Muitas das obras públicas,
em países corruptos como Portugal, servem para camuflar avultados desvios de
dinheiro público, já para não falar nos casos das obras públicas inúteis que só
por si, já são um desvio de dinheiro público.
Oriente/ Aeroporto - As empreitadas do Metro de
Lisboa relativas ao troço entre Oriente/Aeroporto da Linha Vermelha apresentam
um desvio financeiro de 18 milhões de
euros.
Esta auditoria, relativa ao
período entre 2006 e 2012, surge na sequência de uma denúncia anónima remetida
ao Tribunal de Contas dando conta de eventuais ilegalidades cometidas pelo
Metropolitano de Lisboa (ML). Foram denunciadas várias situações que,
alegadamente, configuravam a violação da lei vigente em matéria de contratação
pública e de empreitadas de obras públicas e reflectiam irregularidades
graves na gestão dos dinheiros públicos, segundo revela a auditoria.
Segundo dados de facturação
disponibilizados pela empresa Metro de Lisboa ao Tribunal de Contas, o valor
contratual inicial para a linha vermelha era de 118,105 milhões de euros sendo que o valor final pago
foi de 136,183 milhões de euros,correspondentes
a um desvio de 15,3%. O desvio financeiro é detectável quer no contrato de
elaboração do projecto, quer na prestação de serviços de revisão de projecto e
na execução da empreitada.
"Em três casos foi
ultrapassado 30% do valor inicial e em dois deles 40% desse valor", pode
ler-se no relatório de auditoria. O mesmo relatório aponta ainda o dedo ao
atraso em mais de dois anos para a entrada em funcionamento das novas estações.
(...) Nesta empreitada, o TC afirma que existiu uma alteração "do objecto
da empreitada a meio da sua execução, sem
fundamento jurídico e sem autorização pelo órgão competente, sendo
relevante para efeitos de responsabilidade financeira na gestão dos dinheiros públicos".
Túnel do Marquês - "A auditoria do
Tribunal de Contas (TC) sobre a empreitada do Túnel do Marquês, em Lisboa,
revela que o executivo do presidente da câmara do PSD, Santana Lopes, não respeitou “princípios e normas legais”.
TC aponta que a despesa global desta obra poderá ultrapassar os 28 milhões de euros.
Segundo o relatório divulgado quarta-feira, a gestão da empreitada do túnel do
Marquês por parte da Câmara Municipal de Lisboa tem revelado inúmeras "deficiências",
administrativas e financeiras.
Entre as deficiências
encontradas, o Tribunal de Contas sublinha «falta de transparência»
nas decisões tomadas, faltando o suporte escrito dessas mesmas
decisões e sendo estas baseadas em insuficiente fundamentação."
Metro no Terreiro do
Paço - teve
uma derrapagem financeira superior a 31
milhões de euros, conclui um relatório do Tribunal de Contas (TC),
que acusa o Metropolitano de Lisboa de má gestão dos dinheiros públicos. No
balanço da auditoria, o TC imputa culpas ao Metropolitano pelo recurso ao
ajuste directo, pelo modelo de financiamento escolhido e pela falta de
organização administrativa e financeira da empresa. Segundo o Tribunal, o custo
final da obra foi cerca de 78,5 milhões
de euros, enquanto a previsão inicial era de cerca de 47,3 milhões. Neste item, o TC frisa
que "o que se apresenta como de acentuada gravidade" no pagamento
destes prémios não é "qualquer ilegalidade ou irregularidade
financeira", mas a "deficiente
gestão dos dinheiros públicos", uma vez que o Metro pagava
os prémios regularmente por "antecipação do prazo de conclusão das
obras".
