ARMANDO VARA: "CHERNES E EUROS - MAS ´CAGANDA´ PESCADOR...!!!"

'Face Oculta'
Influência de Vara é "mais do que evidente", diz Relação
por CARLOS RODRIGUES LIMAHoje
Juízes desembargadores consideram indiciado que ex-administrador do BCP recebeu 25 mil euros de Manuel Godinho.
Os indícios recolhidos no processo "Face Oculta" contra Armando Vara não podem ser lidos isoladamente, mas sim em relação uns com os outros. E a leitura que o Ministério Público e o juiz de instrução fizeram dos mesmos até denotou uma "ponderação externamente prudente e cuidada". Estas são duas conclusões dos juízes desembargadores do Tribunal da Relação do Porto que analisaram um recurso do ex-administrador do BCP, considerando existirem indícios de que Armando Vara recebeu 25 mil euros de Manuel Godinho pelas influências que moveu a favor do sucateiro de Ovar.
O acórdão em causa ainda diz respeito ao primeiro interrogatório judicial a que Armando Vara foi submetido em Outubro de 2009. O documento da Relação do Porto tem a data de 10 de Novembro deste ano.
E, analisando os indícios recolhidos pela Polícia Judiciária de Aveiro, dois juízes desembargadores consideraram-nos suficientes para imputar a Armando Vara o crime de tráfico de influência (refira-se que, já este ano, o Ministério Público de Aveiro acusou-o de três crimes deste tipo).
Os desembargadores fazem uma descrição de Armando Vara, considerando serem "públicas e notórias" a "posição social e económica, como os diversos cargos profissionais e políticos" que tem ocupado, "bem como as ligações, tanto de natureza política como de grande proximidade relacional, com figuras de primeiro plano ligadas ao poder". "É mais do que evidente a posição, a todos esses níveis, influente de que dispunha."
E, tendo em conta tal influência, continuaram os desembargadores, Armando Vara "acordou com Manuel Godinho, com a contrapartida de uma quantia pecuniária", usar a sua posição para, por exemplo, arranjar um contrato ao empresário de Ovar com a EDP Imobiliária, empresa de que o arguido Paiva Nunes era um dos administradores.
As escutas telefónicas entre os arguidos Lopes Barreira e Manuel Godinho também serviram para os juízes ilustrarem a capacidade de influência de Armando Vara. No acórdão, os desembargadores citam conversas entre os dois, em que, numa delas, Lopes Barreira até alude à, então, condição de administrador do BCP de Armando Vara para arranjar negócios a Manuel Godinho, inclusivamente com Angola. O DN tentou ouvir o advogado de Armando Vara sobre o acórdão da Relação do Porto, mas até à hora de fecho desta edição tal não foi possível.
Recorde-se que, no final do mês de Outubro, o Ministério Público de Aveiro deduziu uma acusação contra 34 arguidos do processo. Armando Vara acabou acusado de três crimes de tráfico de influência, na sequência de um depoimento de Ana Paula Vitorino, antiga secretária de Estado dos Transportes. As declarações da ex-governante também serviram para o Ministério Público abrir uma nova investigação contra o ex-ministro das Obras Públicas Mário Lino por suspeitas de corrupção.
Influência de Vara é "mais do que evidente", diz Relação
por CARLOS RODRIGUES LIMAHoje
Juízes desembargadores consideram indiciado que ex-administrador do BCP recebeu 25 mil euros de Manuel Godinho.
Os indícios recolhidos no processo "Face Oculta" contra Armando Vara não podem ser lidos isoladamente, mas sim em relação uns com os outros. E a leitura que o Ministério Público e o juiz de instrução fizeram dos mesmos até denotou uma "ponderação externamente prudente e cuidada". Estas são duas conclusões dos juízes desembargadores do Tribunal da Relação do Porto que analisaram um recurso do ex-administrador do BCP, considerando existirem indícios de que Armando Vara recebeu 25 mil euros de Manuel Godinho pelas influências que moveu a favor do sucateiro de Ovar.
O acórdão em causa ainda diz respeito ao primeiro interrogatório judicial a que Armando Vara foi submetido em Outubro de 2009. O documento da Relação do Porto tem a data de 10 de Novembro deste ano.
E, analisando os indícios recolhidos pela Polícia Judiciária de Aveiro, dois juízes desembargadores consideraram-nos suficientes para imputar a Armando Vara o crime de tráfico de influência (refira-se que, já este ano, o Ministério Público de Aveiro acusou-o de três crimes deste tipo).
Os desembargadores fazem uma descrição de Armando Vara, considerando serem "públicas e notórias" a "posição social e económica, como os diversos cargos profissionais e políticos" que tem ocupado, "bem como as ligações, tanto de natureza política como de grande proximidade relacional, com figuras de primeiro plano ligadas ao poder". "É mais do que evidente a posição, a todos esses níveis, influente de que dispunha."
E, tendo em conta tal influência, continuaram os desembargadores, Armando Vara "acordou com Manuel Godinho, com a contrapartida de uma quantia pecuniária", usar a sua posição para, por exemplo, arranjar um contrato ao empresário de Ovar com a EDP Imobiliária, empresa de que o arguido Paiva Nunes era um dos administradores.
As escutas telefónicas entre os arguidos Lopes Barreira e Manuel Godinho também serviram para os juízes ilustrarem a capacidade de influência de Armando Vara. No acórdão, os desembargadores citam conversas entre os dois, em que, numa delas, Lopes Barreira até alude à, então, condição de administrador do BCP de Armando Vara para arranjar negócios a Manuel Godinho, inclusivamente com Angola. O DN tentou ouvir o advogado de Armando Vara sobre o acórdão da Relação do Porto, mas até à hora de fecho desta edição tal não foi possível.
Recorde-se que, no final do mês de Outubro, o Ministério Público de Aveiro deduziu uma acusação contra 34 arguidos do processo. Armando Vara acabou acusado de três crimes de tráfico de influência, na sequência de um depoimento de Ana Paula Vitorino, antiga secretária de Estado dos Transportes. As declarações da ex-governante também serviram para o Ministério Público abrir uma nova investigação contra o ex-ministro das Obras Públicas Mário Lino por suspeitas de corrupção.
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