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terça-feira, 27 de novembro de 2012

O advogado e o alentejano


O advogado e o alentejano·
Um advogado "da linha de Cascais", vai caçar patos para o Alentejo. 

Dá um tiro, acerta num pato, mas o bicho cai dentro da propriedade de um lavrador.·
Enquanto o advogado saltava a vedação, o lavrador chega no tractor e pergunta-lhe o que estava ele a fazer.·
 
O advogado respondeu: 
- Acabei de matar um pato, mas ele caiu na sua terra, e agora vou buscá-lo. 

O velhote responde: 
- Esta propriedade é privada, por isso não pode entrar.·

 
O advogado, indignado: 
- Eu sou um dos melhores advogados de Portugal! 
Se não me deixa ir buscar o pato eu processo-o e fico-lhe com tudo o que tem!·

 
O lavrador sorriu e disse: 
- O senhor não sabe como é que funcionam as coisas no Alentejo! 
Nós aqui temos o Código Napoleónico! 
Nós resolvemos estas pequenas zangas com a Regra Alentejana dos Três Pontapés.·
Primeiro eu dou-lhe três pontapés; 
depois você dá-me três pontapés; 
e assim consecutivamente até um de nós desistir!·

 
O advogado já se estava a sentir violento há um bocado, olhou para o velho e pensou que era fácil dar-lhe uma carga de porrada.·
Por isso, aceitou resolver as coisas segundo o costume local.·
O velho, muito lentamente, saiu do tractor e caminhou até perto do advogado.·

 
O primeiro pontapé, dado com uma galocha bem pesada, acertou directamente nas bolas do advogado, que caiu de joelhos e vomitou.·
O segundo pontapé quase arrancou o nariz do advogado.·
Quando o advogado caiu de cara, com as dores, o lavrador apontou o terceiro pontapé aos rins, o que fez com que o outro quase desistisse.·
Contudo, o coração negro e vingativo do advogado falou mais forte. 
Ele não desistiu, levantou-se, todo ensanguentado, e disse: 
- Bora, velhote! Agora é a minha vez!·


O lavrador sorriu e disse: 
 
- Nah! Eu desisto!
 
Leve lá o pato!

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