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sábado, 2 de outubro de 2010

Poupança de 3,5 milhões com novos preços de exames

Saúde

Poupança de 3,5 milhões com novos preços de exames

por Inês Cardoso , Publicado em 01 de Outubro de 2010
Hoje entram em vigor novas tabelas para análises clínicas e TAC, mas em 2011 serão necessárias novas medidas para atingir redução prevista.

As análises clínicas e TAC passam a ser pagas aos privados a  preços mais baixos, a partir de hoje
As análises clínicas e TAC passam a ser pagas aos privados a preços mais baixos, a partir de hoje














Três milhões e meio de euros é a poupança que o Ministério da Saúde deverá conseguir, até final do ano, com os novos preços de exames pagos aos convencionados que entram hoje em vigor. Num ano, a diminuição estimada é de 13 milhões de euros, uma migalha no corte de despesas de 522,6 milhões de euros que o sector será obrigado a fazer em 2011. O ministro das Finanças anunciou uma redução nos gastos com meios complementares de diagnóstico, mas por enquanto a tutela não explica como será conseguido esse objectivo.

"Não temos condições para absorver mais baixas de custos", alerta Armando Santos, presidente da Federação Nacional dos Prestadores de Serviços de Saúde (FNS). Nos últimos cinco anos, houve sucessivas revisões de preços e a que hoje entra em vigor - aplicável a análises clínicas, TAC e osteodensitometrias - é a "segunda do ano". Os custos com meios complementares de diagnóstico chegaram a representar 12% do orçamento do Serviço Nacional de Saúde e hoje andarão, pelas contas de Armando Santos, na casa dos 8%.

Se a maioria das medidas de contenção entrará em vigor apenas no próximo ano, no caso dos medicamentos e meios complementares de diagnóstico o corte é imediato, com efeitos nos próximos três meses. O Ministério da Saúde não explica, contudo, quais as medidas que aí vêm. Até 15 de Outubro, quando for apresentado o Orçamento do Estado, o silêncio é de ouro.

Até que sejam anunciadas novidades, pouco mais se pode fazer do que falar de cenários, sublinha o presidente da Associação de Administradores Hospitalares. "É uma matéria difícil e é preciso cuidado quando se fala de cortes", afirma Pedro Lopes. Além da redução de preços, aumentar taxas, reduzir convenções, recorrer mais à capacidade técnica dos hospitais e limitar as prescrições são receitas possíveis

Há duas semanas Ana Jorge defendeu que a prescrição de medicamentos e meios de diagnóstico deve ser rigorosa. Pedro Lopes concorda: "A determinação do diagnóstico passa mais pelo contacto físico do médico com o doente. Todas as pessoas sabem que os meios às vezes são excessivos, muito porque o doente os pede e insiste."

Resistir a essa insistência não é fácil quando está em causa uma "relação de continuidade", como explica João Sequeira Carlos, presidente da Associação de Médicos de Clínica Geral. Assegura haver há muito, da parte dos médicos, preocupação com critérios de racionalidade, mas lembra ser sempre possível melhorar e uniformizar critérios.

Quer isto dizer que se podem criar metas ou limites quantitativos aos exames complementares? João Sequeira Carlos responde com um exemplo. Quando se acompanha uma grávida, sabe-se quantas ecografias são necessárias, quais as análises recomendadas e quando devem ser feitas. "É possível definir normas e critérios objectivos em saúde", conclui o dirigente associativo.

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