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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Caixa Geral de Aposentações



http://dre.pt/
Aviso nº 4960 / 2009

http://dre.pt/pdf2sdip/2009/03/046000000/0862808653.pdf

Carlos Barbosa desmente Rui Pedro Soares




Face Oculta/Controlo dos media

por CARLOS RODRIGUES LIMA


Audição. Apesar de ter uma 'golden share' na PT, Estado não tem nenhum representante na comissão executiva, disse o ex-administrador

É mais uma contradição que nasce das audições da Comissão Parlamentar de Ética sobre o condicionamento da comunicação social: Rui Pedro Soares, ex-adminis- trador da PT, garantiu ontem que nunca teve nada a ver com a publicidade que a empresa fazia nos órgãos de comunicação social. Segundo a sua versão, esse era um pelouro de Carlos Barbosa, o actual presidente do ACP (Automóvel Clube de Portugal) e antigo presidente da empresa PT-Compras. Ao início da noite, este desmentiu Rui Pedro Soares, afirmando que quando saiu da PT-Compras o ex-administrador "tomou conta de toda a publicidade".

As contradições que se vão verificando levam alguns deputados contactados pelo DN a dizer que só através de uma comissão parlamentar de inquérito é que o caso poderá ser totalmente esclarecido. É que, nas audições da Comissão de Ética, os principais intervenientes no negócio têm invocado toda a espécie de vinculação a segredos e deveres de confidencialidade para não responder a algumas perguntas dos deputados.

A questão da publicidade dos jornais foi suscitada pelo deputado do Partido Comunista João Oliveira, que encontrou uma brecha no discurso de Rui Pedro Soares, ouvido ontem na Assembleia da República. Este começou por dizer que quem tratava da compra da publicidade da PT nos jornais, televisões e rádios era a empresa PT- -Compras, distanciando-se de qualquer relação comercial entre a empresa e os meios de comunicação social.

Eis que João Oliveira refere um relatório da PT-Compras em que Rui Pedro Soares aparecia como administrador executivo para a área do marketing. Porém, o ex- -administrador garantiu que a competência da publicidade era de Carlos Barbosa. Mas, este, numa declaração à Lusa, garantiu que, após a sua saída, Rui Pedro Soares "tomou conta de toda a publicidade". "Rui Pedro Soares é promovido à comissão executiva através de Henrique Granadeiro e depois passa ele a controlar toda a publicidade, patrocínios e promoções. Aliás, foi ele que negociou as equipas de futebol a seguir a mim", disse ainda Carlos Barbosa.

Na linha da vinculação a segredos, o ex-administrador da PT nem quis responder à simples pergunta de como é que começou o negócio da compra da TVI. Rui Pedro Soares remeteu para uma entrevista do presidente executivo da PT, Zeinal Bava, em Junho de 2005, na qual foi dito que a decisão da empresa em regressar aos conteúdo foi tomada em Abril de 2008.

As palavras de Zeinal Bava foram também invocadas quando Cecília Meireles, deputada do CDS/PP, questionou Rui Pedro Soares: tendo em conta as críticas que José Sócrates fez à TVI, ninguém na empresa achou prudente informar o Governo de que estava em curso um negócio para a compra de parte da Media Capital? O ex-administrador - apanhado nas escutas do processo "Face Oculta" com Paulo Penedos - remeteu as explicações para Zeinal Bava, presidente da comissão executiva, e Henrique Granadeiro, chairman da empresa.

Depois foi questionado sobre a razão por que foi incluído na equipa de administradores que ficou encarregue do negócio, já que, como afirmou, o seu pelouro era o imobiliário. "Não me parece que no negócio da TVI estivesse em causa a compra de um imóvel", ironizou o comunista João Oliveira. Mais uma vez, Rui Pedro Soares remeteu as explicações para os responsáveis máximos da PT, que serão ouvidos na Comissão de Ética.

No meio de alguma discussão sobre a eventual intervenção do Governo no negócio, o ex-administrador resolveu partilhar com os deputados a sua opinião acerca da utilização da golden share para, em Junho do ano passado, o Governo vetar o negócio: "É meu entendimento que a golden share não poderia vetar o negócio. A golden share só pode ser utilizada em assembleia geral."

Para demonstrar aos deputados a sua independência perante o Governo, Rui Pedro Soares protagonizou o momento humorístico da tarde: "Sou adepto do FC Porto, em 2009 tive um dragão de ouro e fui sócio do ano, os meus filhos são do FC Porto - infelizmente, a minha filha é do Sporting -, o meu pai é sócio do FC Porto e o meu avô paterno foi enterrado com uma bandeira do FC Porto." E isto para dizer o quê? Que, após ter sido anunciada a sua saída da PT, recebeu uma carta do Benfica, na qual a direcção encarnada reconhece o seu empenho nas relações entre a PT e o clube. Conclusão: independência.

Apesar de ter recusado comentar ou esclarecer o conteúdo das escutas telefónicas que o envolvem, Rui Pedro Soares considerou como um "absurdo" a tese que tem sido propalada: "Alguém acredita que um vogal da comissão executiva com uns telefonemas para o seu assessor jurídico [Paulo Penedos] ia alterar o panorama da comunicação social?" O ex-administador disse ainda que a providência cautelar que intentou contra o jornal Sol foi para defender os seus direitos.

Líder do PSD não se retrata ou recua




25 Fevereiro 2010 - 21h10

“O que disse foi ajuda ao Governo”
A guerra está instalada. A líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, não se retrata sobre o risco de Portugal poder seguir o mesmo caminho da Grécia e o Governo responde: "O que manifestamente parece que já não tem cura é a liderança do PSD, mas parece que ela está já nos últimos dias", declarou ontem o ministro da Presidência, Silva Pereira.


No final da reunião da bancada do PSD, Ferreira Leite argumentou que "seria absolutamente estranho que num País em que toda a gente mente e não se retrata passasse a ser quem alerta para as verdades que tivesse de se retratar". Mais, a sua intenção era "uma ajuda ao Governo".

Para a ainda presidente social--democrata, a sua atitude não tem efeitos negativos a nível externo: "Isso seria se dissesse que estamos exactamente na posição da Grécia e não foi isso que disse. Aquilo que eu disse foi que, se nada se fizesse, então com certeza que iríamos no mesmo sentido." O Executivo tem-se desdobrado em críticas à líder do PSD, com três governantes a atacarem as suas declarações feitas na quarta-feira. A polémica ocorre num momento decisivo para o Programa de Estabilidade e Crescimento.

AGUIAR-BRANCO QUEIXOU-SE DE PAULO RANGEL

O candidato à liderança do PSD José Pedro Aguiar-Branco terá transmitido a alguns deputados – que o interpelaram sobre a sua candidatura – que houve uma quebra de compromisso do seu adversário Paulo Rangel, sobre a concertação de estratégias na corrida à presidência do PSD. Segundo apurou o CM junto de várias fontes do partido, Aguiar-Branco – líder parlamentar – terá dado a entender que ambos teriam conversado na mesma semana em que Rangel avançou e que o eurodeputado não lhe transmitiu a intenção de avançar. O aviso chegou em cima da hora.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Última Hora




Sócrates falava com Rui Pedro Soares
Por:António José Vilela e Fernando Esteves

24 FEVEREIRO 2010


Numa escuta inserida no processo Face Oculta, Rui Pedro Soares, ex-administrador da PT, garante que falou com José Sócrates sobre o negócio da aquisição da estação de televisão TVI pela maior operadora portuguesa de comunicações. A revelação é feita no produto nº 5292, uma escuta dirigida ao advogado Paulo Penedos, identificado como o alvo 39263M da investigação.

