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sexta-feira, 17 de julho de 2015

Observar a postura dos principais inquiridos do Caso BES

Especialistas em linguagem corporal defendem que 93% do que comunicamos é através de gestos e pequenas expressões do rosto. Por esse motivo, o Público desafiou o especialista Rui Mergulhão Mendes a observar a postura dos principais inquiridos do Caso BES durante a comissão parlamentar de inquérito.

Embora salientem que o método não é isento de ceticismo, a forma como os principais protagonistas do caso mais mediático da banca portuguesa agiram pode revelar mais do que aquilo que disseram.
Ora vejamos.

Ricardo Salgado. Um gesto comum que fez enquanto era interrogado consistia em colocar a mão à frente da boca. Para Rui Magalhão isso denota que o ex-diretor executivo do BES “sabe mais do que está disposto a dizer”. O banqueiro chegou a colocar as mãos às frentes dos olhos e a coçar-se. O primeiro gesto pode indiciar que não gosta daquilo que está a ouvir, enquanto o segundo gesto consiste “numa instrução cerebral enviada para o corpo na tentativa de nos acalmarmos”.

José Maria Ricciardi. Uma das principais atitudes de Ricciardi, desde o início, foi tentar distanciar-se da restante família para provar a sua inocência nos negócios da família. Na comissão chegou a afirmá-lo de dedo em riste, dando “autoridade às suas afirmações”.
Álvaro Sobrinho. Durante as suas respostas, comunicou muitas vezes com as sobrancelhas. Ao ser interrogado sobre o financiamento de 5.700 milhões do BES ao BES Angola, as assimetrias nas sobrancelhas de Álvaro Sobrinho indicam possíveis omissões. Este pode ser um sinal “de que não se quer expor”.

Zeinal Bava. Segundo Rui Mergulhão Mendes, o presidente executivo do BES demonstrou por diversas vezes stress e desconforto. Fê-lo ao ventilar, ao bloquear a boca e os olhos, dando também conta de que sabe mais do que está a dizer ou que não está a gostar do que vê.

Henrique Granadeiro. Quando questionado sobre o investimento de cerca de 900 milhões de euros da PT na Rio Forte (GES), apresentou uma expressão de aversão, patente do seu desprezo face ao tema. Houve outros momentos em que se percebeu que tentava ganhar tempo para processar uma resposta, o que denota insegurança.

Carlos Costa. Quando interrogado sobre o relatório do Banco de Portugal emitido antes do colapso do BES, levantou as pálpebras e enrugou a testa. Significado? Medo.

Maria Luís Albuquerque. Ao falar sobre a continuidade em funções de Ricardo Salgado, tocou-se na zona jugular, zona rica em extremidades nervosas e em que tocamos para nos acalmar. Sinal de que a ministra das Finanças poderia estar insegura ou desconfortável. Já quando foi confrontada com o facto de ter dito que o banco não estava em risco, a ministra levantou as mãos como quem avisa ‘não vou deixar o assunto avançar mais’.


Paulo Portas. Bloqueios de ouvidos, da boca e toques no nariz denotam embaraço em relação à decisão do Governo em avançar com a intervenção no BES. Já quando é questionado sobre os submarinos, assume uma postura agressiva como se quisesse que o deputado José Magalhães se calasse.

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