam-se. Se é para resolver apenas os problemas postos pelos outros não é preciso ser-se engenheiro”, completa Luísa Ribeiro. “Criou-se a ideia de que a aprendizagem não é dolorosa. Há um culto do facilitismo e de desvalorizar o conhecimento que se acentuou com os cursos de três anos”, conclui Oliveira Martins.

Governo culpa PJ pelo 'apagão'

Não sei.onde vamos parar...mas o Governo esse tem o caminho traçado, contra tudo e contra todos

Governo culpa PJ pelo “apagão”

por Valentina MARCELINO

Oposição não ficou convencida com as explicações do ministro sobre o 'erro' que limpou 14 721 crimes.

A Polícia Judiciária (PJ) terá enviado para o Ministério da Justiça dados errados relativamente às armas de fogo utilizadas nos crimes por ela investigados. Essa foi pelo menos a principal justificação dada, ontem, pelo Governo aos deputados da oposição, para o "desaparecimento" do registo de 14 721 crimes com armas de fogo das estatísticas oficiais do Ministério da Justiça.

O ministro Alberto Martins, que começou por declarar que "só a verdade é democrática", refutando qualquer "tentativa de ocultação ou apagamento de dados", transformou a essência política da sua audição parlamentar – frisada pelo deputado centrista Nuno Magalhães – num monólogo técnico por parte das duas técnicas de estatística que o acompanharam e que dominaram as explicações aos deputados: a directora-geral de Política de Justiça, Rita Faden, e a directora de Estatísticas, Maria João Costa.

Rita Faden, responsável pela base de dados contestada, que admitiu "a gravidade do erro", revelou que desde 2005 a PJ deixou de enviar à DGPJ as estatísticas em papel e passou a usar um sistema de transferência automática, por via informática. Mas, disse Rita Faden, "só em 2007 é que a DGPJ recebeu os primeiros dados dessa forma, reportados a 2005". Porém, garantiu a directora, a PJ enviava também os crimes com armas de fogo que tinham sido investigados pela GNR e pela PSP, bem como outros processos que tinham sido arquivados e depois reabertos.

Para estupefacção dos deputados, Rita Faden admitiu que só depois da notícia do DN o Ministério da Justiça se apercebeu de que havia dados duplicados. "Como é possível que não se tenham verificado registos desta importância antes?", questionou, indignada, Teresa Morais, do

PSD.

No entanto, de acordo com documentos a que o DN teve acesso, a teoria da duplicação cai por terra quando, subtraídos da PJ os registos de crimes com armas de fogo da PSP e da GNR, que podiam estar duplicados, ainda há uma diferença substancial de crimes que deixaram de constar na estatística.

Em 2009, por exemplo, partindo do princípio de que a PJ contabilizou também como seus todos os registos da PSP e GNR, ainda "sobram" quase dois mil que se "eclipsaram". Por outro lado, foi precisamente na tabela da PJ que as estatísticas foram "apagadas" e desde 2005.

A PJ foi contactada pelo DN para esclarecer as dúvidas, mas não respondeu.


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