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sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

["Um bom trabalho"]

O primeiro-ministro de Portugal aceitou que a sua viagem de férias a Salzburgo fosse a convite e por conta de uma multinacional. A Nestlé teve a ideia, escreveu a Cavaco, organizou e pagou. O burgomestre austríaco limitou-se ao protocolo. Nós pagámos o Falcon e a Nestlé pagou o resto” – os bilhetes para o festival, a estadia na suite presidencial do melhor hotel da cidade e um passeio para ver as vistas. Tudo confirmado pela multinacional. (…) Foi assim que pela primeira vez um primeiro-ministro português se deslocou ao estrangeiro a convite de uma empresa privada.
O homem que confunde Thomas Mann com Thomas More está no seu legítimo direito quando faz alguma coisa para se cultivar (…)”; “[S]eja qual for a importância da causa, o cidadão Aníbal Cavaco Silva não pode obrigar quem paga impostos a financiar-lhe despesas de elevação espiritual (…)”
Os portugueses foram habituados, ano após ano, a ver na Europa um processo de enriquecimento fácil, gratuito e infinito. O doutor Cavaco tem a maior responsabilidade nesta ilusão nacional.
A cultura cavaquista nunca teve nada de sólido e duradoiro. Não pretendia disciplina nas despesas, nunca apostou a sério no capitalismo nacional, nem sequer usou uma maioria única para reformar a sério e a fundo a indústria e agricultura. A cultura cavaquista esgotava-se em três palavras: consumismo, obras públicas e subsídios.
“[O]s políticos da maioria, e são muitos, que enriqueceram tão depressa que parecem ter transitado milagrosamente das cavernas para os palácios.”  
Jamais na história política do regime se verificou tamanha falibilidade  de um ministro das Finanças. Não há um número certo, não há uma conta exacta, não há uma previsão verificada. As contas não falham por magia. Falham porque as decisões de política estavam erradas.[…] [O ministro das Finanças] orientou toda a política económica para cumprir os critérios de convergência do Tratado de Maaastrich e chega ao fim do ano com resultados que afastam Portugal das metas a que se obrigou. […] Viveu todo este ano num país irreal e numa economia imaginária. […] O que o ministro das Finanças prevê não acontece. A aldrabice ganhou foros de Estado.
O PSD agarra[-se] ao Estado como a lapa à rocha. Se o dr. Cavaco o tentar arrancar de lá, fica sem unhas.”  
Quem olhar a elite política reconhecerá semelhanças com A Mala de Cartão. É de admitir que Linda de Suza tenha primos e mais primos no poder e na oposição
É um erro acreditar que são bons os que nasceram assim e maus os que nasceram assado. Pelo contrário, os mais elevados critérios de apreciação de um político são os factos do seu carácter e da sua dignidade.

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