O antes e depois de Sharbat Gula: à esquerda, a foto de Shabat enquanto jovem, que foi capa da National Geographic; à direita, Shabat 17 anos depois STEVE MCCURRY
Sharbat Gula foi detida no Paquistão por posse de documentos de identificação falsos. O nome será conhecido por poucos, mas esta mulher afegã era a jovem de enormes olhos verdes que, em 1984, fez capa da revista National Geographic e que se tornou, por via desta, um dos símbolos do povo do Afeganistão na altura em que o país se encontrava sob ocupação soviética.
Ficou conhecida mundialmente por uma foto da National Geographic.
O tempo passou e, depois de 17 anos de pesquisas, o fotógrafo americano autor da capa de 1984, Steve McCurry, voltou a encontrar Sharbat Gula em 2002, numa aldeia isolada do Afeganistão. Estava casada com um padeiro e tinha três filhos.Agora, a notícia da sua detenção no Paquistão veio mostrar também que Sharbat seguiu o caminho de centenas de milhares de compatriotas, procurando refúgio no Paquistão, que faz fronteira com o Afeganistão, e onde estão oficialmente registados 1,4 milhões de refugiados afegãos.
No ano passado as autoridades paquistanesas acusaram-na de possuir documentação falsa. Agora a sua detenção foi confirmada à AFP por um responsável da autoridade nacional de registos civis.Em caso de condenação arrisca-se a uma pena de sete a 14 anos de prisão e a uma multa que pode ir de três mil a cinco mil dólares (2757 a 4595 dólares).
Durante 18 anos não passou uma semana em que Steve McCurry não tenha recebido uma carta a pedir informações sobre a jovem afegã que fotografou, em 1983, na fronteira do Afeganistão com o Paquistão. O fotógrafo da agência Magnum trabalhava, na altura, numa história sobre os milhões de refugiados que deixaram o Afeganistão durante a invasão soviética. Depois de fotografar aquela rapariga de cerca de 12 anos, olhos verdes enormes e assustados, o campo de refugiados onde ela estava foi evacuado.
A foto foi publicada dois anos mais tarde, em 1985, na capa da revista "National Geographic" e tornou-se rapidamente a foto mais famosa da revista. Um ícone que, como recordava o fotógrafo antes de a reencontrar, "foi usada em tapetes e tatuagens, tornando-se uma das fotos mais reproduzidas do mundo".
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