Há perguntas perigosas… Mas por vezes é ainda mais perigoso não lhes dar resposta, articularmente num país onde a iliteracia financeira impera e num tempo propício aos piores oportunísmos! E têm andado muitos pergunta de pré-pânico no ar, provavelmente devido às ameaças de insolvência do Estado e dos Bancos materializadas pelas dificuldades de acesso ao crédito, pelas notícias de salários em risco de não serem pagos, por aquela coisa dos ratings que estão sempre a descer, por só se falar de Portugal “lá fora”, etc. Talvez se devam também a uma concepção errada de que um depósito a prazo ou um certificado de poupança do Estado fossem “activos sem risco”. Não há, nem nunca houve activos sem risco. Há é activos com riscos muito diferentes, mas este nunca é nulo. Tendo dito isto, vamos à questão. Ontem mesmo o Banco de Portugal deu mais um passo para reforçar as garantias de robustez da banca nacional ao estabelecer particulares obrigações de capital colocando a banca nacional a respeitar níveis de exigência em nada inferiores aos dos nossos parceiros.
Hoje, a 8 de Abril de 2011 podemos dizer que é mais seguro ter o dinheiro no banco em Portugal do que era em 5 de Abril, antes de o Governo português ter ido pedir apoio financeiro aos seus pares europeus. O risco de falência imediata foi afastado. Quanto ao futuro, veremos. Muito dependerá dos termos do acordo que concessão de crédito que firmarmos e outra parte não menos importante dependerá do que conseguirmos fazer em termos de trabalho de casa. Mas para já e olhando até para a experiência passada dos outros países que tiveram de passar pelo mesmo, falar de uma corrida aos bancos é um disparate com a agravante de ter o perígo próprio de qualquer movimento brusco de multidões. Todos se lixam, literalmente. Vamos ter tempos complicados pela frente, mas parte da complicação justifica-se precisamente porque comprámos a garantia de que vamos ter arcaboiço para cumprir com as nossas responsabilidade fundamentais. Essa é uma parte boa do ajuda externa, perante o cenário que se estava a criar. Esperemos que haja outras.
Quanto ao que fazer com o seu dinheiro? A melhor protecção que pode arranjar é o conhecimento. Procure conhecer melhor como funcionam as finanças, os diversos produtos disponíveis, quais os principais riscos, cautelas a ter e, claro, quais os seus direitos. Pergunte, pergunte, pergunte! E comprove sempre que possível que não está a ser enganado. Conheça as vantagens da diversificação informada – como é que é o provérbio sobre pôr os ovos todos no mesmo cesto?
Demore o seu tempo e se se arrepender de algum investimento não hesite em exercer o seu direito de denúncia do contrato. Há sempre um período de reflexão para o arrependimento.
Estar informado foi, é e será sempre a melhor protecção para reduzir o risco a que sujeita o seu capital seja ele escasso ou avultado. É tembém uma excelente forma de exercer a cidadania, dar crédito ao “eu” político que há em todos nós.
Bons negócios e um excelente fim-de-semana!
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