Na conversa em causa, a que a SÁBADO teve acesso, Rui Pedro Soares diz ao seu amigo Paulo Penedos que falou o primeiro-ministro sobre a operação e que este se mostrara furioso por supostamente não ter sido por si informado de todos os detalhes da operação em curso.

Mantido às 20h02m16s do dia 25 de Junho de 2009, o diálogo entre os dois militantes do Partido Socialista consta de um dos despachos que o procurador-geral da República, Pinto Monteiro, assinou sobre o assunto. E prova que, contrariamente ao que José Sócrates sempre afirmou (a última vez aconteceu na passada segunda-feira, em entrevista a Miguel Sousa Tavares), o chefe do Governo comunicava directamente com a administração da PT. E que o seu interlocutor não era nem Henrique Granadeiro, chairman da companhia, nem Zeinal Bava, presidente-executivo – era Rui Pedro Soares.

Esta e outras informações sobre o processo que abala José Sócrates poderão ser lidas na edição da SÁBADO de amanhã.

"MEN - TIRA"




Sócrates acusado de pressão sobre o semanário
Expresso Director do jornal revela tentativa de impedir publicação de notícia sobre licenciatura

00h00m
Paulo Martins

"Pediu-me por tudo para não sair". Foi nestes termos que o director do "Expresso" denunciou ontem a pressão exercida pelo primeiro-ministro no sentido de evitar a publicação de uma notícia sobre a sua licenciatura em Engenharia Civil pela Universidade Independente.

Perante a comissão parlamentar de Ética, que tem vindo a realizar um conjunto de audições sobre o exercício da liberdade de expressão em Portugal, Henrique Monteiro considerou o contacto de José Sócrates, feito através de um telefonema que se prolongou por hora e meia, uma "pressão ilegítima".

O jornalista sublinhou mesmo tratar-se da "mais grave" pressão de que foi alvo desde que se encontra em funções, pelos efeitos que produziu. É que o facto de não ter cedido teve, segundo afirmou, um preço: crescentes dificuldades enfrentadas pelo "Expresso" para aceder a informação oficial, especialmente a emanada do Governo.

Embora afirme que o gabinete do primeiro-ministro tem vindo a adoptar uma estratégia de bloquear o acesso à informação para determinados órgãos de comunicação e libertar para outros, Monteiro rejeitou a ideia de que a influência exercida pelo Governo nos média prefigure um atentado ao Estado de Direito. A atitude de José Sócrates de apontar uma televisão e um jornal como "inimigos" não passou, a seus olhos, de "um erro político".

O "Jornal de Sexta" da TVI era feito com "enviesamento" contra o primeiro-ministro, na opinião do director do "Expresso". Sobre a suspensão do programa, porém, apenas a classificou como um "acto ilegal", na medida em que foi decidida pela Administração da empresa e não pela Direcção.

Ao longo da audição, Henrique Monteiro reproduziu diversas afirmações suas, publicadas em textos de opinião. A "obsessão" de Sócrates pela imagem, que o leva a ter com a Comunicação Social uma relação por vezes conflituosa, foi uma delas. Para o jornalista, contudo, o maior problema reside na "entourage" do primeiro--ministro, que tende a adoptar procedimentos semelhantes.

A mais danosa das pressões exercidas sobre o "Expresso" não partiu, no entanto, dos meios políticos, mas dos económicos, assinalou o director do semanário. Tratou-se da decisão do Banco Espírito Santo, tomada numa fase anterior à sua nomeação para director, de suspender durante mais de um ano a inserção de publicidade, como retaliação face a uma crónica publicada. Daí a tese de que o segredo da independência dos jornais passa pela diversificação de anunciantes.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Sócrates foi a uma escola conversar



Sócrates foi a uma escola conversar com as criancinhas, acompanhado de uma comitiva. Depois de apresentar todas as maravilhosas realizações de seu governo, disse às criancinhas que iria responder perguntas.

Uma das crianças levantou a mão e Sócrates perguntou:

- Qual é o seu nome, meu filho?

- PAULINHO.

- E qual é a sua pergunta?

- Eu tenho três perguntas:

1ª) Onde estão os 150.000 empregos prometidos na sua campanha eleitoral?

2ª) Quem meteu ao bolso o dinheiro do Freeport?

3ª) O senhor sabia dos escândalos do Face Oculta?


Sócrates fica desnorteado, mas neste momento a campainha para o recreio toca, ele aproveita e diz que responderá depois do recreio.

Após o recreio, Sócrates diz:
- Porreiro pá, onde estávamos? Acho que eu ia responder perguntas.
Quem tem perguntas?
Um outro garotinho levanta a mão e Sócrates aponta para ele.

- Pode perguntar, meu filho. Como é o seu nome?
- Joãozinho e tenho cinco perguntas:

1ª) Onde estão os 150.000 empregos prometidos na sua campanha eleitoral?

2ª) Quem meteu ao bolso o dinheiro do Freeport?

3ª) O senhor sabia dos escândalos do Face Oculta?

4ª) Por que é que a campaínha do recreio tocou meia hora mais cedo?

5ª) Onde está o PAULINHO?

Congelem-se os salários dos funcionários públicos...



Ora cá vão uns salariozitos de alguns pobres remediados:

-Mata da Costa: presidente CTT, 200.200 €uros
-Carlos Tavares: CMVM, 245.552 €uros
-Antonio Oliveira Fonseca: Metro do Porto, 96.507 €uros
-Guilhermino Rodrigues: ANA, 133.000 €uros
-Fernanda Meneses: STCP, 58.859 €uros
-José Manuel Rodrigues: Carris, 58.865 €uros
-Joaquim Reis: Metro de Lisboa, 66.536 €uros
-Vítor Constâncio: Banco Portugal, 249.448 €uros
-Luís Pardal: Refer, 66.536 €uros
-Amado da Silva: Anacom, autoridade reguladora da comunicação social, ex-chefe de gabinete de Sócrates, 224.000 €uros
-Faria de Oliveira: CGD, 371.000 €uros
-Pedro Serra: AdP, 126.686 €uros
-José Plácido Reis: Parpública, 134.197 €uros
-Cardoso dos Reis: CP, 69.110 €uros
-Vítor Santos: ERSE, entidade reguladora da energia, 233.857 €uros
-Fernando Nogueira: ISP, instituto dos seguros de Portugal, 247.938 €uros (este não é o ex-PSD que se encontra em Angola)
-Guilherme Costa: RTP, 250.040 €uros
-Afonso Camões: Lusa, 89.299 €uros
-Fernando Pinto: TAP, 420.000 €uros
-Henrique Granadeiro: PT, 365.000 €uros


E ainda faltam as estradas de Portugal, EDP, Brisa, Petrogal, todas as outras reguladoras e observatórios...enfim é um fartar vilanagem! E pedem contenção!!!!
Imaginem o que é pagar um subsídio de férias ou de Natal a estes senhores: ''Tome lá meu caro amigo 350.000 €uros para passar férias ou fazer compras de Natal''.
E pagar-lhes esta reforma...
É no mínimo imoral e no máximo corrupção à sombra da lei...
Até porque estes cargos não são para técnicos, mas são de nomeação política..
É isto que lhes retira toda e qualquer credibilidade junto do povo e dos quadros técnicos.

