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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

WikiLeaks. Assange revela que CIA pediu para Portugal autorizar voos com suspeitos

por Mariana de Araújo Barbosa , Publicado em 02 de Dezembro de 2010  |  

Julian Assange nem deixou assentar a poeira das últimas revelações
 
Divulgação. "The New York Times" fora da lista de eleitos
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando Julian Assange começou a procurar meios de comunicação para divulgar os documentos do Departamento de Estado norte-americano, o fundador do site WikiLeaks não procurou o jornal “The New York Times”: a razão principal para deixar o gigante de fora terá sido a publicação de dois perfis pouco abonatórios – um de Assange, e outro de Bradley Manning, principal suspeito das filtrações – nas edições de 24 de Outubro e de 9 de Agosto. Assange contactou depois a cadeia de televisão CNN e o “The Wall Street Journal” que recusaram a proposta, segundo avança o “The Washington Post”, por considerarem “os termos, incluindo a petição de uma compensação financeira sob determinadas circunstâncias, inaceitáveis”.
“Não queríamos ter acesso a uma série de pré-condições sem ter um conhecimento geral de que tipo de informação continham esses documentos”, referiu o porta-voz do “The Wall Street Journal” citado pelo “The Washington Post”. Entre as exigências de Assange estava uma indemnização de 75.700 euros em caso de que o jornal rompesse o embargo estabelecido, assim como a possibilidade de o WikiLeaks levar o jornal a tribunal no país que considerasse mais conveniente. Assange resignou-se aos “não” norte-americanos e avançou para o Reino Unido: o jornal britânico “The Guardian” foi o escolhido - ou o que escolheu - para receber os documentos secretos norte-americanos, tendo remetido a informação ao “The New York Times” – excluído por Assange à partida – que tem acesso à informação da administração Obama e poderia contextualizar melhor todas as informações e provas.
O enigma “Julian Assange” persiste: considerado um dos homens mais procurados do mundo, o australiano é hermético na abordagem e tem poucos rasgos de traços que lhe são característicos, mesmo nas entrevistas pontuais que tem dado. Procura filtrar informação para conhecer segredos de, até agora, apenas governos, mas tudo aponta para que o venha a fazer com empresas privadas. À Forbes, adiantou que uma grande instituição financeira americana será o próximo alvo.
 
Na terça-feira, os Estados Unidos colocaram a cabeça de Assange a prémio, reforçando que pretendem avançar com uma acusação formal de espionagem contra o criador do site WikiLeaks. No entanto – e apesar de os Estados Unidos contarem já com o apoio de países como a China nesta tomada de posição – o caminho para a acusação de espionagem não será fácil: especialistas em lei criminal alertaram para o facto de a lei em que se baseia a acusação não ser suficiente e ficar dependente da aprovação judicial do país onde Assange se encontra (sendo que, de momento, o paradeiro do australiano é desconhecido). Anteontem, James Ball, jornalista que trabalha no site, anunciou que será divulgada em breve informação sobre o Vaticano, que vai manter os jornais de todo o mundo ocupados durante meses.
O governo de Obama está empenhado em avançar com aquela que será a mais grave acusação enfrentada por Assange: o crime de espionagem, que se baseia na Lei de Espionagem, de 1917 – numa altura em que o país entrava na I Guerra Mundial – e que atribui amplos poderes às autoridades para que possam perseguir indivíduos que sejam consideradas obstáculos às operações militares. A acusação de espionagem é inédita no cadastro de Julian Assange, mas o australiano já enfrentou várias outras: em 1991 foi acusado de 31 delitos por violação de redes informáticas na Austrália e multado com 1560 euros.
 
Turquia nega financiamento norte-americano a terroristas

Revelação feita, revelação desmentida. O site WikiLeaks divulgou informações de que os Estados Unidos terão estado por trás do financiamento a um partido terrorista na Turquia, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). O governo turco não tardou em desmentir a notícia.
“Não tenho dinheiro em nenhuma conta na Suiça, nem sequer um cêntimo. Estamos a recolher informação no mundo inteiro para tentar saber mais sobre esses diplomatas norte-americanos”, garantiu o primeiro-ministro turco numa conferência de imprensa em Ancara. Recep Tayyip Erdogan apelou ainda aos Estados Unidos que procurem e castiguem os responsáveis pelos conteúdos das mensagens divulgadas.
“Terão de responder pelo que disseram. Os Estados Unidos pediram desculpa mas isso não é suficiente para nós. Os norte-americanos têm de tomar medidas contra esses diplomatas e, a partir de agora, terão de ter isso em conta”, disse o primeiro-ministro turco numa conferência de imprensa em Ancara.
Visivelmente irritado, o primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan admitiu ontem abandonar o governo turco caso a veracidade da informação avançada pelo site WikiLeaks seja comprovada.
As revelações de documentos relativos a conversas diplomáticas de delegações norte-americanas durante cinco anos foram consideradas “extremamente perigosas” pelo chefe do Estado-maior das Forças Armadas norte-americano, Michael Mullen.
Nos documentos publicados pelo site, o chefe da diplomacia turca é descrito por um informador da embaixada em Ancara como “um homem perigoso”. Em resposta às acusações, Ahmet Davutoglu disse ontem em conferência de imprensa ser, de facto, um homem perigoso “para quem deseja criar instabilidade na região”.
 Outro relatório refere que a Turquia terá ajudado indirectamente a Al-Qaeda, facilitando a tarefa do controlo de fronteiras com o Iraque.

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