26.04.2010 - 18:57 Por Maria José Oliveira
Manuela Ferreira Leite reitera que teve a “certeza absoluta” de que o primeiro-ministro “não estava a falar a verdade” no Parlamento, quando disse desconhecer o negócio PT/TVI, porque, de outra forma, teriam existido “consequências”.
A ex-presidente do PSD, ouvida esta tarde na comissão de inquérito sobre o negócio PT/TVI, justificou que as suas “suspeitas” sobre a eventual mentira de José Sócrates foram suscitadas pela resposta do primeiro-ministro à questão colocada pela bancada do CDS: “Fiquei surpreendida com a resposta. A resposta fez-me pressentir que alguma coisa de pouco transparente se estava a passar. Quando se mente, interessa saber por que é que se mente”, afirmou.
Ferreira Leite lembrou ainda que era “inadmissível” José Sócrates desconhecer o negócio atendendo às notícias publicadas no dia 23 de Junho e à comunicação feita à CMVM. Foi aliás nesse dia 23 de Junho que Ferreira Leite diz ter tomado conhecimento do negócio através dos jornais "i" e "Diário Económico". Além disso, notou, “tendo o Estado uma ‘golden share’ na PT é evidente que o primeiro-ministro tinha conhecimento” das negociações.
Se assim não fosse, acrescentou, “teríamos visto consequências” junto do Ministério das Obras Públicas ou dos administradores nomeados pelo Governo.
Manuel Ferreira Leite acusou ainda José Sócrates de ter agido de modo desastroso no negócio entre a PT e a TVI para salvaguardar a sua imagem pessoal. “Este assunto é exemplo do que não deve ser feito. O primeiro-ministro invocou a sua imagem pessoal para evitar um negócio bom para a empresa”, disse a ex-líder social democrata.
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