A tralha que atrapalha



6.1.10 Publicado por: Ramiro Marques

Por que será que a opinião pública tem sido pouco alertada para a tralha que atrapalha?
Por que será que o processo negocial, que se arrasta há quase dois meses, não inclui a questão da tralha que atrapalha?
Não há um único professor no país que não saiba qual é a tralha que atrapalha.
Até os inspectores - guardiões da tralha que atrapalha - sabem qual é a tralha que atrapalha.
Até os burocratas que trocaram a sala de aula pelas equipas de "apoio" às escolas sabem qual é a tralha que atrapalha.
E até mesmos os aposentados que integram o CCAP sabem qual é a tralha que atrapalha. Não porque conheçam a realidade das escolas - já que fugiram delas em bom tempo - mas porque ouviram falar da tralha que atrapalha.
Mas, admitindo que haja algumas almas bem intencionadas, embora ignorantes, nas equipas de avaliação externa das escolas, no CCAP, nas equipas de "apoio" às escolas, na DGRHE ou nas DRE, deixo aqui a lista da tralha que atrapalha:

Os projectos curriculares de escola. Não servem para nada: só atrapalham sobretudo porque há quem os altere todos os anos. Já contaram as milhares de horas perdidas pelas equipas e comissões permanentes de revisão dos projectos curriculares de escola e dos projectos educativos de escola?

Os projectos curriculares de turma. Servem para alguma coisa? Sim: para perder tempo.

Os planos de recuperação. Servem para quê? Socializar os prejuízos e privatizar os benefícios. Desculpabilizar e construir sucesso educativo de forma fraudulenta.
Os planos de acompanhamento. Idem.
Os planos de "melhoramento". Idem.
Os relatórios sobre os planos de recuperação e de "melhoramento" (sic). Idem. Monumentos à novilíngua e à trafulhice pedagógica.

Acabem com a tralha que atrapalha. A opinião pública compreenderá que a tralha que atrapalha é nociva ao ensino.
Gostava de ouvir os responsáveis do ME a falar na redução ou eliminação da tralha que atrapalha. Não ouço. A tralha que atrapalha obedece ao plano.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Popularidade de Sócrates em queda



17 Fevereiro 2010 - 19h29

Sondagem CM/Amixage
Popularidade de Sócrates em queda
As escutas do processo ‘Face Oculta’ que envolvem o primeiro-ministro num alegado plano de controlo da comunicação social estão a penalizar a imagem de José Sócrates perante o eleitorado.


Segundo a sondagem CM/Aximage, realizada no dia 13 de Fevereiro, após a publicação das escutas no jornal ‘Sol’, José Sócrates continua a liderar a intenção de voto dos portugueses, mas sofreu uma queda de 1,4%.

Se no início de Fevereiro, antes de rebentar o tema nas páginas dos jornais, o primeiro-ministro reunia 33,8% das intenções de voto, agora tal valor caiu para 32,4%. Em compensação, o PSD saiu beneficiado com a polémica, já que subiu 1,5% nas intenções de voto, para os 26,3%.

A sondagem resulta de entrevistas a 600 pessoas. A margem de erro é de 4%.

Nota: Conheça todos os pormenores na edição desta quinta-feira do 'Correio da Manhã'.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Mário Crespo e José Manuel Fernandes ouvidos hoje no Parlamento

O pivot da SIC Mário Crespo e o ex-director do Público José Manuel Fernandes são hoje ouvidos em comissão parlamentar, dando início à audição de 25 pessoas sobre o «exercício da liberdade de expressão em Portugal»



Os dois jornalistas serão ouvidos pela comissão parlamentar de Ética, Sociedade e Cultura na sequência de um requerimento do PSD, aprovado com os votos favoráveis de toda a oposição, para ouvir 25 pessoas, às quais foi acrescentada mais uma audição, do ministro dos Assuntos Parlamentares, proposta pelo CDS-PP.

A lista de audições foi elaborada depois de várias acusações ao Governo por alegadas interferências na comunicação social.

O 'caso Mário Crespo' surgiu a propósito de um artigo que o jornalista escreveu com acusações ao Governo e que o Jornal de Notícias não publicou.

O artigo de Mário Crespo, que não saiu na sua habitual coluna à segunda-feira no JN mas foi publicado no site do Instituto Sá Carneiro, acusa membros do Governo de terem falado depreciativamente sobre ele classificando-o como um problema, durante um almoço realizado em Lisboa.

Nas últimas duas semanas, o SOL transcreveu extractos do despacho do juiz de Aveiro responsável pelo caso Face Oculta em que o magistrado considera haver «indícios muito fortes da existência de um plano», envolvendo o primeiro-ministro, para controlar a estação de televisão TVI e afastar Manuela Moura Guedes e José Eduardo Moniz.

A comissão irá ainda abordar a suspensão do 'Jornal Nacional de Sexta' de Manuela Moura Guedes, e os investimentos publicitários do Estado em jornais nacionais.

Da lista de personalidades que serão ouvidos pela comissão parlamentar constam ainda os nomes de José Eduardo Moniz, Armando Vara, o ex-deputado do PS Arons de Carvalho, Manuela Moura Guedes, o assessor da PT Paulo Penedos, o administrador da PT Rui Pedro Soares e as jornalistas do SOL Felícia Cabrita e Ana Paula Azevedo, entre outros.

Lusa / SOL

Desemprego em Portugal aumenta para 10,1%


Há 563 mil portugueses sem trabalho.

Pedro Latoeiro
17/02/10 11:02



Dados do Instituto Nacional de Estatística mostram que 125 mil portugueses ficaram desempregados no ano passado.

A taxa de desemprego aumentou para 10,1% no último trimestre de 2009 e no conjunto do ano situou-se no valor médio de 9,5%, segundo o relatório hoje divulgado pelo INE.

A nível trimestral, a taxa de 10,1% significa um agravamento de 2,3 pontos percentuais (p.p.) face a igual período de 2008 e uma subida de 0,3 p.p. na comparação com os três meses anteriores.

As contas do INE apontam para a existência de 563,3 mil indivíduos sem trabalho em Portugal, o que significa que o desemprego disparou mais de 28% num ano.

Norte (11%), Alentejo (10,5%) e Algarve (10,3%) são as regiões mais afectadas pela escassez de postos de trabalho.

Por faixa etária são os indivíduos com idade entre os 25 e os 34 anos que enfrentam maiores problemas. Há mais de 130 mil desempregados em Portugal com estas características.

*Consulte aqui os dados do INE

Docentes colocados sem nexo




17 Fevereiro 2010 - 00h30

Educação especial: Fenprof responsabiliza ex-ministra da Educação
Docentes colocados sem nexo
Há professores sem especialização e outros que nunca deram aulas a serem colocados pelo Ministério da Educação no acompanhamento de alunos com necessidades educativas especiais. A denúncia é da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), que responsabiliza a ex-Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, por ter adoptado a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, afastando dessa forma cerca de 16 mil alunos da Educação Especial. Para Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, é urgente a alteração da lei, bem como do regime de colocação de professores da Educação Especial.


