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terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Ministério Público em busca de mais pagamentos a bloggers socráticos

O Ministério Público (MP) suspeita que Carlos Santos Silva terá ordenado, em nome de José Sócrates, o pagamento de remunerações a diversos bloggers para atacarem os adversários políticos do ex-primeiro-ministro e elogiarem as reformas dos seus governos.
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O semanário Sol e a revista Visão noticiaram em primeira mão no final de 2016 os pagamentos que foram realizados a António Costa Peixoto e ao seu filho António Mega Peixoto. Entre 2012 e 2014, os dois receberam cerca de 76 mil euros da empresa RMF Consulting — Gestão e Consultadoria Estratégia — sociedade gerida por Rui Mão de Ferro, um economista que era colaborador de Carlos Santos Silva e igualmente arguido da Operação Marquês.

O início da Operação MarquêsSócio, acionista, administrador e gerente de diversas empresas ligadas a Carlos Santos Silva, Mão de Ferro era o administrador único da empresa Walton Grupo Inversor, uma empresa espanhola dedicada ao negócio de transportes, com sede em Barcelona, que detinha 35% da Code City Players Investment – sociedade liderada por Rui Pedro Soares, ex-administrador executivo da Portugal Telecom e atual presidente da SAD do Belenenses, que detinha a maioria do capital social. Esta última empresa tinha como objeto social a compra e venda de direitos desportivos e económicos de jogadores de futebol tendo participado em diversas operações que estão identificadas nos autos da Operação Marquês.
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Foi o próprio António Costa Peixoto quem admitiu ao procurador Rosário Teixeira, durante a sua inquirição a 20 de outubro de 2016, que o contrato com a RMF tinha sido intermediado por Carlos Santos Silva através de um amigo comum já falecido. Depois do contacto com Santos Silva, Peixoto encontrou-se com Rui Mão de Ferro e foi estabelecido um contrato de assessoria técnica que lhe valeria 3.500 euros mensais.
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O mesmo tipo de raciocínio é feito, por exemplo, para os fundos pagos a Domingos Farinho pela sua colaboração na elaboração da tese de mestrado de Sócrates.
No depoimento prestado no DCIAP, António Costa Peixoto afirmou que conheceu José Sócrates no natal de 2012 por intermédio de Filipe Batista, ex-secretário de Estado adjunto de Sócrates e professor na Faculdade de Direito de Lisboa. Peixoto disse que, na sequência desse encontro, o ex-líder do PS enviou-lhe a sua tese de mestrado para que o economista, que se encontra reformado desde 2013, realizasse um trabalho de revisão. Peixoto terá admitido igualmente contactos com Pedro Silva Pereira, braço direito de Sócrates e amigo de Filipe Batista.
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No mesmo dia em que foi noticiado o início da Operação Marquês, Peixoto terá ligado a Mão de Ferro para confirmar a detenção de Santos Silva. Perante a confirmação, solicitou ao seu interlocutor que interrompesse o pagamento da avença mensal, ao que Rui Mão de Ferro, segundo Peixoto, terá respondido que também já não estava em condições de continuar a fazer os mesmos pagamentos.




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