Alexandra & Manuel Pinho, uma sociedade anónima. 15 negócios, dinheiros, offshores e ligações a Ricardo Salgado
Manuel
Pinho
Juntaram trapinhos há 18 anos em separação de bens, mas uniram-se em fluxos financeiros em empresas, offshores e contas bancárias. Despacho de indiciação lista mais de 130 páginas com circulação de dinheiros no casal Manuel e Alexandra Pinho, uma “sociedade” a dois com contas anónimas em paraísos fiscais. A triangulação tem outro vértice frequente: Ricardo Salgado
Quando, há 18 anos, Manuel e Alexandra Pinho casaram,
decidiram dar o nó sem se atarem nos bens. Mas enlaçaram desde aí relações
comerciais e financeiras, contas bancárias, empresas, sociedades offshore, numa
sucessão vertiginosa de operações patrimoniais e transferências de dinheiro. O
casal Pinho relacionava-se também como uma sociedade. Anónima, tantos são os
fluxos criados para não deixar rasto. Nesta relação, houve sempre um patrão –
ou talvez um patrono: Ricardo Salgado. O líder do antigo BES e GES é o
passageiro mais frequente da lista de pagamentos. Centenas de pagamentos.
Milhões de euros.
É essa a tese do Ministério Público, que se lê em mais
de 130 páginas do despacho de indiciação de Manuel Pinho, a que a CNN Portugal
teve acesso. O ex-ministro da Economia e a ex-curadora da coleção de fotografia
do BES viram esta semana as suas medidas de coação revistas pelo juiz Carlos Alexandre:
Manuel Pinho ficará em prisão domiciliária com pulseira eletrónica, depois de
não pagar uma caução de seis milhões de euros; Alexandra Pinho teve de entregar
o passaporte, depois de não pagar uma caução de um milhão de euros.
A leitura atenta do despacho de indiciação permite sistematizar informação já noticiada ao longo dos últimos. Tudo começou em 2002, quando Manuel Pinho se tornou administrador executivo do Banco Espírito Santo. Em 2003, Manuel e Alexandra casam “com convenção antenupcial, no regime de separação de bens”. E depois...
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