"Na oferta de escola há muitos professores colocados sem qualquer tipo de experiência com alunos, que nunca deram aulas, e muitos sem qualquer tipo de formação para a Educação Especial", afirmou Mário Nogueira, dando conta de que os professores existentes nos quadros "apenas permitem dar resposta a metade das necessidades, levando a que as escolas recorram a destacamentos e ofertas da escola". Segundo a principal estrutura sindical dos professores, em 2008/09 foram afastados da Educação Especial cerca de 16 mil alunos com necessidades educativas especiais. "A responsabilidade é toda da antiga equipa ministerial, que entendeu que a Classificação Internacional de Funcionalidade Incapacidade e Saúde (CIF) é a única forma de sinalizar estes miúdos", acusou Mário Nogueira.

O secretário-geral da Fenprof alertou ainda para o facto de nas escolas secundárias não existirem quadros para a Educação Especial, problema que urge resolver e para o qual o gabinete de Isabel Alçada deve encontrar uma solução, alterando a legislação em vigor e realizando um novo concurso de colocação de professores no próximo ano.

"Este decreto-lei não pode voltar a ser aplicado no próximo ano lectivo", afirmou Mário Nogueira, reconhecendo, porém, que a CIF "possa ser utilizada como uma das formas de sinalização de alunos".

PORMENORES

FORMAÇÃO PRIVILEGIADA

O Ministério da Educação garante que na colocação de professores para apoiar alunos com necessidades especiais é privilegiada a experiência na área, quando não existam docentes com formação.

MENOS 16 MIL ALUNOS

Quase 50 mil alunos do básico (49 877) – 3,9% de um universo de 1,28 milhões – frequentavam o Ensino Especial em Junho de 2008. O balanço mais recente dá conta de apenas 33 891 (2,85%) entre 1,24 milhões.

SÓ DOIS POR CENTO

Portugal só dá apoio a dois por cento dos alunos, quando a média internacional varia entre 8 e 12 por cento. Dos alunos que frequentam o ensino especial, 31 776 estão integrados em escolas normais e 2115 são em estabelecimentos públicos especializados.

4779 DOCENTES

Este ano lectivo existem 4779 docentes do grupo de recrutamento da Educação Especial, além de 1289 técnicos.





André Pereira com Lusa

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Gestores do PS implicados


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Operação Face Oculta
Gestores do PS implicados
Por Ana Paula Azevedo, Graça Rosendo e Luís Rosa

A corrupção e o tráfico de influências junto do Governo e das empresas públicas. Leia tudo o que o MP diz sobre a ‘Operação Face Oculta’

• As influências movidas por Armando Vara
http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=152551

• José Penedos estava a par de tudo
http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=152545

• Favores na EDP e na Defesa
http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=152546

• Favores no fisco e na GNR
http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=152547

• Manuel Godinho fica em prisão preventiva
http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=152712


Manuel Godinho, presidente da empresa de tratamentos de resíduos envolvida no processo ‘Face Oculta’, beneficiou de uma extensa rede de gestores ligados ao PS para conseguir os melhores negócios em várias empresas participadas pelo Estado.

O DIAP (Departamento de Investigação e Acção Penal) do Baixo Vouga e a Polícia Judiciária (PJ) de Aveiro entendem ter provas de que Armando Vara, vice-presidente do Banco Comercial Português (BCP), juntamente com os gestores Lopes Barreira (Consulgal), Paiva Nunes (EDP Imobiliária), Paulo Costa (Galp) e António Contradanças (Empoderf), Carlos Vasconcellos (Refer), José Penedos (presidente da Rede Eléctrica Nacional) e Paulo Penedos (assessor da Comissão Executiva da PT) ajudaram de forma ilegítima Manuel Godinho e o seu grupo O2 a ganharem concursos públicos naquelas e noutras empresas.

A PJ entende que Armando Vara, Paulo Penedos, Paiva Nunes, Paulo Costa e Carlos Vasconcellos receberam avultadas contrapartidas financeiras
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$$$$$$$$$$ e patrimoniais para ‘abrirem as portas’ daquelas empresas participadas pelo Estado às empresas de Manuel Godinho.

Vara e Lopes Barreira: figuras centrais

Armando Vara e Lopes Barreira

são nomes centrais dessa «rede tentacular», segundo as palavras do DIAP do Baixo Vouga. Amigo de Vara e um dos fundadores da Fundação para a Prevenção e Segurança (polémica entidade que Vara criou enquanto secretário de Estado de António Guterres), Lopes Barreira tem um passado de ligação ao Partido Socialista, ‘mexendo-se’ muito bem nos corredores do poder. Em 1999 foi acusado pelo general Garcia dos Santos, então presidente da JAE (Junta Autónoma de Estradas), de o ter tentado pressionar para contratar militantes socialistas para os quadros daquela empresa pública. Anos antes, a Consulgal, de Lopes Barreira, tinha estado ‘debaixo de fogo’ por ter sido a autora do projecto de renovação da Linha do Norte – obra que, devido a vários erros de vários projectistas, teve um desvio financeiro de mais de 200 milhões de euros.

No processo ‘Face Oculta’, Lopes Barreira é dado como membro de uma «rede tentacular», que, «a troco de vantagens patrimoniais e/ou não patrimoniais» terá exercido a «sua influência junto de titulares de cargos governativos e políticos, titulares de cargos de direcção com capacidade de decisão ou com acesso a informação privilegiada, no sentido de favorecerem» as empresas de Manuel Godinho.

Contactos com governantes

Um mês depois, Lopes Barreira manifestou-se disponível a Godinho para falar com Jorge Coelho,

presidente da Mota-Engil e ex-ministro de António Guterres, no sentido de lhe arranjarem trabalho para as suas empresas. Só em 2008, o grupo O2 facturou mais de 50 milhões de euros, quando no ano anterior não tinham ido além dos 24 milhões de euros.

Além de Coelho, Lopes Barreira afirmou a Godinho que possuía boas relações com o então ministro das Obras Públicas, Mário Lino (peça fundamental para desbloquear o conflito que a REFER tinha com Godinho) e com João Mira Gomes, secretário da Estado da Defesa. O empresário disponibilizou-se para falar com Gomes, seu amigo pessoal, para «espoletar o favorecimento do universo empresarial» do grupo O2 junto das empresas tuteladas pelo Ministério da Defesa, nomeadamente com os Estaleiros Navais de Viana do Castelo – empresa com a qual Godinho se queixava não ter relações comerciais.

Vara apresenta a Godinho administrador da EDP

Armando Vara, por seu lado, apresentou a Godinho um administrador da EDP Imobiliário, chamado Paiva Nunes

– tendo alegadamente solicitado cerca de 10 mil euros em numerário como contrapartida que lhe foram entregues no seu gabinete do BCP, na Av. José Malhoa, em Lisboa. Paiva Nunes, segundo a PJ de Aveiro, terá favorecido as empresas de Godinho em diversos concursos lançados por aquela empresa. Paiva Nunes chegou a pedir a Manuel Godinho que lhe indicasse três empresas para uma consulta ao mercado que o grupo EDP iria realizar, ao que o líder da O2 indicou duas sociedades por si lideradas e um empreiteiro da sua confiança. O objectivo era claro: o grupo de Godinho ganharia o concurso.

Através do gestor da EDP (que chegou a ser candidato do PS à Câmara de Sintra), Godinho ‘chegou’ a Paulo Costa, director de Relações Institucionais da Galp. Costa, que é dado por Paulo Penedos como «amigo de Armando Vara», ligou a Manuel Godinho no dia 3 de Junho de 2009 e discutiu com o gestor da O2 «pormenores capazes de possibilitar o favorecimento» da FRACON – Construção e Reparação Naval, Lda – uma das empresas do grupo O2.

