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sexta-feira, 15 de abril de 2011

UM RETRATO DEMOLIDOR, FRIO... MAS VERDADEIRO, DOA A QUEM DOER!



Até nos jornais da Rússia (5ª maior economia do mundo) se fala de Portugal e pelos vistos até eles sabem o estado a que isto chegou…

Source: Pravda.ru
Timothy Bancroft-Hinchey

Aconselho que, embora longo, leiam este artigo que é muito real. Visto por um povo muito diferente de nós. Se não tiverem tempo agora, leiam quando tiverem que vale a pena.
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UM RETRATO DEMOLIDOR, FRIO... MAS VERDADEIRO, DOA A QUEM DOER!
 

Foram tomadas medidas draconianas esta semana em Portugal, pelo  Governo liberal de José Sócrates. Mais um caso de um outro governo de  centro-direita pedindo ao povo Português a fazer sacrifícios, um apelo repetido vezes sem fim a esta nação trabalhadora, sofredora,  historicamente deslizando cada vez mais no atoleiro da miséria.
 E não é porque eles serem portugueses.
 Vá o leitor ao Luxemburgo, que lidera todos os indicadores  socioeconómicos, e vai descobrir que doze por cento da população é  portuguesa, oriunda de um povo que construiu um império que se  estendia por quatro continentes e que controlava o litoral desde  Ceuta, na costa atlântica, tornando a costa africana até ao Cabo da  Boa Esperança, a costa oriental da África, no Oceano Índico, o Mar  Arábico, o Golfo da Pérsia, a costa ocidental da Índia e Sri Lanka. E  foi o primeiro povo europeu a chegar ao Japão.... e à Austrália.  Esta semana, o Primeiro  Ministro José Sócrates lançou uma nova onda  dos seus pacotes de austeridade, corte e salários e aumento do IVA,  mais medidas cosméticas tomadas num clima de política de laboratório  por académicos arrogantes e altivos desprovidos de qualquer contacto  com o mundo real, um esteio na classe política elitista Português no  Partido Social Democrata (PSD) e Partido Socialista (PS), gangorras de  má gestão política que têm assolado o país desde anos 80.

O objectivo? Para reduzir o défice. Porquê?
 Porque a União Europeia assim o diz. Mas é só a UE?
 Não, não é. O maravilhoso sistema em que a União Europeia se deixou  sugar, é aquele em que as agências de Ratings, Fitch, Moody's e  Standard and Poor's, baseadas nos Estados Unidos da América (onde  havia de ser?) virtual e fisicamente, controlam as políticas fiscais,  económicas e sociais dos Estados-Membros da União Europeia através da  atribuição das notações de crédito.  Com amigos como estes organismos e ainda Bruxelas, quem precisa de  inimigos?
 Sejamos honestos. A União Europeia é o resultado de um pacto forjado  por uma França tremente e com medo, apavorada com a Alemanha depois  das suas tropas invadiram o seu território três vezes em setenta anos,  tomando Paris com facilidade, não só uma vez mas duas vezes, e por uma  astuta Alemanha ansiosa para se reinventar após os anos de pesadelo de  Hitler. A França tem a agricultura, a Alemanha ficou com os mercados para a sua indústria.  E Portugal? Olhem para as marcas de automóveis novos conduzidos pelos  motoristas particulares para transportar exércitos de "assessores"  (estes parecem ser imunes a cortes de gastos) e adivinhem de que país  eles vêm? Não, eles não são Peugeot e Citroen ou Renault. Eles são os  Mercedes e BMWs. Topo-de-gama, é claro.  Os sucessivos governos formados pelos dois principais partidos, PSD  (Partido Social Democrata da direita) e PS (Socialista, do centro), têm sistematicamente jogado os interesses de Portugal e dos  portugueses pelo esgoto abaixo, destruindo a sua agricultura  (agricultores portugueses são pagos para não produzir!!) e a sua  indústria (desapareceu!!) e sua pesca (arrastões espanhóis em águas  lusas!!), a troco de quê?  O quê é que as contra-partidas renderam, a não ser a aniquilação total  de qualquer possibilidade de criar emprego e riqueza numa base sustentável?  Aníbal Cavaco Silva, agora Presidente, mas primeiro-ministro durante  uma década, entre 1985 e 1995, anos em que despejaram biliões de euros  através das suas mãos a partir dos fundos estruturais e do  desenvolvimento da UE, é um excelente exemplo de um dos "melhores"  políticos de Portugal. Eleito fundamentalmente porque ele é considerado "sério" e "honesto" (em terra de cegos, quem vê é rei),  como se isso fosse um motivo para eleger um líder (que só em Portugal,  é!!) e como se a maioria dos restantes políticos (PSD/PS) fossem um  bando de sanguessugas e parasitas inúteis (que são), ele é o pai do  défice público em Portugal e o campeão de gastos públicos.  A sua "política de betão" foi bem concebida, mas como sempre, mal  planeada, o resultado de uma inata, descoordenada e, às vezes  inexistente localização no modelo governativo do departamento do  Ordenamento do Território, vergado, como habitualmente, a interesses  investidos que sugam o país e seu povo.  Uma grande parte dos fundos da UE foram canalizadas para a construção  de pontes e auto-estradas para abrir o país a Lisboa, facilitando o  transporte interno e fomentando a construção de parques industriais  nas cidades do interior para atrair a grande parte da população que  assentava no litoral.
 O resultado concreto, foi que as pessoas agora tinham os meios para  fugirem do interior e chegar ao litoral ainda mais rápido. Os parques  industriais nunca ficaram repletos e as indústrias que foram criadas,  em muitos casos já fecharam.
 Uma grande percentagem do dinheiro dos contribuintes da EU  vaporizou-se em empresas e esquemas fantasmas. Foram comprados  Ferraris. Foram encomendados Lamborghini, Maserati.
Foram organizadas caçadas de javali em Espanha. Foram remodeladas  casas particulares. O Governo e Aníbal Silva ficaram a observar, no  seu primeiro mandato, enquanto o dinheiro foi desperdiçado. No seu  segundo mandato, Aníbal Silva ficou a observar os membros do seu  governo a perderem o controle e a participarem.  Então, ele tentou desesperadamente distanciar-se do seu próprio partido político.  E ele é um dos melhores?  Depois de Aníbal Silva veio o bem-intencionado e humanitário, António  Guterres (PS), um excelente Alto Comissário para os Refugiados e um  candidato perfeito para Secretário-Geral da ONU, mas um buraco negro  em termos de (má) gestão financeira. Ele foi seguido pelo excelente  diplomata, mas abominável primeiro-ministro José Barroso (PSD) (agora  Presidente da Comissão da EU, "Eu vou ser primeiro-ministro, só que  não sei quando") que criou mais problemas com o seu discurso do que com os que resolveu, passou a batata quente para Pedro Lopes (PSD), que não tinha qualquer hipótese ou capacidade para governar e não viu  a armadilha. Resultando em dois mandatos de José Sócrates; um Ministro  do Ambiente competente, que até formou um bom governo de maioria e  tentou corajosamente corrigir erros anteriores. Mas foi rapidamente  asfixiado pelos interesses instalados.
 Agora, as medidas de austeridade apresentadas por este  primeiro-ministro, são o resultado da sua própria inépcia para enfrentar esses interesses, no período que antecedeu a última crise mundial do capitalismo (aquela em que os líderes financeiros do mundo  foram buscar três triliões de dólares (???) de um dia para o outro para salvar uma mão cheia de banqueiros irresponsáveis, enquanto nada  foi produzido para pagar pensões dignas, programas de saúde ou projectos de educação).  E, assim como seus antecessores, José Sócrates, agora com minoria, demonstra falta de inteligência emocional, permitindo que os seus  ministros pratiquem e implementem políticas de laboratório, que  obviamente serão contra-producentes.
 O Pravda.Ru entrevistou 100 funcionários, cujos salários vão ser reduzidos.

