“Eu sei porque há listas de
espera”!
É vergonhoso!
É esta a vergonhosa situação que todos pagamos e ninguém controla. É a ver
quem rouba mais, que a folia está quase a acabar. E quem vai sofrer, serão os
de sempre, os que pagam e são mal servidos. Agora todos ficarão a perceber
porque temos listas de espera no SNS.
DIVULGUEM ATÉ À EXAUSTÃO, DÊEM CONHECIMENTO AOS QUE INSISTEM EM AFIRMAR QUE OS PROBLEMAS SÃO CULPA DO GOVERNO X E NÃO DO Y.
“O problema são os governos todos, que têm permitido transformar Portugal
num paraíso dos criminosos e num inferno, para os inocentes. Governos que
apoiam e promovem um mau serviço público e assim empurram o cidadão para os
privados.”
Um médico espanhol, e a sua equipa, em 6 dias operou tanto, como 5 médicos
num ano e por metade do preço cobrado na privada.
“Em seis dias, um oftalmologista espanhol realizou 234 cirurgias a doentes com cataratas no Hospital Nsa Srª do Rosário, no Barreiro, num processo que está a “indignar” a Ordem dos Médicos”.
Os preços
praticados são altamente concorrenciais, tendo sido esta a solução encontrada
pelo hospital para combater a lista de espera.
O paciente mais antigo já aguardava desde Janeiro de 2007, tendo
ultrapassado o prazo limite de espera de uma cirurgia. No ano passado chegaram
a existir 616 novas propostas cirúrgicas em espera naquela unidade de saúde.
Os sete especialistas do serviço realizaram apenas 359 operações em 2007
(cerca de 50 por médico num ano).
No final do
ano passado, a lista de espera era de 384, e foi entretanto reduzida a 50 com a
intervenção do médico espanhol.
A passagem pelo Barreiro durante o mês de Março – onde garante regressar
nos próximos dois anos, embora o hospital não confirme – foi a segunda
experiência em Portugal do oftalmologista José Antonio Lillo Bravo. Entre 2000
e 2003 já havia realizado 1500 operações no Hospital de Santa Luzia, em Elvas,
indiferente às “críticas” de que diz ter sido alvo dos colegas portugueses.
“Eu percebo a preocupação deles e sei porque há listas de espera tão
grandes em Portugal. É que por cada operação no privado cobram cerca de dois
mil euros”, diz o oftalmologista espanhol, que
cobrou 900 euros por cada operação realizada no Barreiro.
“Tive a curiosidade de saber qual é a média de cirurgias mensais no
hospital e verifiquei que em Janeiro se fizeram 28 intervenções, sendo que 21
dos doentes foram operados com anestesia geral”, referiu, sustentando que a sua técnica já nada tem a ver com esse método.
O oftalmologista, que assume acompanhar o pós-operatório, explicou que
recorre a anestesia local, feita com umas gotas de colírio anestésico, sendo a
cirurgia realizada por meio da facoemulsificação. (…) “Não há necessidade de
suturas. (…) Ao fim de cinco dias a pessoa vai para casa”, revelou, garantindo
que Portugal regista “um grande atraso” nesta valência, (…) o paciente
necessita de pelo menos 15 dias para reconquistar a visão.
As 234 cirurgias realizadas no Barreiro, por um total de 210 mil euros, foi
o limite possível sem haver necessidade de abrir concurso público
internacional, sendo que o médico fez deslocar a sua equipa e ainda o
microscópio e o facoemulsificador. O hospital disponibilizou somente um
enfermeiro para prestar apoio.” Fonte
Entretanto, por cá, continuam a realizar-se contratos ruinosos para o estado, mas lucrativos para quem gosta de se aproveitar dos contribuintes. Ao mesmo tempo que se promove o aumento das listas de espera, tornando-as rentáveis.
1. “Oftalmologista encaixou mais de um milhão de euros por cirurgias em
horário de trabalho
O Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC) criado em 2004 para gerir as listas de espera em Portugal está a revelar-se proveitoso para médicos que têm recebido extras para fazerem operações que, na prática, ocorrem durante o seu tempo de trabalho normal.(…)
O Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC) criado em 2004 para gerir as listas de espera em Portugal está a revelar-se proveitoso para médicos que têm recebido extras para fazerem operações que, na prática, ocorrem durante o seu tempo de trabalho normal.(…)
Segundo a IGAS, citada pelo jornal, os hospitais do SNS suportam “um
elevado peso remuneratório mercê de sobreposições entre a produção cirúrgica
adicional e os tempos normais de trabalho”, tendo a Inspecção-geral constatado
“a concentração da produção cirúrgica adicional, nos anos de 2009 e 2012, quase
sempre pelos mesmos profissionais, sendo que em situação irregular, por
sobreposição com horário normal de trabalho, se destacou a de um médico
oftalmologista com peso superior a um milhão de euros”.
Este médico não é o único, diz o Público, que exemplifica ainda com o caso
de uma médica anestesista e outros quatro cirurgiões que receberam extras sem
registarem as suas horas de trabalho nos serviços. O coordenado do SIGIC, Pedro
Gomes, ouvido pelo Publico, diz que estes são casos “absolutamente
residuais”.
2. “Inspecção da Saúde detectou vários casos de clínicos do SNS a receber mais
de 200 mil euros por ano acima do salário-base em incentivos e horas
extraordinárias. Sindicatos falam em situações pontuais.” Fonte
3. “Médicos de família ganharam mais de cem mil euros anuais. Neste top de
médicos com remunerações mais elevadas há o caso de um clínico da zona centro
do país que, em 2011, levou para casa um salário bruto de 243.096 euros.
Deste total, apenas 52.003 euros são de remuneração-base, correspondendo
172.764 euros a trabalho extraordinário. Na mesma zona, um outro médico com o
mesmo salário-base recebeu 140.762 euros por trabalho extraordinário.
Aliás, em quase todos os casos sinalizados os médicos tinham salários-base
na ordem dos 50 mil euros, mas no final do ano recebiam quantias que
ultrapassavam os 160 mil euros em verbas adicionais. 18 milhões em horas
extras.” Fonte
4. “Blocos operatórios custam entre 7 e 12 euros por minuto” Fonte
NEGÓCIOS DE FAMÍLIA COM AS LISTAS DE ESPERA
Esta poderia ser a história de uma empresa de sucesso. Um negócio
profundamente familiar, na área da saúde, com 60 anos de vida, que começou, de
repente, a atingir patamares de rentabilidade elevados.
A SANFIL, casa de saúde de Santa Filomena, é a empresa mãe; a que fez
crescer o negócio. Cinco famílias detêm a totalidade do capital social da
holding SI VALES, âncora de um grupo que não para de fazer aquisições. São
cinco famílias tradicionais de Coimbra, quatro delas com ligações diretas e
reconhecidas à área da saúde.
O negócio cresceu amparado pelo sistema público que gere as listas de
espera para cirurgia, o SIGIC. Quando os hospitais públicos ultrapassam o prazo
para operar um doente, o processo clínico desse doente é transferido para os
operadores privados integrados no SIGIC.
O sistema de gestão foi criado em 2007 e, desde então, a SANFIL tem sido a
entidade privada que mais fatura, a nível nacional, com as listas de espera.
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