…e assim vai o mundo… como se cortam os tentáculos deste polvo imenso???
Os arautos da transparência, têm como adjunto do primeiro-ministro, o
senhor Carlos Moedas, que se veio agora a saber ter 3 empresas ligadas
às Finanças, aos Seguros e à Imagem e Comunicação, tendo tido
como sócios, Pais do Amaral, Alexandre Relvas e Filipe de Button a quem
comprou todas as quotas em Dezembro passado. Como clientes tem a Ren, a
EDP, o IAPMEI, a ANA, a Liberty Seguros entre outros. Nada obsceno para
quem é adjunto de PPC !!! E não é que o bom do Moedas até comprou
participações dos ex-sócios para "oferecer" o bolo inteiro à
mulher???!!!!. Diz ele à Sábado. Não esquecer ainda que o Carlos Moedas é
um dos homens de confiança da Goldman Sachs, a cabeça do Polvo
Financeiro Mundial, onde estava a trabalhar antes de vir para o
Governo. Também o António Borges é outro ex-dirigente do Goldman e que
agora está a orientar(!?!?) as Privatizações da TAP, ANA, GALP, Águas
de Portugal, etc.
Adoro estes liberais de trazer por casa, dependentes do Estado, quer
para um emprego, quer para os seus negócios. Lamentavelmente, a
política económica suicidária da UE, que resultou nas tragédias que ja
todos conhecem, acresce a queda do Governo Holandês (ironicamente,
acérrimo defensor da austeridade) e o agravamento da recessão em
Espanha. Por conseguinte, a zona euro vê o seu espaço de manobra cada
vez mais reduzido e os ataques dos especuladores são cada vez mais
mortíferos. Vale a pena lembrar uma vez mais que o Goldman and Sachs, o
Citygroup, o Wells Fargo, etc. apostaram biliões de dólares na implosão
da moeda única. Na sequência dos avultadíssimos lucros obtidos durante a
crise financeira de 2008 e das suspeitas de manipulação de mercado que
recaíam sobre estas entidades, o Senado norte americano levantou um
inquérito que resultou na condenação dos seus gestores. Ficou também
demonstrado que o Goldman and Sachs aconselhou os seus clientes a
efectuarem investimentos no mercado de derivados num
determinado sentido.Todavia, esta entidade realizou apostas em sentido
contrário no mesmo mercado. Deste modo, obtiveram lucros de 17 biliões
de dólares (com prejuízo para os seus clientes). Estes predadores
criminosos, disfarçados de banqueiros e investidores respeitáveis, são jogadores de póquer que jogam com as cartas marcadas e, por esta via,
auferem lucros avultadíssimos, tornando-se, assim, nos homens mais
ricos e influentes do planeta. Entretanto, todos os dias são
lançadas milhões de pessoas no desemprego e na pobreza em todo o
planeta em resultado desta actividade predatória. Tudo isto,
revoltantemente, acontece com a cumplicidade de governantes e das
autoridades reguladoras. Desde a crise financeira de 1929 que o Goldman
and Sachs tem estado ligado a todos os escândalos financeiros que
envolvem especulação e manipulação de mercado com os quais tem sempre
obtido lucros monstruosos. Acresce que este banco tem armazenado
milhares de toneladas de zinco, alumínio, petróleo, cereais, etc., com o
objectivo de provocar a subida dos preços e assim obter
lucros astronómicos. Desta maneira, condiciona o crescimento da
economia mundial, bem como condena milhões de pessoas a fome. No que
toca a canibalização económica de um país a fórmula é simples: o
Goldman, com a cumplicidade das agências de rating, declara que um
governo está insolvente, como consequência as yields sobem e obriga-o,
assim, a pedir mais empréstimos com juros agiotas. Em simultâneo impõe
duras medidas de austeridade que empobrecem esse pais. De seguida, em
nome do aumento da competitividade e da modernização, obriga-os a abrir
os seus sectores económicos estratégicos (energia, águas, saúde,
banca, seguros, etc.) às corporações internacionais. Como as empresas
nacionais estão bastante fragilizadas e depauperadas pelas medidas de
austeridade e da consequente recessão não conseguem competir e acabam
por ser presa fácil das grandes corporações internacionais. A
estratégia predadora do Goldman and Sachs tem sido muito eficiente. Esta
passa por infiltrar os seus quadros nas grandes instituições
políticas e financeiras
internacionais, de forma a condicionar e manipular a evolução política e
económica em seu favor e em prejuízo das populações. Desta maneira,
dos cargos de CEO do Banco Mundial, do FMI, da FED, etc. fazem parte
quadros oriundos do Goldman and Sachs. E na UE estão: Mário
Draghi (BCE), Mário Monti e Lucas Papademos (primeiros-ministros de
Itália e da Grécia, respectivamente), entre outros. Alguns
eurodeputados ficaram estupefactos quando descobriram que alguns
consultores da Comissão Europeia
bem como da própria Angela Merkel, tem fortes ligações ao Goldman and
Sachs. Este poderoso império do mal, que se exprime através de
sociedades anónimas, está a destruir não só a economia e o modelo
social, como também as impotentes democracias europeias.
Texto de Domingos Ferreira
Professor/Investigador Universidade do Texas, EUA, Universidade Nova de Lisboa
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