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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Maiakovski


Maiakovski


Poeta russo "suicidado" após a revolução de Lenin…

Escreveu, ainda no início do século XX:


Na primeira noite, eles se aproximam

e colhem uma flor de nosso jardim.

E não dizemos nada.

Na segunda noite, já não se escondem,

pisam as flores, matam nosso cão.

E não dizemos nada.

Até que um dia, o mais frágil deles, entra

sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua,

e, conhecendo nosso medo,

arranca-nos a voz da garganta.

E porque não dissemos nada,

já não podemos dizer nada.


Depois de Maiakovski…


Primeiro levaram os negros

Mas não me importei com isso

Eu não era negro

Em seguida levaram alguns operários

Mas não me importei com isso

Eu também não era operário

Depois prenderam os miseráveis

Mas não me importei com isso

Porque eu não sou miserável

Depois agarraram uns desempregados

Mas como tenho meu emprego

Também não me importei

Agora estão me levando

Mas já é tarde.

Como eu não me importei com ninguém

Ninguém se importa comigo.

Bertold Brecht (1898-1956)


Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu.

Como não sou judeu, não me incomodei.

No dia seguinte, vieram e levaram

meu outro vizinho que era comunista.

Como não sou comunista, não me incomodei.

No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico.

Como não sou católico, não me incomodei.

No quarto dia, vieram e me levaram;

já não havia mais ninguém para reclamar...

Martin Niemöller, 1933

- símbolo da resistência aos nazistas.

Primeiro eles roubaram nos sinais, mas não fui eu a vítima,

Depois incendiaram os ônibus, mas eu não estava neles;

Depois fecharam ruas, onde não moro;Link

Fecharam então o portão da favela, que não habito;

Em seguida arrastaram até a morte uma criança, que não era meu filho...

Cláudio Humberto, em 09 FEV 2007


Sócrates logo no dia da posse atacou os farmacêuticos.

Eu não disse nada porque não sou farmacêutico

A seguir atacou os magistrados, também nada disse porque não sou magistrado.

Depois foi aos médicos e enfermeiros. Também nada disso é comigo

A seguir congelou as carreiras dos funcionários público, quero lá saber eu nem sou manga de alpaca.

Maltratou os polícias, os militares, os professores... os padres também não escaparam

Aumentou os impostos.

Aumentou a idade da reforma, a insegurança nas ruas, nas escola e até nas nossas casas.

Há mas criou “as novas oportunidades” “o divórcio” a insegurança, o crime, a violência, os “canudos” de férias e Domingos.

Hoje bateu à minha porta com a Lei da mobilidade e atirou-me para o desemprego.

Já gritei e ninguém me ouve, até parece que a coisa só me afecta a mim.

O que os outros disseram, foi depois de ler Maiakovski.

Incrível é que, após mais de cem anos, ainda nos encontremos tão desamparados, inertes, e submetidos aos caprichos da ruína moral dos poderes governantes, que vampirizam o erário, aniquilam as instituições, e deixam aos cidadãos os ossos roídos e o direito ao silêncio : porque a palavra, há muito se tornou inútil…

- até quando?...

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