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sábado, 3 de setembro de 2022

Montemor-o-Velho, o castelo mais antigo de Portugal

É um castelo imponente numa paisagem verdadeiramente encantadora.

O castelo mais antigo de Portugal encontra-se em Montemor-o-Velho. Fique a conhecer bem esta atração e outras presentes nestas terras.

Existem destinos turísticos fantásticos de norte a sul do país. Há atrações encantadoras escondidas em cidades, vilas e aldeias que se encontram em diferentes pontos de Portugal, por vezes em locais remotos.

Existem pontes medievais, igrejas, mosteiros, conventos e até castelos. Há castelos que se destacam pela sua imponência, outros que se destacam pela sua beleza, outros que se destacam pela sua antiguidade.

O Castelo de Montemor-o-Velho é um exemplar que tem isso tudo. É o ex-libris de um local que tem um conjunto de atrações fantástico, por isso é merecedor de uma visita sua.

Montemor-o-Velho, o castelo mais antigo de Portugal

Localização

O belo concelho de Montemor-o-Velho encontra-se presente no centro de Portugal e integra o distrito de Coimbra. Este concelho faz parte do Baixo Mondego e beneficia de condições fantásticas. É uma região privilegiada em atrações turísticas.

Montemor-o-Velho é um destino com grande valor cultural. Além de deter uma história rica, apresenta um património natural encantador. No entanto, há uma atração especial, o seu castelo é a construção do género mais antiga do país.

 
Montemor-o-Velho, o castelo mais antigo de Portugal

Principais atrações

Este castelo é imponente e trata-se mesmo da maior fortificação do Mondego. Esta é uma atração fantástica para toda a região, o ex-libris da Montemor-o-Velho. Esta fortificação reivindica protagonismo numa paisagem verdadeiramente encantadora.

Beleza

O Castelo de Montemor-o-Velho é uma das mais belas fortificações do país. Esta construção está presente num cenário distinto e incomum. Encontra-se cercado pelos extensos arrozais.

Por isso, a paisagem fica marcada por um tom ora azulado, por vezes verdejante, outras vezes amarelado. Neste cenário deslumbrante, cresce o Arroz Carolino do Baixo Mondego, conhecido por ser um arroz muito versátil e bem saboroso.

Montemor-o-Velho, o castelo mais antigo de Portugal

Características do Castelo de Montemor-o-Velho

O castelo de Montemor-o-Velho é o resultado de uma lenta evolução. Ao longo do tempo, foi realizado um conjunto de melhoramentos que levaram a ter o aspeto que vemos hoje.

O Castelo de Montemor-o-Velho apresenta planta irregular, aproximadamente ovalada. É uma fortificação formada por castelejo original, espaço onde se implantou a torre de menagem que visou proteger a entrada principal, com um amplo recinto muralhado.

Ao longo da muralha, estão erguidas diversas torres. Entre elas destacam-se algumas quadrangulares e de grande porte, existindo também outras de perfil semicircular, mas são menores.

A extensa barbacã envolvente e o chamado cercado norte completam o conjunto apresentado pelo Castelo de Montemor-o-Velho. No interior do castelo, é possível encontrar a Igreja de Nossa Senhora da Alcáçova (construção religiosa de planta longitudinal com três naves de 5 tramos), além de 3 capelas absidais, estando ainda presentes no local Paço das Infantas, torre do relógio, Capela de S. João (extinta).

Posicionamento estratégico

Montemor-o-Velho está localizado numa posição privilegiada. A sua posição estratégica fez com que esta fortificação fosse particularmente cobiçada tanto pelas forças cristãs, como pelas muçulmanas.

Por isso, ao longo da história, este castelo serviu de palco para diversos combates. Por exemplo, foram travados por ali combates no âmbito da Reconquista. Esta realidade fez com que o castelo mudasse de mãos com rapidez.

Montemor-o-Velho, o castelo mais antigo de Portugal

História do Castelo de Montemor-o-Velho

Esta é uma construção de origem muçulmana. Em documentação que remonta ao século X, Montmayur é descrita como uma poderosa fortaleza. Em 990, Almançor (militar e político do Al-Andalus) tomou o Castelo. Mais tarde, em 1006, o castelo foi reconquistado por Mendo Luz.

