Rancheiro
Desde a
minha mocidade que descobri que por terras do Oeste sejam elas da família Bonança
ou outra, não se pode carregar vacas/bois sem que haja uma ajuda da família ou
dos restantes rancheiros.
O dono do rancho
tratava de todo o trabalho, da logística para manter o rancho no bom caminho, não
menos árduo a rancheira tratava da lida da casa dos gaiatos e alertava para
falta de alimentos.
De tempos em
tempos, avaliava-se as confrontações sejam pela falta de espaço ou pela água,
bem essencial para sobrevivência dos animais. Entrava então a figura do
banqueiro que analisava a solidez do projecto e dava ou não o seu aval à
concretização da compra, muitos interesses estavam em jogo logo não molestar as
forças vivas do condado.
Assim no
poeirento Oeste onde a lei que predominava era do mais forte em muitos dos
casos os caciques (pistoleiros) tratavam da saúde de uns quantos que por ali
andavam a “seriquitar” e assim a vida voltava à normalidade se bem que o
sentido de normalidade será uma figura dada pela maioria e nunca pela razão.
Para
colmatar algumas más vizinhanças poderiam mesmo sacrificar alguns
(guarda-vacas) mas nunca atingindo o dono rancho esse era impoluto e de uma
outra linhagem.
Com o sol
pela planície e na sua cadeira de baloiço bem recostado, a vida segue com ou
menos solavancos desde que o guardador de vacas seja o sacrificado.
[No Oeste
Alentejano]
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