Relatório: agências de rating é que causaram a crise
S&P e Moody's sabiam da bolha muito antes de ela rebentar e não fizeram nada. Senado dos EUA diz que conflito de interesses trava maior precisão
As agências de notação financeira, nomeadamente a Moody's e a Standard & Poor's (S&P), é que estiveram na origem da grave crise financeira mundial que eclodiu em 2008, revela um relatório do Senado norte-americano conhecido esta sexta-feira.
Citado pela Reuters, o documento revela que estas agências foram forçadas a descer a classificação inflacionada que atribuíam a produtos estruturados relacionados com o crédito subprime, ou seja, créditos hipotecários a pessoas com poucos recursos e com elevada probabilidade de incumprimento.
O relatório mostra que as agências continuaram a atribuir notas elevadas (AAA, a melhor de todas) a estes produtos, meses depois de o mercado imobiliário norte-americano ter começado a entrar em colapso. Quando quiseram corrigir o erro, as agências começaram então a baixar o rating de forma abrupta e repetida, a partir de Julho de 2007.
«Talvez mais do que qualquer outro evento, foi a repentina descida sucessiva de rating o gatilho que espoletou a crise financeira», pode ler-se no relatório. O subcomité permanente de investigações do Senado passou dois anos a analisar inúmeros documentos e a levar a cabo audições com vista a apurar a origem da crise. Mas a análise não incluiu a Fitch, a Terceira grande agência internacional.
Conflito de interesses: agências são pagas pelas empresas que classificam
No documento, o Senado pede reformas urgentes para o sector, reformas que até estão previstas na Lei, mas os especialistas acreditam que isso pode não chegar, enquanto não for resolvido o «conflito de interesses» de que padece o sector, já que as agências que atribuem o rating são pagos pelas companhias cujos produtos as agências analisam.
Uma das sugestões do painel do Senado é pôr a Securities and Exchange Commission (SEC, a polícia da bolsa norte-americana, equivalente à nossa CMVM) a atribuir notas às próprias agências de rating de acordo com a precisão das suas classificações».
O Senado revela ainda documentos internos das duas agências analisadas, que mostram que tanto a Moody's como a S&P ignoraram os alertas que existiam no seu interior sobre a deterioração do mercado hipotecário.
Documentos provam que agências estavam alertadas há mais tempo
E-mails trocados em 2006 e inícios de 2007 mostram que funcionários das agências estavam a par dos problemas no mercado imobiliário muito antes da descida massiva de rating em Julho de 2007. E se esses alertas tivessem sido ouvidos, as agências poderiam ter atribuído notas mais realistas a estes produtos, mais cedo.
«O problema é que nenhuma das agências tinha um incentive de natureza financeira para atribuir notações de crédito mais exigentes aos mesmos produtos que, durante um curto período de tempo, aumentaram a sua facturação, impulsionaram o preço das suas acções, e aumentaram a compensação paga aos seus executivos», denuncia o relatório.
A S&P já reagiu, afirmando que a agência levou entretanto a cabo reformas internas que, a par com as reformas previstas na Lei, reforçaram de forma significativa a qualidade da actuação do sector. E acrescentou que os cortes de classificação de 2007 e 2008 «reflectiram a deterioração sem precedentes na qualidade do crédito, mas não foram a causa».
Citado pela Reuters, o documento revela que estas agências foram forçadas a descer a classificação inflacionada que atribuíam a produtos estruturados relacionados com o crédito subprime, ou seja, créditos hipotecários a pessoas com poucos recursos e com elevada probabilidade de incumprimento.
O relatório mostra que as agências continuaram a atribuir notas elevadas (AAA, a melhor de todas) a estes produtos, meses depois de o mercado imobiliário norte-americano ter começado a entrar em colapso. Quando quiseram corrigir o erro, as agências começaram então a baixar o rating de forma abrupta e repetida, a partir de Julho de 2007.
«Talvez mais do que qualquer outro evento, foi a repentina descida sucessiva de rating o gatilho que espoletou a crise financeira», pode ler-se no relatório. O subcomité permanente de investigações do Senado passou dois anos a analisar inúmeros documentos e a levar a cabo audições com vista a apurar a origem da crise. Mas a análise não incluiu a Fitch, a Terceira grande agência internacional.
Conflito de interesses: agências são pagas pelas empresas que classificam
No documento, o Senado pede reformas urgentes para o sector, reformas que até estão previstas na Lei, mas os especialistas acreditam que isso pode não chegar, enquanto não for resolvido o «conflito de interesses» de que padece o sector, já que as agências que atribuem o rating são pagos pelas companhias cujos produtos as agências analisam.
Uma das sugestões do painel do Senado é pôr a Securities and Exchange Commission (SEC, a polícia da bolsa norte-americana, equivalente à nossa CMVM) a atribuir notas às próprias agências de rating de acordo com a precisão das suas classificações».
O Senado revela ainda documentos internos das duas agências analisadas, que mostram que tanto a Moody's como a S&P ignoraram os alertas que existiam no seu interior sobre a deterioração do mercado hipotecário.
Documentos provam que agências estavam alertadas há mais tempo
E-mails trocados em 2006 e inícios de 2007 mostram que funcionários das agências estavam a par dos problemas no mercado imobiliário muito antes da descida massiva de rating em Julho de 2007. E se esses alertas tivessem sido ouvidos, as agências poderiam ter atribuído notas mais realistas a estes produtos, mais cedo.
«O problema é que nenhuma das agências tinha um incentive de natureza financeira para atribuir notações de crédito mais exigentes aos mesmos produtos que, durante um curto período de tempo, aumentaram a sua facturação, impulsionaram o preço das suas acções, e aumentaram a compensação paga aos seus executivos», denuncia o relatório.
A S&P já reagiu, afirmando que a agência levou entretanto a cabo reformas internas que, a par com as reformas previstas na Lei, reforçaram de forma significativa a qualidade da actuação do sector. E acrescentou que os cortes de classificação de 2007 e 2008 «reflectiram a deterioração sem precedentes na qualidade do crédito, mas não foram a causa».
O SENHOR QUE FUGIU DO BANCO DE PORTUGAL - NÃO SABIA.
AGORA LÁ DO OUTRO LADO CANTA DE GALO...
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