CONSULTA AQUI A LISTA DOS NOVE maiores devedores que
afundam a Caixa Geral de Depósitos.
O total de imparidades registadas pelos nove maiores
devedores chega aos 912,1 milhões de euros. Seguem os nomes que surgem na
lista dos maiores devedores da CGD., divulgado pela comunicação social.
1 - Grupo Artlant – 476,4 milhões de euros e
214 milhões em perdas de crédito (imparidades) reconhecidas. A Artlant foi
criada para desenvolver um grande projecto industrial em Sines, com a
construção de uma unidade do sector químico. O promotor era o grupo catalão La
Seda, grupo que depois de entrar em crise chegou a ter como accionista de
referência o empresário português Carlos Moreira da Silva, líder da Barbosa e
Almeida (e accionista do Observador).
A Caixa Geral de Depósitos começou por ser uma grande
financiadora, mas acabou por se tornar accionista da La Seda, onde ainda tem
14%, e da própria Artlant. Um envolvimento que tinha também como objectivo
assegurar a realização do investimento na fábrica de Sines.
A empresa avançou com um processo de revitalização especial
(PER) e em 2015, a Caixa reclamou créditos superiores a 520 milhões de euros. A
última informação disponível já do início de 2015 é da que foi proferida a
sentença de homologação do plano de recuperação.
2 - Grupo Efacec – 303,2 milhões de euros de
créditos e 15,2 milhões de imparidades. A exposição resultará do
financiamento à empresa, mas também aos seus dois maiores accionistas, o grupo
José de Mello e a Têxtil Manuel Gonçalves. Os grupos portugueses venderam 65%
da principal unidade do grupo Efacec, a Efacec Power Solutions, a Isabel dos
Santos há cerca de um ano. O negócio, avaliado em 200 milhões de euros, foi
mais do que uma simples venda, esteve enquadrado numa reestruturação de dívida
dos accionistas e da empresa. A Caixa enquanto credora participou no
financiamento desta operação.
3 - Vale de Lobo – 282,9 milhões de euros de
exposição e 138,1 milhões em imparidades. É um negócio imobiliário polémico
que se cruza com o inquérito judicial ao antigo primeiro-ministro José Sócrates
e que envolve ainda Hélder Bataglia, o presidente da Escom. A decisão da Caixa
Geral de Depósitos de entrar no empreendimento de luxo no Algarve data de 2006
e tem sido atribuída ao então administrador do banco público, Armando Vara. A
Caixa é accionista da sociedade que explora Vale do Lobo, ao mesmo tempo que é
a maior financiadora. Em 2014, a holding de imobiliário que detinha esta
participação reconheceu perdas de 196 milhões de euros, parte da qual será
atribuída a Vale do Lobo. Nas contas de 2015, a Caixa diz que a situação
líquida era negativa em 137 milhões de euros. O banco do Estado tem uma
participação financeira de 24%, mas é também o maior credor deste
empreendimento que no ano passado foi posto à venda.
4 - Auto Estradas Douro Litoral – 271,3 milhões de exposição e 181,4 milhões de créditos
perdidos. A concessão de autoestradas volta a cruzar os caminhos do banco
do Estado com o grupo José de Mello que, através da Brisa, é um dos maiores
accionistas desta concessionária que entrou em incumprimento dos compromissos
financeiros assumidos com os bancos financiadores, nomeadamente ao nível dos
rácios. A Douro Litoral é uma concessão com portagens cuja receita tem-se
revelado muito abaixo do previsto e insuficiente para remunerar o investimento.
A empresa tem em curso vários pedidos de compensação financeira ao Estado, no
valor global de cerca de 1,4 mil milhões de euros que estão a ser analisados em
tribunal arbitral.
5 - Grupo Espírito Santo – 237,1 milhões de euros em
créditos e 79 milhões de imparidades. A Caixa Geral de Depósitos, enquanto
maior banco português, foi também a instituição financeira que mais exposta
estava ao Grupo Espírito Santo. O Observador fez um levantamento, em maio do
ano passado, da exposição da banca ao GES, ainda com base em listas provisórias
de valores reclamados pelos credores de sete sociedades que estavam em processo
de revitalização ou insolvência. O montante era da ordem dos 1.300 milhões de
euros. A Caixa reclamava cerca de 410 milhões de euros.
6 - Grupo Lena – 225 milhões de créditos e
76,7 milhões de imparidades. O grupo construtor com sede em Leiria foi um
dos que mais cresceu durante o último ciclo de obras públicas em Portugal,
durante os governos de José Sócrates. O Grupo Lena esteve nas auto-estradas, na
renovação do parque escolar, e no projecto da rede de alta velocidade (TGV),
onde fez parte do consórcio que ganhou o primeiro contrato, e que entretanto
foi cancelado. A Lena cresceu também para outros sectores — turismo, energia e
comunicação social — e outras geografias, ganhando importantes contratos em
mercados emergentes, como a Argélia e a Venezuela. A demora e incerteza na
concretização destes contratos internacionais, alguns obtidos à boleia das
viagens oficiais do ex-primeiro ministro, José Sócrates, e a asfixia do mercado
de construção português apanharam o grupo em contramão, em plena aposta
expansionista. A Lena teve que travar a fundo e fazer uma reestruturação do seu
endividamento.
7 - Grupo António Mosquito – 178 milhões de euros e 49,2
milhões de euros de créditos perdidos. O empresário angolano está associado
a dois investimentos em Portugal: a Soares da Costa e a Controlinveste. No caso
da Caixa, a exposição a António Mosquito poderá resultar do financiamento ao
empresário português que era o maior accionista da Soares da Costa, Manuel
Fino. A Caixa era um das grandes financiadoras de Manuel Fino, tendo inclusive,
executado uma parte das ações que o empresário tinha na Cimpor.
8 - Reyal Urbis – 166,6 milhões de euros de
empréstimos que lhe foram concedidos, com 133,3 milhões de imparidades. A
imobiliária espanhola já estava identificada em 2013 como uma das principais
devedoras da Caixa, altura em que apresentou um processo de insolvência — o
segundo maior da história de Espanha. No ano anterior, o endividamento da
empresa tinha chegado ao 3, 6 mil milhões de euros. O Santander e a filial
Banesto estavam entre os maiores credores da imobiliária que lhe devia 830
milhões de euros, apontava então o jornal espanhol El Mundo que colocava a CGD
na lista dos credores minoritários.
9 - Finpro SCR – 123,9 milhões de euros e 24,8 de imparidades
totalizadas. Esta sociedade teve como
accionistas Américo Amorim, o fundo da Segurança Social e o Banif, e realizou
vários investimentos internacionais, financiados com dívida, sobretudo na área
das infraestruturas. A Finpro entrou em processo especial de revitalização em
2014 e notícias apontam a Caixa como detentora de mais de metade da dívida da
Finpro. Uma das participações da Finpro era na sociedade gestora do Porto de
Barcelona que foi vendida no ano passado. A sociedade terá entretanto sido
considerada insolvente com uma dívida de 268 milhões de euros.
SE TU TIVERES UMA DÍVIDA DE 5 EUROS AO FISCO CUIDADO…
Sem comentários:
Enviar um comentário