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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Cargos públicos: Centenas de ‘tachos’ par a dar

'Troika' exige concursos públicos, mas Governo ignora regra. Saúde e Segurança Social são os que têm mais vagas para oferecer.

Escrevia então:

O trabalho da revista Sábado mostra como o PS colonizou o Estado e as empresas públicas. O Estado, que Sócrates está sempre a defender, é uma mina de tachos faraónicos para os boys do PS.

Henrique Raposo (www.expresso.pt)
9:27 Quinta feira, 14 de outubro de 2010






I. O trabalho da Sábado vale por si, e não carece de muitos comentários. Tal como refere Gonçalo Bordalo Pinheiro no editorial, estamos a falar de pessoas com duas características: (1) ocupam "um cargo relevante no Estado (ou em empresas de que o Estado é accionista)", apesar de (2) "não terem um currículo na área". As jornalistas Ana Taborda, Maria Henrique Espada e Patrícia Silva Alves fizeram, assim, uma "lista de ex-governantes, ex-assessores, militantes socialistas ou pessoas com qualquer ligação a membros do governo que estão em lugares de destaque por decisão do mesmo governo".
II. Em Julho, quando Portugal era um paraíso na terra, o Governo colocou nas Estradas de Portugal mais uma administradora: Ana Tomaz (150 mil euros ao ano). "Na véspera da sua nomeação, esta engenheira civil sem qualquer experiência de gestão, era adjunta do secretário de Estado das Obras Públicas". Há muitos casos assim. É só ler, caro leitor. O meu caso preferido é o de Filipe Baptista, que, depois de ser assessor e secretário de Estado de Sócrates, passou a ganhar 198 mil euros na ANACOM. Ou seja, José Sócrates colocou um dos seus homens-de-mão numa entidade reguladora, para a qual ele não tinha CV. Este é o melhor retrato do socratismo: a ausência de rigor institucional (colocar um boy numa entidade reguladora é o mesmo que não ter respeito pela regulação e pela separação de poderes), e o favorecimento daqueles que defendem o PS - contra os inimigos do Estado Social, com certeza.
III. Vamos a outro caso, que não é tão chocante, mas que acaba por revelar o problema de fundo. Alexandre Rosa foi colocado no Instituto do Emprego e Formação Profissional, área em que não tinha qualquer experiência. As reacções deste senhor são bem interessantes. Diz ele: "Estes lugares são de nomeação política, é normal que se escolham pessoas em quem se tem confiança política! Eu executo políticas do governo". Ora, o problema está precisamente aqui. O problema está no facto de os altos postos da função pública estarem abertos ao saque do partido do poder (PS ou PSD). Como tem dito António Barreto, há que acabar com esta lei que possibilita ao Governo colocar os seus boys no topo da hierarquia do Estado. Estes lugares de topo devem ser ocupados por funcionários públicos (depois de um concurso livre e transparente) e não por boys.
IV. Eis, portanto, a história da Era Sócrates: a sociedade está um caco, a economia do comum dos mortais está uma miséria, mas a economia dos boys do PS está bem e recomenda-se. Não é por acaso que o PS passa a vida a defender o Estado. É que esse Estado, que nos consome os impostos, é a galinha de ovos de ouro dos socialistas, sobretudo daqueles que têm a sorte de ter o número de telemóvel do primeiro-ministro.

Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/os-boys-e-os-tachos-do-ps=f609106#ixzz1fwWtSDWG

Administradores hospitalares ligados ao PS substituídos por gestores do PSD e CDS

06.12.2011 - 14:55 Por Alexandra Campos

"Os partidos exercem uma pressão enorme. São uma trituradora", diz António Serrano, do PS 
"Os partidos exercem uma pressão enorme. São uma trituradora", diz António Serrano, do PS (Rui Gaudêncio)
A história repete-se. Em algumas das mais recentes nomeações para conselhos de administração de centros hospitalares voltou a acontecer a tradicional dança de cadeiras, apesar das recomendações da troika: saíram gestores do PS, entraram gestores com ligações ao PSD e ao CDS. E, noutras nomeações ainda em preparação, fervilham as movimentações partidárias para a escolha de militantes ou simpatizantes dos partidos no poder.(...)
(...)foi o que aconteceu no Centro Hospitalar de S. João (que integra os hospitais de S. João, no Porto, e o de Valongo) e no Centro Hospitalar Leiria-Pombal. Já no Centro Hospitalar do Porto (Hospital de Santo António, Maria Pia e Maternidade Júlio Dinis), regressou à presidência da administração (onde esteve entre 2002 e 2009) Fernando Sollari Alegro (CDS),  (...)

(...) O que já gerou controvérsia foi o regresso ao Hospital de Viseu (agora Centro Hospitalar Viseu-Tondela) de Ermida Rebelo, que é militante do PSD e tinha dirigido a unidade nos governos de Durão Barroso e Santana Lopes. Com ele foi nomeado Rui Melo, dirigente do PSD de Viseu.(...)

(...) De igual forma a escolha de três dos cinco gestores do novo Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo (Tomar, Abrantes e Torres Novas) motivou acesas críticas. Os novos gestores - Joaquim Esperancinha, António Lérias e João Lourenço - tinham dirigido o centro hospitalar durante o Governo PSD/CDS, regressando depois para uma empresa de tubos de plástico com sede no Cartaxo, de onde tinham saído. O primeiro é licenciado em Engenharia Electrotécnica, o segundo, em Organização e Gestão de Empresas, e o terceiro tem um MBA em Gestão de Empresas.

Entretanto, para presidir à administração do Centro Hospitalar da Cova da Beira foi convidado o médico Miguel Castelo Branco (do CDS), que ocupara o cargo entre 2002 e 2006. Vem substituir João Casteleiro, do PS.(...)



Passos Coelho, Paulo Portas e Miguel Relvas são os principais rostos deste Governo
 "O memorando da troika refere claramente que as nomeações dos vários serviços hospitalares devem ter critérios de seleçcão altamente rigorosos e até salienta a importância de se escolherem pessoas de mérito reconhecido na sociedade. O Ministério da Saúde está não só condicionado àquilo que o Governo aprovou sobre nomeações, mas também àquilo que está no memorando da troika".

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