Confesso que não conhecia esta cara até a ver na televisão a ler excertos do acórdão que manteve José Sócrates preso preventivamente. Na altura, notei a ênfase na voz e na pronúncia de certas partes do acórdão para reforçar os argumentos que justificavam a manutenção da prisão de Sócrates.
Vi depois que é o juiz Vaz das Neves, Presidente do Tribunal da Relação de Lisboa, o tal tribunal que encheu de provérbios populares o acórdão de Sócrates.
Eis porém que hoje o douto juiz surge na capa do jornal i apanhado também ele em escutas no caso “Vistos Gold”, a oferecer o seu apoio “em tudo o que seja necessário”, “pessoal e institucionalmente” a António Figueiredo, ex-presidente do IRN, detido preventivamente naquele processo.
O juiz presidente da Relação ouvido pelo Público diz que “as coisas não se passaram assim, nem de longe nem de perto”, afirmando que algumas das frases citadas “foram completamente descontextualizadas”. Não me admiraria que assim fosse, se recordarmos o que se passou com os erros nas transcrições das escutas a Paulo Portas reveladas pelo Expreso.
Mas o juiz presidente do Tribunal da Relação devia pensar que se as suas escutas foram descontextualizadas também as escutas feitas a outras pessoas o podem ter sido (como o Expresso verificou).
Não sei se o acórdão do Tribunal da Relação em que o juiz Vaz das Neves é escutado e citado contém provérbios como os do acórdão sobre a prisão de Sócrates. Mas alguns dos que constam desse acórdão podiam agora aplicar-se ao juiz Por exemplo, este:
Afinal, também para o amigo do juiz presidente Vaz das Neves vale o provérbio popular: “Os amigos são para as ocasiões”.
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