Paiva Nunes e Paulo Costa receberam de Manuel Godinho dois veículos topo gama, tendo o primeiro recebido um Mercedes SL 500 (avaliado em 161 mil euros) e o quadro superior da Galp um Mercedes CL 65 (avaliado em mais de 280 mil euros). A PJ de Aveiro entende que os dois veículos são uma contrapartida pelas decisões dos dois gestores.

Gestor do PS apresenta ‘colega’ a Godinho

Paulo Costa apresentou a Godinho mais um gestor ligado ao PS: José António Contradanças. Ex-dirigente do PS e ex-administrador do Porto de Sines no tempo de Jorge Coelho como ministro das Obras Públicas, Contradanças é agora administrador de uma empresa do grupo EMPORDEF – holding estatal controlada pelo Estado através do Ministério da Defesa.

Contradanças ligou a Manuel Godinho no dia 5 de Junho de 2009, «dando-lhe conta que Paulo Costa lhe havia transmitido que estaria interessado em ser favorecido nos concursos e nas consultas públicas» na área dos resíduos industriais lançados pela empresa IDD – Indústria de Desmilitarização e Defesa, SA., lê-se no mandado de busca a que o SOL teve acesso.

A principal fonte na REFER

Carlos Vasconcellos, ex-administrador do grupo Refer, é mais um gestor público que alegadamente terá sido subornado por Manuel Godinho. Segundo a PJ, Vasconcelos terá recebido de Godinho cerca de 2.500 euros em numerário para que lhe «continuasse a fornecer informação privilegiada sobre o posicionamento, o pensar e o sentir da administração da Refer», segundo se pode ler no mandado das buscas realizadas na passada quarta-feira. Vasconcellos foi uma peça importante na tentativa de afastamento da administração liderada por Luís Pardal. O ex-administrador do grupo REFER, hoje simples funcionário, tinha sido afastado por Pardal depois de a empresa ter descoberto, através de um inquérito interno, o seu envolvimento nos alegados favorecimentos às empresas de Godinho nas adjudicações da gestora da rede ferroviária.

Caso Face Oculta

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A primeira página da edição desta semana do SOL onde se revela que, segundo o Ministério Público de Aveiro, a compra da TVI pela PT era apenas o pontapé de saída para possibilitar a emergência de um grupo de comunicação social favorável ao Executivo.

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Face Oculta 07FEV
Escutas revelam o ‘esquema’ e os negócios
Por Ana Paula Azevedo e Felícia Cabrita
Pode parecer ficção, mas o que ressalta das conversas telefónicas interceptadas no inquérito ‘Face Oculta’ é que um plano dominava a cabeça do primeiro-ministro e de um conjunto de homens da sua confiança ao longo de 2009: controlar a principal comunicação social do país...
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O plano envolveu directamente alguns dos principais gestores da PT e de outros grandes grupos económicos, mas também de bancos – todos qualificados como «os nossos».

O primeiro alvo que surge é a TVI e percebe-se que o «esquema» estava em marcha há quase um ano.

Manuela Moura Guedes, que à sexta-feira abria o Jornal Nacional com notícias sobre o ‘caso Freeport’, era uma das vozes a silenciar. Mas para isso tinham de afastar da estação o director,

José Eduardo Moniz. Armando Vara, quando a estratégia sofreu o primeiro revés, disse a frase certa numa das várias conversas interceptadas: «Esta operação era para tomar conta da TVI e limpar o gajo».

As primeiras escutas com relevância criminal são de Maio de 2009, com Paulo Penedos (advogado, dirigente do PS, assessor na PT e pivô para vários negócios) e Armando Vara (ex-dirigente do PS, muito próximo de Sócrates, e vice-presidente do BCP) a falarem do assunto com vários interlocutores.

No dia 26 de Maio, Penedos recebe um telefonema do administrador executivo da PT para quem trabalha: Rui Pedro Soares (ver biografia na pág. 9), o homem escolhido para ultimar o contrato com o grupo de media espanhol Prisa, que há muito se sabia estar vendedor de 30% da portuguesa Media Capital, dona da TVI.

Rui Pedro pede-lhe para ligar para a secretária de Manuel Polanco (líder da Prisa) na TVI, para «marcar a reunião para a semana, conforme combinado».



PT compra através de fundos

No dia seguinte, 27, Paulo Penedos dá conta dos seus receios a Américo Thomati (presidente executivo do Tagus Park, em representação da PT, a cujo quadro pertence). É que Zeinal Bava, presidente executivo da PT, não queria envolver o nome da empresa na compra e optara por engenharias participadas pelos bancos para a ocultar.

«O Zeinal já arranjou maneira de, não dizendo que não ao Sócrates, fazer a operação de forma que ele nunca aparece» – conta Penedos, explicando que vão «passar uns fundos para Londres». Thomati diz que «então são os fundos que aparecem a comprar». Paulo diz que não está disposto a ficar mal visto no mercado e o outro remata: «Não é conveniente para nenhum».



30% por 90 milhões

No dia 29 de Maio, Rui Pedro Soares diz que esteve «com o Júdice» (o advogado José Miguel Júdice, cujo nome é apenas referido, não existindo escutas de conversas com ele), que pensou outra solução. A Media Capital, empresa-mãe da TVI, detém outras participadas. Se a PT, aliada a parceiros de confiança, dividisse esse ‘bolo’ em fatias, conseguiriam dominar a holding através dos administradores lá colocados pelos vários compradores. Rui Pedro conta como se «inventou uma solução de antologia»: em vez de comprarem 30% da holding, «compram activos em baixo, o que permite que a PT, directamente, possa comprar a internet e a produtora de novelas, e que outras entidades mais inócuas vão comprar 30% da televisão».

Rui Pedro Soares e Paulo Penedos convocam para os ajudar João Carlos Silva (vogal da comissão executiva do Tagus Park e ex--presidente da RTP nomeado por Armando Vara, quando este foi ministro-adjunto de Guterres e tinha o pelouro da Comunicação Social).

No dia 2 de Junho, Rui pede a Paulo para fazer «aquele périplo pelos empresários do Porto, pessoas de confiança». Rui esclarece as contas: vão «comprar 30% por 90 milhões» e «era importante que o João Carlos conseguisse, pelo menos, uma participação de 9 milhões. Em dinheiro seriam 3 milhões, no máximo».

No dia 3 de Junho, Rui Pedro vai a Madrid, negociar com o patrão da Prisa, Manuel Polanco.



Manuela sai, para o entretenimento

No dia 5 de Junho, Penedos fala com um homem não identificado, mas que parece bem informado. Comunica-lhe que, na segunda-feira a seguir, vai ter «um dia lindo, que começa com Zeinal», às 8h45. Ao saber que, na reunião, o tema na mesa é a TVI, o interlocutor diz que «tem-se rido» com o assunto, pois tem «informação privilegiada».

Penedos revela que, quanto a «ela, Manuela Moura Guedes, vai ser anunciado já que vai sair» – «vai para o entretenimento». Moniz é um problema nesta altura ainda não resolvido: «Ele deve ser muito bom porque os espanhóis querem fazer a transição com tranquilidade». Têm medo de, «se o hostilizarem, perderem uma boa operação em Portugal» e afectarem os activos da Media Capital. O que Moniz «não sabe é que já não estão a pedir a cabeça dele». Ou seja, há outras formas de resolver a questão.

