"O
Doiro sublimado. O prodígio de uma paisagem que deixa de o ser à força
de se desmedir. Não é um panorama que os olhos contemplam: é um excesso
da natureza. Socalcos que são passadas de homens titânicos a subir as
encostas, volumes, cores e modulações que nenhum escultor, pintor ou
músico podem traduzir, horizontes dilatados para além dos limiares
plausíveis da visão. Um universo virginal, como se tivesse acabado de
nascer, e já eterno pela harmonia, pela serenidade, pelo silêncio que
nem o rio se atreve a quebrar, ora a sumir-se furtivo por detrás dos
montes, ora pasmado lá no fundo a reflectir o seu próprio assombro. Um
poema geológico. A beleza absoluta."
-Miguel Torga in "Diário XII"
Roteiro_Douro_pt.pdf 6229K Visualizar Transferência |
Sem comentários:
Enviar um comentário