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domingo, 19 de junho de 2016

Meios aéreos (fogos) e os milhões que a privada recebe....

Segundo se sabe, muito parcialmente, porque o Governo recusa prestar os esclarecimentos cabais dos contratos feitos com os respectivos privados, tem de fazer-se uma pergunta: segundo os 1.500 euros (mais IVA) à hora pagos a cada helicóptero privado, por acaso, não interessará a estas empresas, ou a quem os sub-contrata, que arda o maior número e a maior área de floresta possíveis e pelo maior período de tempo?

Isto é simples, é uma conta de mera aritmética: quanto mais fogos e mais tempo durarem os incêndios mais estas empresas privadas lucram!

O que nós sabemos é que estas empresas privadas que ainda há bem pouco tempo tinham que alugar os seus meios aéreos a empresas estrangeiras, agora já têm enormes frotas próprias de helicópteros, hangares e pavilhões seus, feitos novos e de raiz, e até já possuem aeródromos seus.


Por Sérgio Passos - euacuso2013


E nem falamos aqui de ex-ministros, secretários de estado e altos chefes de serviços públicos, ligados às florestas, à protecção civil e aos bombeiros, que adquiriram fortunas súbitas e que passaram ostentar sinais de riqueza fácil e recente de um dia para o outro.

E porque é que, afinal, o Estado não entrega a actividade e a função de apagar os fogos ao Exército e à Força Aérea, que é uma actividade fundamentalmente de Segurança e Defesa nacionais, tal qual como é o da protecção das nossas fronteiras, dos recursos marítimos ou do mar, ou, e não se vê qualquer diferença, como a da segurança interna pública de pessoas e bens?

Ora, se antes, aos finais dos anos 80, até era mesmo a Força Aérea que combatia com sucesso, aliás assinalável, os incêndios, e possuindo meios e gente formada para tal, que só custam a sua despesa de funcionamento, porque é que deixaram de o fazer e passou-se a entregar esta função, agora com lucros, aos privados?
E quem é que fiscaliza se estas empresas e os seus meios aéreos apagam competentemente os fogos? Se o fazem com a qualidade necessária? Ou se empregam todo o seu esforço e competência para tal? Como se fazem os contratos e como são avaliados os concursos? Etc., etc.
E porque é que os sucessivos Governos não mostram nem sequer publicamente os contratos e não revelam os seus contornos e, tão-pouco, mostram os valores pagos aos privados e os critérios para tanto?
Porque é que os sucessivos Governos têm cortado verbas na prevenção florestal, extinguiram a função de guardas florestais, ou não apoiando e incentivados os pequenos produtores florestais privados, portanto os maiores proprietários da mata nacional, para tratarem e cuidarem da sua floresta, ou tomarem-se medidas antecipadas para proteger e defender previamente as florestas e os recursos naturais?
Ou seja, porque é que o Governo não incentiva a protecção e cuidado com a floresta, ou seja prevenindo e diminuindo os fogos antes da época dos incêndios, mas, de ano para ano, e em vez da prevenção, cada vez mais gasta mais com meios e despesa no combate aos fogos que, continuam a piorar e cada vez mais destroem os recursos nacionais, encurta a floresta e empobrecem o país?
E porque é que a própria floresta da propriedade do Estado também está vetada ao seu completo abandono?

Já agora, a frota de 10 a 15 aviões Canadair, meio essencial para combater os fogos e sempre reclamada pelos peritos e bombeiros, orçados em cerca de 200 milhões de euros, porque é que nunca foi adquirida e, ao invés, os Governos deixam a floresta nacional continua a ser destruída facilmente por esta grosseira e criminosa negligência?

Só no verão de 2013 terão ardido da floresta recursos equivalentes de mais de 100 milhões de euros.
Estas são demasiadas e sérias dúvidas, graves interrogações, muitas incertezas, demasiadas ambiguidades e muitas nuvens e, de certeza, permitindo-se demasiados e destrutivos fogos que ardem descontroladamente.
O que sabemos é o lucrativo é concessionado aos privados, mas tudo o que dá prejuízo é suportado pelo Estado e pelo dinheiro dos contribuintes.
Afinal, isto cheira mesmo muito a esturro!
ACTUALIZAÇÃO 23-05-2015

Cinco helicópteros Kamov para combate a incêndios estão parados.
A Autoridade Nacional de Protecção Civil justifica a paragem com a obrigatória avaliação dos meios por parte da empresa que ganhou o concurso público de operação e manutenção dos aparelhos.
Espera-se que a curto prazo seja possível usar dois ou três dos helicópteros, mas só a 1 de Julho, no início da fase mais crítica de incêndios, se prevê que os cinco Kamov estejam operacionais.

Ainda assim, a Protecção Civil diz que o dispositivo actual foi reforçado com mais quatro helicópteros ligeiros e com mais pessoal e viaturas em maior grau de prontidão. SIC-N
Artigo retirado daqui


Para todos aqueles que desconhecem a verdade, a prova está nas fotos abaixo onde o sistema MAFFS e C-130 estão lado a lado... Nos anos 80 e 90 a Força Aérea Portuguesa combatia os incêndios com o C-130 Hercules, o sistema MAFFS e o Helicóptero AL III.

A FAP foi forçada pelos governos corruptos a desistir de apoiar as populações... em detrimento de privados e outros interesses obscuros...
(Alguém se deu a muito trabalho para fazer desaparecer estas fotos, felizmente a internet não tem memória curta)





  • Eis algumas hipóteses sem preocupação de hierarquia:
  • (...)
    • Nessa altura, cremos que em 1997, o Secretário de Estado Armando Vara entendeu (vá-se lá saber porquê!)[1] , que não competia à FA intervir nos incêndios mas sim que deveriam ser contratadas empresas civis. Compreende-se mal esta atitude a não ser pela sanha existente por parte da maioria dos políticos em menorizar os militares e as Forças Armadas. Certo é, também, que a FA não paga comissões.(...)
Finalmente os meios aéreos. Somos de opinião que os meios de combate a incêndios devem estar na FA. Só quando estes forem insuficientes se devem alugar outros. Haverá apenas que compatibilizar as exigências e sazonalidade desses meios com as condicionantes operacionais e de dispositivo militar. Mas isso não parece ser obstáculo intransponível. Acordos de cooperação entre países amigos poderão e deverão ser feitos para optimizar os recursos.

Os incêndios são a todos os títulos uma calamidade para Portugal que se repetem numa cadência previsível.

Por isso não se entende o descaso, a incompetência e a falta de vontade política que os sucessivos governos têm demonstrado face a tão gravosa situação. Parece que criámos um sistema político e uma sociedade que convive com todos os problemas e tolera todos os vícios. E não resolve nenhum.

_____________________________________
[1] Apesar de constar nas missões secundárias da FA e o secretário de estado não ter competência para as mudar...

Artigo retirado daqui

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