No relatório, os auditores
apontam a "falta de transparência" do Metropolitano
na informação que disponibilizaram ao Tribunal, que chegou "de forma
fragmentada, divergente, sem coerência e a conta-gotas". O TC diz mesmo
que o Metropolitano é "uma empresa na qual o sistema de controlo interno é
ineficaz e na qual o departamento de auditoria em nada contribuiu para colmatar
esta situação". "A falta de fiabilidade e de idoneidade da informação
financeira disponibilizada pelo Metropolitano de Lisboa ao Tribunal de Contas
merece sérias reservas", refere o relatório. Artigo completo
Em 2011 - Se o Estado tivesse
cumprido os orçamentos de algumas das grandes obras públicas da última década,
teria poupado 1.393 milhões de euros, o
suficiente para pagar o troço de alta velocidade entre Poceirão e Caia. De
resto, só as derrapagens nas concessões rodoviárias do Norte e Oeste - 319
milhões - seriam suficientes para suportar o projecto do Metro
Mondego. O DN fez as contas: somando os custos acima do previsto nas obras
das auto-estradas sem custos para o utilizador (Scut, 838 milhões de euros),
dos estádios municipais do Euro 2004 (187 milhões), da Linha Amarela do Metro
de Lisboa, Campo Grande-Odivelas (127 milhões), do Aeroporto Francisco Sá
Carneiro (93 milhões), da Casa da Música (69 milhões), da Ponte Rainha Santa
Isabel (38 milhões), do Túnel do Terreiro do Paço (29 milhões) e do Túnel do
Rossio (12 milhões) chega-se aos tais 1393 milhões. fonte
2014 - Autarquias devem quase 400
milhões à construção. Nem com o Programa de Apoio à Economia Local (PAEL) as
autarquias liquidam a tempo as dívidas que têm para com as construtoras.
MAIS CASOS DE DERRAPAGENS, LEIA-SE CORRUPÇÃO OU INCOMPETÊNCIA ·
UM CASO ESPECIAL SEM EXPLICAÇÃO ·
UM CASO RARO DE RAPINAGEM? PARQUE ESCOLAR PORTUGAL ESTÁ NO TOP DOS QUE
MAIS DERRAPAM, A INCOMPETÊNCIA E CORRUPÇÃO ESBANJAM MUITOS MILHÕES DE
IMPOSTOS, A TODOS NÓS
As derrapagens não são
inocentes, favorecem alguns, lesando sempre o contribuinte.
Os nossos governantes sabem
de tudo isto mas nada fazem para mudar a situação, é uma festa onde todos eles
ganham, menos o contribuinte que paga e nunca sabe de nada.
"O grande embuste do preço
das obras públicas
Os preços de boa parte das obras públicas em Portugal são feitos com base numa
sucessão de mentiras. A começar no preço inicial ditado pelo dono da obra e a
acabar nas propostas das construtoras.
A derrapagem dos custos das
obras é um dos "emblemas" da administração pública portuguesa. A
regra é a derrapagem, a excepção é a coincidência entre o valor posto a
concurso e o preço real da empreitada.
Toda a gente sabe que é
assim: desde os organismos do Estado e as câmaras, aos projectistas e
construtoras.
E todos aprenderam a viver
num sistema em que a simulação, a hipocrisia e a mentira constroem uma nebulosa
de interesses e conluios onde tudo é possível e o rigor orçamental sai de
rastos.
Por
vezes, refere Ponce Leão, presidente do IMOPPI, "a culpa é dos
três" (da construtora, do projectista e de quem encomenda), mas
importa "olhar com muita atenção para o projecto, e quem comanda o
projecto é o dono da obra". O líder da AICCOPN vai mais longe: "O
dono da obra não planeia bem, subavalia os custos e, por vezes, não sabe o que
quer". Esta indefinição leva a uma das práticas mais frequentes nas
câmaras - o efeito "já agora" -, como admitiu o autarca poveiro
Macedo Vieira; trata-se de aproveitar a asfaltagem de uma rua, por exemplo,
para, "já agora", mudar os postes de electricidade e as papeleiras,
alcatroar as ruas adjacentes e por aí fora, subvertendo completamente o
projecto e o custo iniciais.
Desvalorizar o projecto
Rui Furtado, da empresa de
engenharia Afaconsult, fala em "subavaliações drásticas" dos preços
das empreitadas feitas por quem lança o concurso, e Helena Roseta, presidente
da Ordem dos Arquitectos, acusa mesmo os organismos públicos
contratantes de fazerem uma "subavaliação deliberada e intencional dos
custos finais, por razões que se prendem com as condicionantes orçamentais e
com a aceitação pública das obras que se pretendem lançar".
Em resumo, a grande mentira
dos preços das obras públicas começa com a definição inicial,
"política" e completamente irrealista, do valor das empreitadas. É
uma forma de "resolver", com preços mentirosos, um problema tão
simples como o levantado por Rui Furtado: "Se se dissesse, à partida, que
o CCB ou a Casa da Música custavam 30 ou 40 milhões de contos, não se
faziam!".