Com a conquista definitiva de Coimbra pelas tropas de Fernando Magno [1016-1065], rei de Leão, a partir de 1064, a situação estabilizou. Contudo, em 1116-1117 voltou a ser atacado pelas hostes muçulmanas. No final do século XI, foi reedificado por Afonso VI de Castela. D. Teresa e seu filho, D. Afonso Henriques, foram responsáveis pelas novas reformas realizadas no Castelo em 1109. Mais tarde, o Infante D. Pedro mandou-o ampliar.

O Castelo teve uma reforma geral no século XIV. Também realizaram obras de reconstrução no séc. XX. Desde o ano de 1910 que este castelo está classificado como Monumento Nacional (conferir Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136 de 23 junho 1910). Mais recentemente, já na década de 90 do século XX, foi instalada uma casa de chá que ficou localizada entre os muros que restam do Paço das Infantas. Esta obra foi da responsabilidade do Arquiteto João Mendes Ribeiro. 

O papel

Após D. Afonso VI ter entregado Montemor-o-Velho a D. Sesnando Davides em 1071, foi dada a missão de povoamento. Foram dadas as instruções a D. Sesnando Davides para que este povoasse a região. Desta forma, foram atraídos clérigos e leigos que edificaram no espaço igrejas e casas e as hortas e vinhas também enriqueceram o local.

Nesta época, foi realizada uma profunda remodelação da fortaleza. Montemor-o-Velho tornou-se numa peça fundamental na linha de castelos que, em conjunto, de forma articulada, asseguravam a defesa de Coimbra.

No caso do castelo de Montemor-o-Velho, havia o papel de defender a região do Mondego, pondo um fim a eventuais incursões inimigas vindas por mar. 

Coordenadas GPS: 40.17521726675916 N, -8.683919906616211 O. 

Horário de funcionamento:

Todos os dias

Horário de Inverno (novembro a fevereiro): das 9h30 às 17h30.

Horário de verão (março a outubro): das 10h às 18h30.

Antiguidade

Este castelo é tido como o mais antigo de Portugal. No entanto, acaba por ser difícil responder a esta questão com o rigor desejado, face à escassez documental. A certeza sobre essa questão encontra-se “perdida” no tempo. É possível encontrar várias fontes mais recentes que defendem que o Castelo de Montemor-o-Velho se trata do castelo mais antigo do país.

Este será provavelmente o castelo mais antigo de Portugal, embora, não se possa assegurar com certeza. Certo é que se trata de uma fortificação encantadora que carrega em si séculos de história.

Montemor-o-Velho, o castelo mais antigo de Portugal

Ligação com história de Pedro & Inês

Este castelo serviu de palco a uma decisão que traçou o destino de uma relação digna de William Shakespeare, um Romeu e Julieta à portuguesa. A relação de amor de Pedro e de Inês encantou sucessivas gerações e ficou para a história como um relacionamento trágico e inspirador. Foi no interior das muralhas que se tomou a decisão de assassinar Inês de Castro.

Inês era uma jovem muito bela que chamou a atenção de D. Pedro. Iniciaram uma relação enquanto este estava casado com D. Constança. Inês era aia de D. Constança. Com o objetivo de acabar com a relação iniciada entre Inês e o seu marido, D. Constança convidou Inês para madrinha de D. Luís, seu filho. No entanto, D. Luís morreu uma semana depois de nascer, em 1340. D. Constança faleceu anos mais tarde, em 1345, após dar à luz D. Fernando.

D. Pedro ficou viúvo e assumiu o concubi­nato com Inês, algo que escandalizou a corte. A relação com Inês foi muito mal recebida pelo povo. Portugal encontrava-se assolado pela Peste Negra e a relação era vista pelos portugueses como uma manifestação de desinteresse de D. Pedro para com os assuntos do governo. D. Pedro viveu com Inês durante vários anos, indiferente ao que o povo achava das suas ações.

Foi no ano de 1355 que o pai de D. Pedro se reuniu com os seus conselheiros, Pêro Coelho, Álvaro Gonçalves e Diogo Lopes Pacheco. O rei Afonso IV estava contra a união do seu filho com Inês de Castro. Segundo a opinião do rei e dos conselheiros, a relação do casal constituía um perigo para a política portuguesa.

D. Pedro já vivia com Inês há bastante tempo e já tinha tido com ela quatro bastardos. Essa realidade poderia ameaçar a independência do país. D. Pedro estava destinado a ser rei e, se D. Inês se tornasse um dia rainha, havia o receio de que os irmãos de D. Inês pudessem atentar contra a vida do legítimo herdeiro ao trono, o infante D. Fernando (que veio a tornar-se o último rei da Dinastia Afonsina).

