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quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Carta enterrada em Auschwitz revela os horrores "que a mente humana não consegue imaginar"


Uma carta escrita por um dos milhões de judeus que sofreram às mãos do regime nazi esteve enterrada durante décadas. Descoberta nos anos 80 e agora decifrada, relata os horrores vividos por um prisioneiro forçado a mover os cadáveres de outros prisioneiros em Vernichtungslager Auschwitz-Birkenau (picture-alliance/dpa)

Auschwitz.
Entrance to the Auschwitz-Birkenau Nazi death camp
A história é contada pela publicação alemã Deutsche Welle. Marcel Nadjari, um comerciante judeu residente na Grécia e que foi depois deportado pelo regime nazi para o campo de concentração na Polónia, enterrou a carta dentro de uma garrafa, na esperança de que um dia alguém pudesse ficar a saber os horrores que ali vivera.
Sculpture on tracks at Auschwitz-Birkenau (picture alliance/dpa/F. Schumann)

A mensagem estava quase ilegível quando o objecto foi descoberto, na década de 1980. Contudo, através de uma recente técnica de decifração de imagens, as palavras tornaram-se perceptíveis.
Decifrada a carta que revela pormenores sobre a terrível experiência em Auschwitz, conhecido como "o campo dos horrores", o historiador Pavel Polian prepara-se agora para publicar as descobertas na edição deste mês da revista do Instituto de História Contemporânea de Munique.
KZ-Auschwitz Aufzeichnungen eines Häftlings

Griechenland Die Jüdische Gemeinde Thessaloniki
Nadjari foi um dos sobreviventes do Holocausto. Mudou-se depois para os Estados Unidos, onde morreu em 1971. No campo de concentração, era um dos prisioneiros que retiravam os cadáveres das câmaras de gás e os queimavam num crematório.
Segundo a publicação alemã, Nadjari refere várias vezes, ao longo do texto, a vontade que teve de ir, também ele, para uma das câmaras de gás e morrer ali. A única motivação que o levou a não cometer suicídio foi o desejo de vingança.
"Todos sofremos coisas aqui que a mente humana não consegue imaginar", é uma das passagens destacadas pela publicação alemã.
O historiador russo que tratou a carta de Nadjari refere que este e outros documentos, enterrados também por judeus que estavam naquela unidade, são "os mais importantes" para compreender melhor o que aconteceu durante o Holocausto.

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