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terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Fazenda do Engenho

 Rancheiro

Desde a minha mocidade que descobri que por terras do Oeste sejam elas da família Bonança ou outra, não se pode carregar vacas/bois sem que haja uma ajuda da família ou dos restantes rancheiros.
O dono do rancho tratava de todo o trabalho, da logística para manter o rancho no bom caminho, não menos árduo a rancheira tratava da lida da casa dos gaiatos e alertava para falta de alimentos.
De tempos em tempos, avaliava-se as confrontações sejam pela falta de espaço ou pela água, bem essencial para sobrevivência dos animais. Entrava então a figura do banqueiro que analisava a solidez do projecto e dava ou não o seu aval à concretização da compra, muitos interesses estavam em jogo logo não molestar as forças vivas do condado.
Assim no poeirento Oeste onde a lei que predominava era do mais forte em muitos dos casos os caciques (pistoleiros) tratavam da saúde de uns quantos que por ali andavam a “seriquitar” e assim a vida voltava à normalidade se bem que o sentido de normalidade será uma figura dada pela maioria e nunca pela razão.
Para colmatar algumas más vizinhanças poderiam mesmo sacrificar alguns (guarda-vacas) mas nunca atingindo o dono rancho esse era impoluto e de uma outra linhagem.
Com o sol pela planície e na sua cadeira de baloiço bem recostado, a vida segue com ou menos solavancos desde que o guardador de vacas seja o sacrificado.
[No Oeste Alentejano]

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