Por isso, decidiu-se que a solução passava pelo assassinato de Inês. Foi no dia 6 de janeiro de 1355 que Inês foi condenada à morte num julgamento sumário que decorreu no Castelo de Montemor-o-Velho.

No dia seguinte, D. Afonso IV chegou a Coimbra, na companhia dos seus conselheiros armados. A morte de Inês concretizou-se no dia 7 de janeiro de 1355, no Paço de Santa Clara, em Coimbra. Inês foi degolada em Coimbra, num momento em que D. Pedro andava à caça. D. Pedro revoltou-se contra o seu pai e iniciou-se uma guerra civil. Após meses de conflito, coube à rainha D. Beatriz intervir e conseguiu selar um acordo de paz, em agosto de 1355.

D. Afonso IV morreu em 1357 e D. Pedro subiu ao trono. Nesse momento o novo rei procurou vingar-se dos assassinos de D. Inês. Em junho de 1360, o Rei D. Pedro declarou em Cantanhede, perante testemunhas, que se teria casado com D. Inês, em 1354, secretamente, legitimando assim os filhos do casal e legalizando a relação com Inês.

D. Pedro conseguiu vingar-se, pelo menos em parte. Primeiro, pediu a extradição de Pêro Coelho e Álvaro Gonçalves. Os dois homens foram apanhados e executados em Santarém. D. Pedro ordenou ao carrasco que se retirasse o coração pelo peito a Pêro Coelho, enquanto o coração de Álvaro Gonçalves foi arrancado pelas costas. Diogo Lopes Pacheco conseguiu escapar da sede de vingança de D. Pedro, após fugir para Aragão e encontrar refúgio em França.

D. Pedro ficou com o cognome de “O Cruel”. D. Pedro mandou construir em Alcobaça um túmulo destinado a recolher os restos mortais de D. Inês de Castro, a sua eterna amada. O corpo de Inês foi então transladado. Passou do Mosteiro de Santa Clara de Coimbra para o Mosteiro de Alcobaça. No momento foi realizado um cortejo composto por mais de mil homens e mulheres com velas acesas.

Montemor-o-Velho, o castelo mais antigo de Portugal

A lenda

Diz-se que D. Pedro mandou colocar o cadáver de D. Inês num trono. Além disso, colocou a coroa real sobre o crânio dos restos mortais de Inês e obrigou todos os nobres a beijarem a mão do cadáver, algo que fizeram, pois encontravam-se sob ameaça de morte. Por isso, diz-se que Inês foi rainha depois de morta. D. Pedro faleceu a janeiro de 1367.

No seu testamento, estavam dadas indicações para que o seu cadáver fosse levado para Alcobaça e fosse colocado no túmulo que mandara construir junto ao de D. Inês de Castro. Os túmulos ainda hoje permanecem juntos, colocados frente a frente. Uma posição que permite que “possam olhar-se nos olhos, quando despertarem no dia do juízo final”, como reza a lenda.

Igreja de Santa Maria da Alcáçova

Esta construção é uma invocação a Nossa Senhora da Assunção. A Igreja de Santa Maria da Alcáçova está presente perto do muro interior do castelo, na parte sul. Este templo foi mandado edificar em 1090, pelo Presbítero Vermudo, por ordem do Conde D. Sesnando.

No entanto, foi reedificada definitivamente no primeiro quartel do século XVI, numa obra que ficou a cargo do arquiteto Francisco Pires, sob a ordem do bispo-conde D. Jorge de Almeida.

Convento de Nossa Senhora dos Anjos

Esta casa conventual teve origem numa pequena ermida que pertenceu a Diogo da Azambuja. No séc. XX, foi intervencionado e classificado como Monumento Nacional. A planta deste espaço é composta por igreja, sacristia, cozinha, refeitório, claustro, sala do capítulo, celas, portaria e outras dependências.

Capela de São João Batista

O edifício atual é resultado de uma reforma do século XVIII. A torre sineira, de forma bolbosa, foi alterada no século XIX. A torre sineira apresenta dois sinos: um deles está datado de 1879 e é proveniente do fundidor Joaquim Dias de Campos, enquanto o outro sino foi fundido no mesmo ano por Sorrilha.

Capela de Santo António de Montemor-o-Velho

Este templo situa-se no castelo, junto à torre do relógio. Atualmente, a capela encontra-se em avançado estado de degradação, está destelhada e reduzida às paredes.

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