A 17 de Junho, Paulo Penedos não tem dúvidas sobre o desfecho do negócio e avisa um certo Luís (alguém que vive fora do país e que não surge identificado) de que «vai haver alterações imprevisíveis na comunicação social». Daí a dois dias, segundo as suas contas, a TVI «vai deixar de ser controlada por Moniz e Manuela».

O tal Luís quer saber se a Media Capital vai mudar de dono. Penedos garante o plano inicial, que apenas compram 30% à Prisa. Mas também poderão comprar o Correio da Manhã a Paulo Fernandes – já que o dono da Cofina, com a quebra das receitas de publicidade, admite desfazer-se do diário se não entrar no negócio da TVI. Pediu «140 milhões, para começar a conversar».



Impresa na mira

A Impresa, grupo de Francisco Pinto Balsemão, também é envolvida. Foram então comunicadas à CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários) duas operações, fora de Bolsa, de compra e venda de acções da holding do fundador do Expresso. A Ongoing, de Nuno Vasconcelos e Rafael Mora (accionistas da PT), compra mais 1,88% da Impresa. O BCP vendeu também a sua participação na Impresa, quase na mesma percentagem.

Paulo Penedos explica ainda ao incógnito Luís: «A confirmar-se a operação da TVI», esta «terá algum fôlego na reorganização da comunicação social, da qual apenas lhe dá um lamiré» – as «transacções do grupo Impresa nas últimas horas». «Está tudo ligado».

A encenação e o jogo psicológico noutras esferas de poder também não são descurados. Entre os sócios do Benfica opositores a Luís Filipe Vieira, surgira o movimento ‘Vencer, Vencer’ que convida Moniz para se candidatar à presidência do clube. O director da TVI admite estar a pensar seriamente no assunto – e Paulo Penedos vê logo aí «um sinal», uma «saída» mesmo.

Em conferência de imprensa, Moniz anuncia que afinal desiste, pois não tem tempo para preparar convenientemente a candidatura.

Paulo Penedos lamenta, mas acha que isso até «foi bom»: acabou por ser uma excelente «cortina de fumo», que já deixou às pessoas a ideia de que o próprio Moniz até está disponível, tem vontade em sair da direcção da TVI sem dramas e conotações políticas.

O negócio com a Prisa está quase fechado. A 19 de Junho, Rui Pedro Soares manda Paulo Penedos tratar de enviar a Manuel Polanco «um documento», por email. Penedos fala com a secretária do líder da Prisa em Madrid, diz-lhe que «é a versão definitiva».



Jantar com Sócrates: ‘é tudo ou nada’

Estava-se a 19 de Junho e Rui Pedro comenta com Penedos que está «tudo a seguir o seu caminho» e que vai «jantar com o 1.º». Telefona três horas depois e conta que «o chefe estava bem disposto».

No dia seguinte, 20 de Junho, Moniz dá uma conferência de imprensa e Paulo faz o relato a Rui: «Não tem nada de pessoal contra o primeiro--ministro» e «terá dito que, se não o ouvirem na alteração ao projecto, sai sem fazer barulho».

Então, conclui Rui, «a abordagem está a correr bem». Mas avisa que há uma alteração de última hora: Sócrates diz que «tem de ser a PT, especificamente, a fazer a operação». Penedos pergunta-lhe se o documento que foi para a Prisa já reflecte isso e a resposta é afirmativa. Rui, aliás, tem viagem marcada para Madrid daí a três dias para fechar o negócio. Penedos desabafa que «é uma situação de risco» e que tem «mais medo do lado interno».

Internamente, porém, a situação parecia salvaguardada. A PT assumia o negócio e Rui seria o substituto de Moniz. Para isso, teria de fazer uma espécie de comissão de serviço na Prisa. Sócrates – que é apelidado pelos seus como o «chefe» ou «chefe maior» – dissera-lhe que tinha de ir para a Prisa «durante três meses». O que ele acata: «O chefe diz que é tudo ou nada e que não pode ficar com a fama e sem o proveito».

Rui Pedro adianta que também «já está escolhido o homem da informação, o Paulo Baldaia» (director da TSF, rádio do grupo Controlinveste, de Joaquim Oliveira, que inclui o DN e o JN).



Notícias colocadas nos jornais

Mas o caso Benfica/Moniz, causara interrogações nos jornalistas e começam a circular informações de que a PT estava na corrida à TVI. Além disso, a súbita mudança de planos obriga a acções rápidas.

A 23 de Junho, terça-feira, Rui Pedro Soares parte para Madrid, num avião a jacto, para ultimar o negócio com a Prisa. Pelo telefone, comenta com Penedos a manchete do Diário Económico (da Ongoing) que satisfaz os seus objectivos. O jornal dá conta de que não apenas a PT, mas também a Telefónica estão na guerra pela Media Capital.

Nesse mesmo dia, a PT é obrigada a fazer um comunicado à CMVM em que admite o interesse estratégico na Media Capital – mas nega ter sido concretizado qualquer acordo.

Rui e Paulo esfregam as mãos: ambos concordam que, dada a forma como as coisas foram feitas, só uma teoria da conspiração anularia a ideia de que se tratou de uma «guerra entre empresas». «Ao menos a notícia já não sai de chofre».

O ego dos dois é enorme e Rui Pedro Soares festeja o rasgo intelectual de ambos: «Podemos escrever um livro e ser pagos a peso de ouro». Com a campanha eleitoral à porta, comenta que merece mesmo ser recompensado pelos seus feitos – depois disto, espera «obter do chefe ‘luz verde’ para lhe tratar da comunicação durante três meses».

Rui telefona para Armando Vara: «O que lhe está a parecer a comunicação?». O homem do BCP não vacila: «Boa».

Mas a rápida inversão de estratégia deixa os mais próximos preocupados. José Penedos (presidente da REN) não percebe, mas o filho explica-lhe que se trata de «uma cortina de fumo para dar a ideia de que há mais interessados e que se trata de algo com mero interesse empresarial para justificar a operação».



‘Isto é que é uma tristeza total’

Conta ainda ao pai como Rui voara para Madrid num jacto particular, com as minutas do contrato na mão, que já lhes tinha enviado por email. Os bancos com que a Prisa trabalha «não estavam a aceitar as condições financeiras» e, «por isso, estão agora a negociar». E adianta: «As minutas não foram feitas por mim mas pelo Bes Investimentos». José Penedos ri-se: «Isto é que é uma tristeza total».

Aos primeiros minutos do dia 24, Paulo Penedos reporta a Rui Pedro Soares as manchetes dos jornais da manhã seguinte, que está a ver nas televisões. Mas Rui, em Madrid, ainda está preocupado com outros imbróglios do negócio. Estão a terminar «um novo documento para o Moniz assinar». Vai mandar-lhe, para Penedos o ler.

A notícia correcta já está em alguns jornais, que não engoliram a história do interesse da Telefónica: o diário i tem como manchete «PT compra 30% da Media Capital». Os comentários sobre Moniz e as más relações com o Governo multiplicam-se e o ambiente começa a ficar tenso.

Rui Pedro Soares e Paulo Penedos apostam que houve fuga de informação. Paulo recebe os ecos da PT, que está dividida. Agora «está toda a gente contra» – «o chairman (Henrique Granadeiro) está contra», «o Zeinal faz isto porque é um profissional, mas está-se a torcer».

