Entrega Oficial Pandur II
Local: DGMEData: 2008/01/31
Tema: Entrega Oficial das viaturas Pandur II ao Exército Português
Defesa
Exército assume reparação das 'Pandur' defeituosas
por MANUEL CARLOS FREIRE
Solução proposta pelo construtor das viaturas teve resposta positiva das Oficinas Gerais de Material do Exército.
O Ministério da Defesa tem na mesa a solução para recuperar as seis dezenas de viaturas blindadas Pandur, com defeitos de fabrico, que estão armazenadas há meses em Alcochete, soube o DN.
Segundo diferentes fontes ligadas ao processo, a proposta partiu da construtora Steyr - em rigor, da multinacional norte-americana General Dynamics (GD) que controla a empresa austríaca - e foi aceite pelas Oficinas Gerais de Material do Exército (OGME), respondendo estas com uma contra-proposta também já aprovada pela GD.
O processo está agora nas mãos da Direcção-Geral de Armamento do Ministério da Defesa, a quem compete formalizar os detalhes do acordo.
A solução permitirá ultrapassar o longo impasse em torno das seis dezenas de Pandur com oito rodas, recebidas provisoriamente pelo Exército devido aos defeitos de origem - imputados à fábrica da Steyr na Áustria - que a empresa Fabrequipa (do Barreiro) não conseguiu resolver e que agora, de acordo com algumas das fontes, está impossibilitada de fazer porque a sua capacidade de produção (de novas viaturas e diferentes versões) está nos limites.
Recorde-se que a Steyr já tinha tentado recuperar o calendário de entregas, primeiro propondo a construção de algumas Pandur no estrangeiro - solução rejeitada pela Fabrequipa e pelo Governo - e, depois, pela tentativa de atribuir as reparações das viaturas a uma empresa do grupo Salvador Caetano - sugestão também rejeitada, até porque só a Fabrequipa está formalmente acreditada (no meio civil) para fazer o trabalho.
O programa das Pandur envolve 364 milhões de euros de investimento. A par das 260 viaturas, Portugal recebe ainda projectos de contrapartidas no valor de 516 milhões de euros (cujo cumprimento também está muito atrasado).
Em Agosto, a GD reagiu à interpelação do Governo com uma proposta de recalendarização das entregas das viaturas - que foi recusada pelo Ministério porque "não era a resposta" à sua carta. Segundo fontes ouvidas pelo DN, a GD escreveu nova carta, a dizer que o prazo dado pelo Defesa "[era] inexequível".
Ontem, o Ministério da Defesa precisou ao DN que só acabou "o prazo relativo à primeira interpelação admonitória [e já] estão em curso as diligências decorrentes desse incumprimento, sendo (...) prematuro especificá-las publicamente. O Estado usará os meios legais e contratuais de que dispõe para fazer valer os seus direitos".
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