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sábado, 24 de novembro de 2012

O novo [PREC]


GENERAL PIRES VELOSO (ENTÃO TENENTE-CORONEL) AGIU BEM, AO OBRIGAR, RICARDO DURÃO (DA MESMA PATENTE E TAMBÉM JÁ PROMOVIDO A GENERAL) A NÃO SAIR DO AEROPORTO E A VOLTAR NO MESMO AVIÃO A PORTUGAL -  .ATITUDE SENSATA E INTELIGENTE QUE EVITOU UM BANHO DE SANGUE 
GENERAL PIRES VELOSO

Há um paralelismo entre Verão Quente e situação atual

por Lusa, publicado por Graciosa SilvaHoje

«Frequentou o Liceu Nacional Alexandre Herculano, no Porto, até 1944, ano em que se matriculou no Curso de Preparatórios Militares da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Aos vinte anos ingressa na Escola do Exército, concluindo o Curso de Infantaria, a que se seguiu o tirocínio, na Escola Prática de Infantaria. Em 1949 inicia, definitivamente, a sua carreira militar, como alferes em Macau, onde peramanece até 1951. Em 1961, com o eclodir da Guerra do Ultramar vai prestar serviço em Angola, até 1964, e em Moçambique, de 1965 até 1974. Após o 25 de Abril de 1974 é nomeado governador de São Tomé e Príncipe, até 18 de Dezembro do mesmo ano, data em que passou a alto comissário, função que manteve até à independência do território, em 1975[2]. Em Setembro de 1975, na era do PREC, foi designado comandante da Região Militar do Norte, com quartel-general no Porto, dando por terminada a sua missão em 1977. Na sequência do 25 de Novembro de 1975, é nomeado membro do Conselho da Revolução, até 1977. Com a frequência do Curso Superior de Comando e Direcção do Instituto de Altos Estudos Militares, ascendeu em 1988, à patente de oficial general.

Pires Veloso candidatou-se a Presidente da República, como independente, às eleições de 1980, nas quais foi reeleito Ramalho Eanes[3].
No dia 25 de Abril de 2006 foi agraciado pelo presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Rio com a Medalha Municipal de Mérito (Grau Ouro), pelo seu «desempenho militar» e «papel fundamental na consolidação da democracia nacional durante o período em que comandou a Região Militar do Norte»[4].
 Publicou o livro Vice-Rei do Norte - Memórias e Revelações[5], em 2009.» 

"Tal como naquele período [o chamado Processo Revolucionário Em Curso, PREC], a situação atual é de anarquia, aparentemente menos violenta, mas mais insidiosa", afirma o militar.
 
Para Pires Veloso - que comandava a Região Militar Norte quando o país esteve às portas de uma guerra civil em 1975 -,
 
vive-se atualmente "uma pseudo-democracia, onde as leis se eliminam ou se fabricam consoante os interesses de A, B ou C, contrariando as regras mais elementares que uma verdadeira democracia exige".
 
"Há um certo paralelismo entre a situação socioeconómica de agora e os dias tormentosos de 1975. Agora, desenrola-se uma luta, que envolve de um lado um povo trabalhador, sacrificado, paciente, orgulhoso de ser português, e do outro um conjunto de governantes rodeados de pessoas dos partidos políticos e outras cujo comportamento nos leva a admitir que existe um conluio nebuloso entre eles, esquecendo por completo os ideais de Abril", disse.
O general considerou que "os cidadãos, quando elegeram estes governantes, pensaram certamente que escolhiam entre os mais competentes, os mais honestos, os que não regateiam esforço e sacrifício para cumprirem a sua missão com nobreza e os que consideram a verdade uma coisa sagrada".
"Estarão hoje os portugueses convictos de que teriam feito uma escolha acertada? Tudo leva a crer que não", acrescentou.
General Pires Veloso desvenda, num livro de memórias, o papel da Região Militar do Norte na reposição da ordem democrática e das liberdades e acusa Ramalho Eanes de não ter sido nenhum “herói”
Foto: Carla A. Gonçalves
Chamaram-lhe “Vice-Rei do Norte”, um “título” que lhe vem dos anos em que chefiou a Região Militar do Norte (RMN), em 1975, e que hoje dá nome ao seu livro de memórias. O general Pires Veloso esteve em Bragança, no passado Sábado, para apresentar o seu “contributo” para a “reposição da verdade da história” e, ao mesmo tempo, prestar uma “homenagem a todos os militares que sofreram arduamente com a presença imposta pelo Partido Comunista Português (PCP)”.
Pires Veloso, hoje reformado e com 82 anos, foi o último governador e alto comissário de Portugal em S. Tomé e Príncipe e chefiou o RMN durante o Processo Revolucionário em Curso (PREC), um período conturbado de lutas entre as facções de direita e da esquerda.
A 25 de Novembro de 1975 havia de ser reposta a ordem democrática, mas não pelo general Ramalho Eanes, como reza a História.
“Escrevi este livro para que a História pudesse ser reescrita, para rebater a mentira que tem sido contada sobre o 25 de Abril”, afirmou em Bragança.
Segundo Pires Veloso, em 1975 as unidades de Lisboa estavam “tolhidas pela indisciplina e desorganização” e no resto do país a situação não era muito diferente. Mas no Norte estabeleceram-se laços fortes entre o povo e as Forças Armadas e a população ajudou os militares na luta contra o PCP que, segundo afirmou, queria tomar o poder e fazer de Portugal um satélite da União Soviética.
Na altura, Pires Veloso chegou mesmo a reunir com Álvaro Cunhal, em Lisboa, a pedido deste. No livro revela que o dirigente comunista estava então preocupado com “a falta de liberdade democrática que existia no Norte do país” desde que o general Pires Veloso havia assumido o Comando da Região.
“Manifestei-lhe a minha estranheza, contrapondo que o conceito de liberdade democrática de cada um de nós devia ser diferente. Antes de eu ir para a RMN as pessoas eram presas arbitrariamente, não havia mandados de captura legais, as sedes de diferentes partidos políticos eram assaltadas e incendiadas”, disse.
A convulsão que tomava conta do país levou então o general a aplicar medidas que incentivassem um relacionamento “franco, leal e aberto entre todos os militares da RMN” e a própria população. Viviam-se as vésperas de mais um golpe que foi evitado, “foi a derrota, sem sangue, do PCP e dos grupos de extrema-esquerda”.
Mas o mérito de evitar o que poderia ter sido uma guerra civil, segundo Pires Veloso, deve-se ao general Costa Gomes e aos “pontos de apoio”, como a RMN.
“Tentaram esconder o que foi a Região Militar do Norte e o valor da população e elegeram uns heróis de Lisboa que não fizeram nada”, acusou.
A defesa do Norte e o “título” de “Vice-Rei” valeu-lhe, em 1977, a entrega da espada de prata da cidade do Porto e a manifestação de apoio de cerca de cem mil pessoas. No entanto, Pires Veloso foi, na altura, “impedido” de acolher a homenagem. “Era preciso castigar-me porque tive a ousadia de transformar o Norte, juntamente com a Força Aérea, num bastião que havia ajudado a derrotar o Partido Comunista”, revela no seu livro de memórias.
Estas e outras denúncias são feitas ao longo de 462 páginas, numa autobiografia que conta com o prefácio de Mário Soares. “Vice-Rei do Norte” é sobretudo um testemunho de quem viveu como protagonista um dos principais momentos da História contemporânea de Portugal. 

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