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segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Liberdade de imprensa apenas existe na medida dos interesses políticos ou comerciais

Um editorial do "Jornal de Angola" convida o líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Luís Fazenda, e o ex-eurodeputado do PSD Pacheco Pereira, a visitarem Luanda para verem “como se faz cada edição” daquele jornal, o único diário angolano e jornal oficial do regime. No mesmo texto tecem-se críticas à comunicação social portuguesa, em particular aos órgãos privados, “a começar pela Impresa”. “Em todos os grupos privados (…) a liberdade de imprensa apenas existe na medida dos interesses políticos ou comerciais”.
pacheco Pereirapacheco Pereira (Nuno Ferreira Santos)

Luís Fazenda e Pacheco Pereira, duas figuras públicas, entre outras, que criticaram abertamente o regime angolano e que comentaram a notícia publicada pelo semanário Expresso (10.11.2012) sobre a abertura, pela Procuradoria-Geral da República, de um inquérito-crime por fraude fiscal e branqueamento de capitais contra três altas figuras do Estado angolano, foram ainda convidados pelo director do "Jornal de Angola", José Ribeiro, “a elaborarem o plano de edição”(...)
O texto intitulado “Imprensa e Liberdades em Portugal” refere de novo a notícia do Expresso afirmando que “os impérios mediáticos portugueses não precisam de fazer escutas ilegais”, já que “têm no Ministério Público e na Polícia Judiciária alguém a trabalhar para eles, numa aliança que torna sectores do jornalismo português armas contra os valores da democracia e as liberdades individuais”. O "Jornal de Angola" diz que os governantes daquele país foram vítimas da violação do segredo de justiça e que essa violação foi confirmada exactamente por quem tinha o dever de impedi-la, numa alusão ao comunicado do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) confirmou na última terça-feira, através de comunicado, a existência de uma investigação “contra altos dirigentes angolanos”, adiantando, contudo, que este inquérito não tem ainda arguidos.
 
"Ninguém pode aceitar que os titulares da investigação e acção penal em Portugal alimentem a comunicação social com “notícias” destinadas unicamente a pôr em causa a honra e o bom-nome de cidadãos, sejam eles quem forem. Os governantes angolanos foram vítimas, novamente, dessa prática. E a violação do segredo de justiça foi confirmada exactamente por quem tinha o dever de impedi-la. Nós não aceitamos este comportamento, ditado pela inveja e a vingança."
As elites portuguesas estão muito mal informadas sobre Angola, e isso é culpa da sua imprensa. O Jornal de Angola deixou há muito de ser o único diário angolano. Há outros, inclusive gratuitos. Este jornal é independente e a opinião nele expressa é livre. Não estamos prisioneiros de redes mafiosas nem somos instrumentalizados por ninguém. O poder político legitimado pelo voto popular respeita a nossa independência. Convido até os senhores Luís Fazenda e Pacheco Pereira a virem a Luanda ver como se faz cada edição do Jornal de Angola. Até lhes dou o privilégio de elaborarem o plano de edição. Vão perceber que este é um espaço de liberdade como já poucos existem no mundo.



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