 Aqui estão os resultados:
 Eles vão cortar o meu salário em 5%, por isso vou trabalhar menos (94%).  Eles vão cortar o meu salário em 5%, por isso vou fazer o meu melhor para me aposentar cedo, mudar de emprego ou abandonar o país (5%)  Concordo com o sacrifício (1%)  Um por cento. Quanto ao aumento dos impostos, a reacção imediata será  que a economia encolhe ainda mais enquanto as pessoas começam a fazer  reduções simbólicas, que multiplicado pela população de Portugal, 10 milhões, afectará a criação de postos de trabalho, implicando a  obrigatoriedade do Estado a intervir e evidentemente enviará a  economia para uma segunda (e no caso de Portugal, contínua) recessão.  Não é preciso ser cientista de física quântica para perceber isso. O idiota e avançado mental que sonhou com esses esquemas, tem os  resultados num pedaço de papel, onde eles vão ficar!!  É verdade, as medidas são um sinal claro para as agências de rating,  que o Governo de Portugal está disposto a tomar medidas fortes, mas  à custa, como sempre, do povo português.  
Quanto ao futuro, as pesquisas de opinião providenciam uma previsão de  um retorno do Governo de Portugal para o PSD, enquanto os partidos de  esquerda (Bloco de Esquerda e Partido Comunista Português) não  conseguem convencer o eleitorado com as suas ideias e propostas.  Só em Portugal, a classe elitista dos políticos PSD/PS seria capaz de  punir o povo por se atrever a ser independente. Essa classe, enviou os  interesses de Portugal para o ralo, pediu sacrifícios ao longo de  décadas, não produziu nada e continuou a massacrar o povo com mais  castigos.
 Esses traidores estão a levar cada vez mais portugueses a questionarem  se não deveriam ter sido assimilados há séculos pela Espanha.  Que convidativo, o ditado português "Quem não está bem, que se mude".
 Certos, bem longe de Portugal, como todos os que podem estão a fazer.  Bons estudantes a jorrarem pelas fronteiras fora.
 Que comentário lamentável para um país maravilhoso, um povo fantástico  e uma classe política abominável  Timothy Bancroft-Hinchey Pravda.Ru

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