Rui Pedro Soares sabe que vai receber ataques, mas continua mais preocupado com José Eduardo Moniz, que ainda não saiu de cena: «Se o Moniz é corrido sem nós entrarmos, é melhor para a PT», mas «é pior para o ‘chefe máximo’».



Um contrato para Moniz

Paulo não tem dúvidas que «os gajos que trabalharam ali espalharam» informações. Por seu lado, Rui já informara quem de direito: «Disse ao Sócrates que tem a noção que andam nisto há dez meses e que só nos últimos dias é que…». Mas o primeiro-ministro tinha uma ideia fixa: «O Sócrates perguntou-me se não era melhor correr com o Moniz antes da PT entrar». Rui garantiu-lhe que não, porque «tem uma grande pára-choques para ele» (o ‘chefe’).

E Penedos: «Custe o que custar em termos de dinheiro, por muito que um gajo possa pensar que o crime compensa ou vamos beneficiar o gajo, o Moniz devia sair confortável para estar calado».

Mas o que os deixa mais moídos são os comentários do socialista Arons de Carvalho no i, ao dizer que teme que a entrada da PT na TVI possa ser vista como tentativa de pressão do Governo: «Parece que põe cá a história toda e, ainda por cima, burro, dá como certa a entrada da PT».

Dia 24 é dia de debate na Assembleia da República, entre Governo e oposição e os homens do plano adivinham que vem aí um ataque a Sócrates.

Ainda em Madrid, com ordens para manter o plano, Rui aguarda a todo o momento a hora em que irá falar com a Prisa. Dá então instruções a Penedos para meter de imediato uma pessoa num avião, para lhe levar o seu computador a Madrid.

Entretanto, pede-lhe que vá ao seu gabinete e entre no seu email – «a password é ‘Sócrates2009». O contrato de Moniz está concluído e tem de ser «entregue a Zeinal».

Falta um minuto para as 11 horas da manhã, quando Fernando Soares Carneiro (outro administrador executivo da PT) telefona a Armando Vara. Recorda-lhe o almoço em que falaram «das perpétuas» (acções de direito perpétuo, que também pode significar golden share) e pergunta ao vice-presidente do BCP quando «termina o prazo». Este responde que «precisam de tomar uma decisão hoje». Fernando diz-lhe que «interessa que esteja a ser analisado o pacote da PT» – Vara responde apenas que «está» e «o outro está mas não é para já».

À mesma hora, Paulo Penedos lê um documento a Rui Pedro Soares. Trata-se de um contrato de prestação de serviços para «consultor» do grupo PT na área dos audiovisuais. Pela conversa de ambos, deduz-se que seria um contrato para Moniz assinar.



Sócrates já falou com Zapatero

Paulo Penedos diz a Rui que Soares Carneiro lhe «disse que o negócio estava feito», pois «ontem à noite o Zapatero (chefe do Governo espanhol) tinha falado com Sócrates».

São três horas da tarde (ainda do dia 24) e Rui Pedro Soares pergunta a Penedos «se a Mediapro já disparou» (trata-se de outro grupo de media espanhol, dono da cadeia La Sexta, que em Maio de 2009 os jornais espanhóis diziam ser alvo do interesse da Prisa, que estudaria uma fusão). Penedos responde: «A informação que há aqui é que dispararam; a Mediapro e as acções da Prisa dispararam 9%».



Como condicionar Cavaco

Ainda na mesma conversa, Rui Pedro Soares equaciona mais uma ideia: «As rádios (da Media Capital) vão ser compradas pela Ongoing e pelo genro de Cavaco» (o empresário Luís Montez).

Penedos comenta que «isso é bom» e pergunta--lhe se é «o autor desta patifaria». Rui Pedro acrescenta, referindo-se a Cavaco, que «é o preço da paz e que esse cala-se logo, fica a cuidar dos netos».

O debate no Parlamento começa por essa altura e Penedos vai relatando o que se passa a Rui Pedro Soares. Diogo Feio, deputado do CDS, pergunta a Sócrates se o Governo está a par do negócio da PT/TVI. E o primeiro-ministro perde a calma, mas nega: «O Governo não dá orientações nem recebe informações da PT».

Rui Pedro pede então a Paulo que vá aos estatutos da PT ver em que circunstâncias a golden share do Estado na empresa tem de dar parecer. Penedos pergunta se o negócio «está fechado ou não». Rui diz que sim, mas, como a questão «Moniz não está fechada», ele também «não fecha» – não quer «cair do cavalo abaixo, deixando a questão do Moniz por assinar antes de assinarmos». «Os gajos estão debaixo de uma pressão terrível pois as acções da Prisa cresceram hoje 14%», acrescenta. Mas chegam à conclusão que «está tudo feito em fanicos».

À noite, Armando Vara recebe um telefonema de outro arguido no ‘Face Oculta’, o empresário Fernando Lopes Barreira, que lhe pergunta se viu «a entrevista da ‘bruxa’» à SIC Notícias (referindo-se a Manuela Ferreira Leite, líder do PSD). Vara responde que não e o amigo comenta que «saiu-se bem».

Vara diz que já ouviu dizer que ela disse que Sócrates mentiu, ao dizer que não sabia de nada. Comentam que «não se dizia uma coisa dessas». Vara diz que «ninguém acredita que não soubesse», diria antes que «foi um erro trágico», «ele tinha de ter dito que não foi oficialmente informado, mas tinha conhecimento disso». Termina a dizer que as cisas vão correr mal e Lopes Barreira responde que não tem a mínima dúvida. No dia seguinte, 25, Cavaco Silva desafia publicamente a PT a esclarecer o que se passa. Zeinal Bava, presidente executivo da PT, vai à RTP dizer que não havia negócio nenhum, apenas uma disponibilidade de ambas as partes. Nos bastidores discute-se: avança-se ou não se avança. Até que Sócrates anuncia que, se a PT prosseguir, o Estado usará a golden share para vetar o negócio.

O plano sofre assim um sério revés, mas não ficaria por aqui.

paula.azevedo@sol.pt

felicia.cabrita@sol.pt
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Ao passar por Coruche
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Sexta-feira, 18 de Dezembro de 2009
O "Bernardo" que não é "Bernardo" o ""Gordo" que não é "O Gordo"

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Eis a foto do primo de Sócrates (encontrei na TVI24 e no IOL Diário por exemplo):
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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

REFORMAS E QUE REFORMAS



Finanças
Teixeira Pinto recebe do BCP reforma vitalícia de 35 mil euros
Ganhou indemnização à cabeça de 10 milhões de euros para deixar grupo


Publico - ECONOMIA -
PUBLICO.PT


Paulo Teixeira Pinto recebeu 10 milhões à cabeça

18.01.2008 - 08h57
Por Cristina Ferreira PÚBLICO

O ex-presidente da comissão executiva (CEO) do Banco Comercial Português (BCP), Paulo Teixeira Pinto, saiu há cinco meses do grupo com uma indemnização de 10 milhões de euros e com o compromisso de receber até final de vida uma pensão anual equivalente a 500 mil euros.

