Puebla de Senabria (1977)
Era uma tarde como tantas outras,
em casa junto à mesa redonda que se encontrava na sala de televisão das poucas
reuniões familiares que tínhamos, devido não só aos horários dos pais como dos
nossos, nesse dia foi-nos anunciado que iríamos inaugurar uma tenda que tinha
acabado de ser desembrulhada vinda de Andorra.
Nada disto seria notícia, se não
fosse o facto de a tenda ser bem pequena (canadiana) e nós sermos quatro,
(16/15/14) e o Pai e ser no mês de Março/Abril de 77.
Hoje vamos todos à janela do
RT-74-95 um Austin 1300 azul. Era sempre uma guerra nas viagens que nos
separavam de Bragança a Montemor-o-Velho, que fazíamos duas a três vezes por
ano.
(Hoje ao ouvir a noticia que o
TGV iria chegar perto de Bragança) Puebla da Senabria veio-me à memória esse
acampamento da estreia da nossa “canadiana”. Estávamos nas férias da Páscoa,
altura ideal para acampar por estes lados. Frio, vento e chuva foi um teste e
pêras, mas ficamos a saber que a “canadiana” não metia água.
Ao olhar para trás vejo-me eu e
meus irmãos como galinhas na porta espreitando para o desconhecido, água e uma
serra enorme à nossa frente. Perguntamos ao meu Pai se a água era quente do fumo que se via! A chuva não nos deixava sair por isso ficamos ali
contemplando o horizonte até onde a vista nos deixava ver. E assim adormecemos
e de manhã respondendo à pergunta do meu Pai; Voltamos? Em uníssono respondemos
sim. Era este amor que ele tinha pela natureza, pelo campismo, as viagens, as
conversas sempre no RT-74-95.
Próxima viagem – 70kg de ferro até Monte Gordo.
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