O segundo passo para o
embuste dos preços está em projectos pouco rigorosos e incompletos.
Um problema que decorre, em boa parte, da suborçamentação das obras por parte
dos organismos públicos e do pouco investimento que é feito nas fases que
antecedem as empreitadas, decisivas para o controlo dos custos.
A desvalorização do projecto
pelo dono da obra pode ter consequências dramáticas. Para ganhar
concursos e assegurar trabalho, os projectistas concorrem por preços
"impossíveis", com base em tabelas de há três décadas actualizadas em
1986, e com descontos que chegam aos 50 por cento, disse ao PÚBLICO uma
empresa do ramo. Resultado: depois do concurso ganho, ou as empresas
arranjam maneira de chegar ao preço justo, ou recorrem a "soluções"
rápidas de cálculo que, por falta de rigor e ao jogarem pelo seguro, implicam
maiores gastos de betão, de ferro e outros materiais, provocando derrapagens
que podem chegar até aos 30 por cento do custo da obra.
A ficção dos preços
completa-se com as construtoras. "Para uma obra de três ou quatro milhões
de contos, aparecem propostas de dois milhões ou pouco mais, porque o
construtor sabe que, ganhando a obra, depois pode conseguir na
secretaria algumas coisas", refere Reis Campos, da AICCOPN. A crise em
que vive o sector potencia esta inclinação para propostas demasiado baixas,
inferiores, em muitos casos, ao preço-base de referência que, em Portugal, é
tido como um valor mínimo.
Gerardo Saraiva, líder da
secção do Norte da Ordem dos Engenheiros, coloca a questão nos seus devidos
termos: "Muitas vezes, as construtoras apostam o seu orçamento
precisamente nas debilidades e indefinições do projecto". Assim, diz
Reis Campos, "há obras paradas porque, mal o construtor pega na
empreitada, entra quase imediatamente em conflito com o dono da obra",
à procura de um furo para "corrigir" o preço. As
centenas de faxes dirigidos ao dono da obra pela construtora
da Casa da Música, ao tomar conta da empreitada, ilustra a estratégia de
"criar casos" que abram a porta às revisões de preços, por trabalhos
a mais e todo o tipo de expedientes que corrijam valores contratados demasiado
baixos." Fonte
Mais
exemplos de despesismo e má gestão, que sustentamos
2.O caso da piscina de
Braga.
3.O caso dos candeeiros do
Siza Vieira
4.O caso do pombal escolar
5.O caso da casa de
cinema
6.O caso do pavilhão de
Viana
7.O caso das pistas
para carros
8.O auditório de
Viana
9.As piscinas da Azambuja
11.
Novo edifício da Policia Judiciária em
Lisboa. A segunda tentativa.
12.
Piscinas sem nadadores, só para
fazer dinheiro?
13.
Parque empresarial... sem empresas?
16.
Império de
Braga
17.
Luxos de
Braga
18.
As
birras
19.
O abuso
20.
O abuso
continua
23.
O caso da
Madeira
24.
O exagero
27.
Madeira, por
ser pobre, recebe subsídio de insularidade? Pago pelos
continentais RICOS?
Segundo o relatório divulgado quarta-feira, a gestão da empreitada do túnel do Marquês por parte da Câmara Municipal de Lisboa tem revelado inúmeras "deficiências", administrativas e financeiras.
Os preços de boa parte das obras públicas em Portugal são feitos com base numa sucessão de mentiras. A começar no preço inicial ditado pelo dono da obra e a acabar nas propostas das construtoras.
Por vezes, refere Ponce Leão, presidente do IMOPPI, "a culpa é dos três" (da construtora, do projectista e de quem encomenda), mas importa "olhar com muita atenção para o projecto, e quem comanda o projecto é o dono da obra". O líder da AICCOPN vai mais longe: "O dono da obra não planeia bem, subavalia os custos e, por vezes, não sabe o que quer". Esta indefinição leva a uma das práticas mais frequentes nas câmaras - o efeito "já agora" -, como admitiu o autarca poveiro Macedo Vieira; trata-se de aproveitar a asfaltagem de uma rua, por exemplo, para, "já agora", mudar os postes de electricidade e as papeleiras, alcatroar as ruas adjacentes e por aí fora, subvertendo completamente o projecto e o custo iniciais.
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