A administração do BCP veio já esta semana informar que o resultado líquido registado no exercício passado, a divulgar na próxima semana, será inferior ao verificado em 2006, quando apresentou lucros de 780 milhões de euros. No terceiro trimestre desse ano o BCP lucrou 523,2 milhões de euros, valor que no período homólogo seguinte baixou para 478,3 milhões de euros (incluindo o abate de nove milhões de euros para custos de reestruturação).

A quebra nos resultados, explicou o BCP num comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), resulta dos gastos realizados no quadro da Oferta Pública de Aquisição (OPA) falhada sobre o Banco Português de Investimento (BPI), mas também dos custos com as reformas dos gestores. Em 2007 Teixeira Pinto foi o único executivo a deixar o grupo, o que aconteceu num quadro grave e complexo de luta de poder entre accionistas (e gestores) pelo seu controlo. Em Setembro, o ex-CEO acabaria por renunciar ao lugar, que ocupava há mais de dois anos, garantindo uma indemnização à cabeça de 10 milhões de euros, o que o impede de voltar a exercer funções em instituições bancárias concorrentes. Teixeira Pinto garantiu ainda o pagamento (ao casal) de uma pensão anual vitalícia da ordem dos 500 mil euros. Ou que dá 35 mil euros por mês, 14 meses por ano.

Quando, na próxima semana, o BCP divulgar as contas anuais de 2007, estas deverão incorporar uma verba de 22 milhões de euros associada à demissão negociada de Paulo Teixeira Pinto, que entrou para o banco em 1995, assumindo a presidência em 2005. Nas contas anuais, o banco contabiliza a verba despendida com o seu anterior presidente logo à cabeça. No site oficial do BCP, está prevista a publicação das contas anuais de 2007 na próxima terça-feira.

O Banco Comercial Português (BCP) voltou ontem a ser fortemente penalizado em bolsa, tendo registado uma desvalorização de quase três por cento, encerrando nos 2,41 euros por acção.

Com o resultado de ontem, e desde a assembleia-geral que elegeu novos órgãos sociais, a instituição agora liderada por Carlos Santos Ferreira já acumula uma queda de 11 por cento. O mesmo é dizer que, nos últimos três dias, o valor de mercado do banco caiu em mais de mil milhões de euros, com a capitalização bolsista a cair de 9,78 mil milhões de euros para 8,70 mil milhões, tendo em conta a cotação de fecho de ontem. Mas, na sessão de ontem, o desempenho dos títulos do maior banco privado português ainda chegou a ser mais negativo: o BCP chegou a estar a perder mais de seis por cento.
Na base desta quebra está, por um lado, a crise financeira internacional que afecta particularmente a banca, mas também os preços-alvo avançados pela UBS e pelo Deutsche Bank. No primeiro caso, o preço justo para o BCP foi fixado nos 1,85 euros e, no segundo, nos 2,20 euros

"Café da Tarde"




"O homem que vê mal vê sempre menos do que aquilo que há para ver; o homem que ouve mal ouve sempre algo mais do que aquilo que há para ouvir."

Friedrich Nietzsche

Partindo destes pressupostos podemos dar inicio ao nosso "Café da Tarde"
Como alguém diria todos nós temos um pouco de Filósofos mas muito pouco percebemos de Filosofia.
“… Sim já sei de onde venho… tudo o que tocam as minhas mãos se torna luz e o que lanço não é mais do que carvão. Certamente, sou uma chama!” – Nietzsche, 1888

Dentro de nós no nosso profundo conhecimento do Homem, tentamos compreeder tanto as reacções como as emoções. Para mim vou envergar pelas emoções tais como as vejo e como as sinto. Mas podemos nós contronar as emoções?

Nada de sistema ou de portentosos tratados, nenhum pedantismo caracteriza os escritos de Nietzsche. Ao contrário, redigiu versos, aforismos, uma prosa de parágrafos curtos, frases secas, certeiras, com extraordinária carga emocional. Realizou uma façanha – era o primeiro pensador moderno da Alemanha a abominar a paixão nacional pelo texto obscuro (religiosamente respeitada pelos intelectuais alemães). Viu-se na pele de um novo profeta: um Zaratustra, o velho mago iraniano, renascido bem no meio da Europa Ocidental. Alguém que vinha anunciar a todos que uma Nova Ordem adviria. E nela, malgrado os crentes, Deus não mais existia! O próprio homem como conhecíamos, desapareceria.

Se foramos em algum dia remoto, como Charles Darwin sugerira, um macaco, o homem de agora era uma ponte, uma passagem para um outro devir a ser: o do Übermensh, o super-homem. Liberto dos entraves do bem e do mal, este novo ser, um titã, um colosso egocêntrico, viria para a conquista futura do mundo. Uma nova raça de homens, recuperando e restaurando as autênticas e primitivas pulsões (bárbaras, violentas, extremadas) sufocadas pela moral convencional e pela religião, levaria tudo de roldão.

Como Proteger Crianças e Jovens Destes Riscos Online?



A segurança de crianças e adolescentes na Internet é hoje alvo da atenção de famílias, escolas e comunidades. Isto para não falar de governos (locais e centrais), empresas do sector das tecnologias de informação, órgãos de comunicação social, etc.

Perigos reais para crianças e jovens na utilização da Internet. De acordo com o relatório final de um programa piloto financiado pela Comissão Europeia em 1999, no âmbito do seu Plano de Acção Para a Utilização Segura da Internet, as preocupações com os perigos associados à utilização da Internet por crianças e jovens, são bem reais e podem ser agrupados em três categorias:

Conteúdos impróprios, legais ou ilegais, tais como a pornografia, pornografia infantil, violência, ódio, racismo e outros ideais extremistas, estão facilmente disponíveis a crianças e jovens através de uma grande variedade de dispositivos. Para além de poderem ser inadequados e prejudiciais a um desenvolvimento harmonioso, podem mesmo ofender os padrões e valores segundo os quais pretende educar os seus filhos ou educandos.


Contactos potenciais por parte de pessoas mal intencionadas, que usam o email, salas de chat, instant messaging, fóruns, grupos de discussão, jogos online e telemóveis para ganharem acesso fácil a crianças e jovens e que poderão desejar fazer-lhes mal e enganá-las, representam uma verdadeira ameaça.


Comércio - práticas comerciais e publicitárias não-éticas que, não distinguindo a informação da publicidade, podem enganar crianças e jovens, promover a recolha de informações que violam a sua privacidade e promover a venda directa a crianças, atraindo-as a fazerem compras não autorizadas.

Seis anos passados, os três C's (Conteúdos, Contactos e Comércio) apontados como as maiores ameaças à segurança online de crianças e jovens, precisam de ser actualizados para incluir:

Comportamentos irresponsáveis ou compulsivos que, aliados ao uso excessivo da tecnologia, podem resultar na redução da sociabilidade e do aproveitamento escolar, podendo mesmo conduzir à dependência. De facto, a American Psychological Association tem vindo a alertar para o facto de que é possível que crianças, jovens e adultos podem tornar-se psicologicamente dependentes da Internet (IAD - Internet Addiction Disorder) e que esta perturbação se pode dar com outras tecnologias como é o caso dos jogos vídeo (online e offline).


Copyright - a violação dos direitos de autor, resultante da cópia, partilha, adulteração ou pirataria de conteúdos protegidos pela lei, tais como programas de computador, textos, imagens, ficheiros de áudio e/ou vídeo, para fins particulares, comerciais ou de plágio em trabalhos escolares ou outros, pode resultar em graves problemas de natureza jurídica e até financeira.
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