MAS AFINAL QUEM MANDA...?
Prova de Biologia e Geologia da 2.ª fase divide opiniões
Ministério nega erro científico no exame
O Ministério da Educação (ME) rejeitou ontem a existência de um erro científico no exame nacional de Biologia e Geologia do Secundário, 2ª fase, como pretendia a associação de professores da disciplina, que pediu que a questão em causa fosse anulada.
O Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE) do ME esclareceu que após ter consultado "especialistas que integram a equipa de auditores científicos da prova" bem como "especialistas que não intervieram no processo de elaboração" foi "unanimemente reiterada a inexistência de qualquer erro". Decisivo para as áreas de Saúde, o exame foi realizado na sexta-feira por 25 mil alunos. Os resultados são conhecidos a 30 de Julho e, devido à controvérsia científica, é de esperar que haja alunos a apresentar recurso.
Na questão em causa, de escolha múltipla, era pedido aos alunos para completarem a seguinte frase: "Quando, durante um período de tempo, uma alga liberta para o meio maior quantidade de átomos de carbono do que a quantidade que fixa através da fotossíntese, a alga recorre à ____ de glícidos de reserva, ____ ATP neste processo." Para o GAVE, a resposta correcta era colocar ‘hidrólise’ no primeiro espaço e ‘produzindo’ no segundo.
Ana Ponces Freire, professora catedrática de Bioquímica na Faculdade de Ciências de Lisboa, considera que "não há cabimento em falar-se de erro científico". "Devido à generalidade da pergunta, a única resposta é a sugerida pelo GAVE, mesmo que a afirmação correspondesse apenas a uma hipótese ainda não provada cientificamente", disse ao CM. A investigadora explicou que "não está cientificamente provado se a alga produz o ATP (trifosfato de adenosina), molécula de reserva energética, mas o que interessa é avaliar se os alunos apreenderam um conceito geral sobre como um organismo pode produzir energia em caso de falta de nutriente". O CM tentou, a sem êxito, contactar a Associação de Professores de Biologia.
Educação: Ministério vai analisar se retira cotação da pergunta
Exame de Biologia com erro científico
A Associação Portuguesa de Professores de Biologia e Geologia (APPBG) defendeu ontem que houve um erro no exame do secundário da 2ª fase e pediu ao Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE) do Ministério da Educação para anular a questão em causa. "Após alguns contactos académicos, concluímos não existir sustentação científica para a resolução proposta pelo GAVE para o item 7 do grupo IV", afirma a APPBG, num aditamento ao parecer elaborado sobre a prova, acrescentando: "Consideramos ser mais justo a anulação do referido item no contexto da prova."
Confrontado pelo CM, o GAVE referiu estar a "monitorizar esta situação". "Vamos solicitar a especialistas que não intervieram no processo de auditoria das provas que se pronunciem sobre a matéria. Mas, só amanhã [hoje] poderemos ter uma resposta relativamente à produzida no parecer da associação", pode ler-se no esclarecimento enviado ao CM.
O exame de Biologia e Geologia foi realizado na sexta-feira por 25 202 alunos, e a questão referida vale cinco pontos num total de 200. É pouco, mas o suficiente para impedir alguém de entrar no curso desejado, sabendo-se que a disciplina é decisiva para as áreas de Saúde. Em 2007, um erro no exame de Física e Química levou o Ministério da Educação a anular a pergunta em causa, e todos os alunos foram compensados com um valor.
A segunda fase de exames nacionais fechou ontem com a prova de Matemática A, feita por 19 445 alunos do 12º ano. A Sociedade Portuguesa de Matemática emitiu um parecer demolidor, considerando que a prova tem até uma questão acessível a alunos do 5º e 6º anos. Já a Associação de Professores de Matemática considerou a prova "equilibrada", defendendo que "os alunos que tenham desenvolvido um trabalho sério" verão esse esforço reflectido nas notas.
Nota: Podemos verificar a guerra entre Norte/Sul. Os que tem de obedecer mas a muito custo e os que mandam sem saber mandar. Assim vai o ensino, todos a colocarem-se em bicos de pés visto o Governo estar em minoria. Quem vai pagar com tudo isto são os alunos, escolas, professores, pais. Viajando pela net e neste curto texto podemos verificar a quantidade de Associações, Sociedades ... com o mesmo objectivo ...(tachos) claro para não falar nos sindicatos que dão uma no cravo outra na ferradura.
Ora vejam;
Professores obrigados a 25 horas de formação por ano para progredir na carreira
Fenprof denuncia negócio com formação de docentes
A Fenprof denunciou ontem a existência de um negócio privado com a formação contínua de professores devido à escassez de oferta do Ministério da Educação (ME).
Nota: Não vejo este mesmo sindicato preocupado em saber para informar, como vai a questão da colocação dos professores que até à data ainda nada se sabe e o mês de férias está aí. Será esta uma questão menor? Para quem vai mudar de lugar, arranjar escola para os filhos... o tempo urge.
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