25 de Abril de 1974
“Aqui Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas. As Forças Armadas Portuguesas apelam para todos os habitantes da cidade de Lisboa no sentido de recolherem a suas casas, nas quais se devem conservar com a máxima calma”. Foi com este texto, lido aos microfones do Rádio Clube Português pelo locutor de serviço Joaquim Furtado, que às 4 da manhã do dia 25 de abril de 1974 o povo português tomava conhecimento de que uma revolução estava em marcha, e que a ditadura do Estado Novo terminava. Cerca de uma hora antes, já as instalações da RTP no Lumiar haviam sido também ocupadas pelo MFA. A RTP seria mesmo uma das protagonistas desse dia histórico, primeiro através de serviços noticiosos que iam relatando a sucessão de acontecimentos, depois com reportagens de rua acompanhando os militares e o povo que se concentrava em frente ao Quartel do Carmo, e finalmente, já por volta da uma da manhã do dia 26, sendo o palco da comunicação ao país da Junta de Salvação Nacional. Nos dias seguintes, durante toda a semana que medeou até às grandes manifestações do 1º de maio, a RTP marcaria igualmente presença diária na casa dos portugueses relatando de perto todos os eventos históricos que se sucederam: a prisão dos agentes da PIDE/DGS, a libertação dos presos de Caxias, as manifestações populares, o regresso dos exilados Mário Soares e Álvaro Cunhal. Era um Portugal novo que nascia e, num certo sentido, também uma televisão diferente que começava. Fotografia de Eduardo Gageiro.
Fotografia tirada por ocasião da reunião da Junta de Salvação Nacional no Palácio da Cova da Moura, em Lisboa, com a presença de Galvão de Melo, Pinheiro de Azevedo, António de Spínola, Costa Gomes, Diogo Neto e Silvério Marques.
https://arquivos.rtp.pt/conteudos/dicionario-de-abril-letra-j-de-junta-de-salvacao-nacional/
Décimo primeiro duma série de pequenos programas dedicados ao 25 de abril de 1974, e ao período de instauração do regime democrático em Portugal, produzidos a partir de imagens de arquivo. Este programa destaca a importância da publicação do documento do "Grupo dos Nove", conjunto de oficiais que representavam a ala mais moderada do MFA, e também o papel desempenhado pela canção "Grândola, Vila Morena" de Zeca Afonso, uma das senhas que os militares usaram para a revolução do 25 de abril.
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