Número total de visualizações de páginas

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Meu querido livro de leitura da primeira classe...

Meu querido livro de leitura da primeira classe...
Contigo entrei na aventura das primeiras letras, das palavras e das histórias.
Esse dia mágico lá chegou, depois da batalha da aprendizagem letra a letra, começando pelas vogais e depois pelas consoantes. Jamais esquecerei esse progresso diário, em que à medida que se aprendia mais uma consoante aumentava o número de palavras, até que, passo-a-passo, dia-a-dia, as histórias, as leituras, íam ficando mais extensas.
Depois das vogais, com o A associado a uma águia, o E de égua, o I de igreja, o O de ovos e o U de uvas, aprendemos o P. Com ele aprendemos a ler e a escrever pá pé piu, pua, pipa, pópó, pai e papá. Depois veio o T e com ele a tia, tua tia, titi, a tia tapa o pote, o pato. Depois vieram o L, o D, o M, o V e por aí fora, até se completar todo o nosso alfabeto. Finalmente as leituras, com todas as letras. Histórias simples, como convinha a quem se iniciava nas letras, mas belas, como esta:

A Noite de Natal
A mãe passou o dia na cozinha, com os preparativos para a consoada.
Fez arroz-doce, filhós e outros bolinhos.
A Rita e a prima enfeitaram a mesa para a ceia.
O Pedro e o Carlos acenderam as velinhas do presépio.
Quando tudo estava pronto, chegou o pai e disse: - Vamos, meninos!São horas de irmos à Missa do galo!
E lá foram todos, muito contentes.


Deste livro de leitura da primeira classe, bem como do livro de leitura da segunda classe, mantenho um fascínio pelas belas ilustrações da Maria Keil e do Luis Filipe de Abreu, dos quais mais tarde procurei vasculhar e guardar algumas ilustrações que enriqueceram outras publicações. Ambos têm um traço e estilo inconfundíveis. Muito da memória destes dois livros de leitura fundamentam-se nas ilustrações. Ontem, como hoje, a ilustração continua a exercer essa magia e fascínio nas crianças, ajudando-as a entrar no mundo da fantasia e dos sonhos e que, na justa realidade, há-de acompanhá-las pela vida fora.

Quem com o tempo esqueceu ou apagou as memórias do seu livro de leitura da primeira classe, certamente que já perdeu um pouco de si próprio e da sua infância. A vida é mesmo assim, mas por isso importa e justificam-se as recordações, porque, como alguém diz, isso é viver. Ou reviver, talvez.


livro de leitura da primeira classe ceia de natal

Sem comentários:

Flag Counter

Pesquisar neste blogue

Seguidores