José Afonso morreu a 23 de Fevereiro de 1987, aos 57 anos, em Setúbal, onde morava. Sofria de esclerose lateral amiotrófica, doença neurodegenerativa progressiva e fatal que o afastou dos palcos a partir de 1983.
Os derradeiros concertos foram os dos coliseus de Lisboa e Porto. «Galinhas do Mato», de 1985, é o seu último álbum, que teve de ser completado pelos amigos José Mário Branco, Sérgio Godinho, Helena Vieira, Fausto e Luís Represas. Em 1986, já muito debilitado, ainda apoiou a candidatura presidencial de Maria de Lourdes Pintasilgo.
Amigo Maior que o pensamento Por essa estrada amigo vem Não percas tempo que o vento ƒÉ meu amigo também
Que amor não me engana Com a sua brandura Se de antiga chama Mal vive a amargura
Quem diz que é pela rainha Nem precisa de mais nada Embora seja ladrão Pode roubar à vontade Todos lhe apertam a mão É homem de sociedade
(Poema de Zeca Afonso)
José Afonso
Amigo
Maior que o pensamento
Por essa estrada amigo vem
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também
Maior que o pensamento
Por essa estrada amigo vem
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também
Em terras
Em todas as fronteiras
Seja bem-vindo quem vier por bem
Se alguém houver que não queira
Trá-lo contigo também
Aqueles
Aqueles que ficaram
(Em toda a parte
todo o mundo tem)
Em sonhos me visitaram
Traz outro amigo também
todo o mundo tem)
Em sonhos me visitaram
Traz outro amigo também
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Neste ano de 2012, em que comemoraremos os 25 anos da morte do Zeca, é bom que o tomemos também como uma bandeira de coerência, de luta, de despojamento, de dedicação às causas da emancipação e de independência crítica.
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