Guerra pt/telefónica
Golden Share é ilegal mas governo não desarma.
No dia em que o Tribunal Europeu de Justiça "chumbou" a golden share do Estado, Zeinal diz que quer "virar a página"
A troca de comunicados entre a Telefónica e a PT com o anúncio da disponibilidade mútua para "procurar soluções" para a operação de venda da participação da operadora portuguesa na brasileira Vivo está extremar ainda mais as posições entre alguns accionistas da operadora portuguesa. Segundo fontes contactadas pelo i, o anúncio desta quarta-feira está a ser interpretado como uma "cedência" à intervenção de José Sócrates, que no fim-de-semana, em entrevista ao diário espanhol "El País", acusou a administração da Telefónica de não ter tido "o bom senso" de "negociar com a administração da PT". E o problema, segundo estas fontes, está no alegado desconhecimento de causa por parte do primeiro-ministro: as negociações entre as duas operadoras ocorreram, garantem. E esta nova fase negocial não será mais do que uma consequência da inesperada decisão de veto por parte do accionista Estado.
Em causa está, sobretudo, a existência de conversações entre as administrações da PT e da Telefónica depois de a empresa espanhola ter subido a proposta de 5,7 mil milhões de euros - apresentada a 7 de Maio - para 6,5 mil milhões. Nesse mesmo dia, 1 de Junho, a PT mandatou o presidente do conselho de administração, Henrique Granadeiro, o presidente executivo, Zeinal Bava, e o administrador com o pelouro financeiro, Luís Pacheco de Melo, para "levar a cabo discussões com a Telefónica". Mas a PT garante que, desde essa data, não houve mais qualquer contacto com a administração da operadora espanhola. Nem quando, na véspera da Assembleia-Geral (AG) de accionistas da PT, a operadora espanhola aumentou a sua oferta para 7,15 mil milhões de euros.
Aliás, conforme garantira Henrique Granadeiro dias antes, em entrevista ao "Diário Económico", a 23 de Junho, a iniciativa da Telefónica foi interpretada como "unilateral, inesperada e hostil". Nessa mesma entrevista, Granadeiro recusou mesmo antecipar eventuais soluções para ultrapassar o extremar de posições entre a PT e a Telefonica, argumentando que "como não foram discutidos" com quem estava mandatado pela PT, não iria "adiantar quais eram as alternativas". Em contrapartida, segundo as informações veiculadas pela imprensa nas semanas que antecederam a AG que determinou o veto do Estado, a Telefónica terá, isso sim, intensificado os contactos e negociações com vários accionistas da PT. Manobras que foram consideradas como "uma traição" por parte do conselho de administração da operadora portuguesa.
Esta versão é, no entanto, contraditada pelas fontes contactadas pelo i: os contactos entre as duas administrações terão existido. O que poderá ter faltado, sugerem, foi um contacto entre a administração da PT e o governo para colocar o accionista Estado a par do andamento das conversações. As administrações da PT e da Telefónica recusaram comentar estas informações, remetendo esclarecimentos para os comunicados emitidos e para as declarações públicas já prestadas pelos seus responsáveis
Zeinal quer virar a página Depois de terem radicalizado as posições na negociação, as administrações da PT e da Telefónica parecem agora mais interessadas em apaziguar os ânimos e procurar alternativas de consenso. E se há, entre as fontes contactadas pelo i, quem veja nesta ronda negocial uma tentativa de salvar a face ao primeiro-ministro José Sócrates, o presidente executivo da PT, Zeinal Bava, garantiu ontem que existe, de facto, disponibilidade para procurar um acordo que satisfaça as duas operadoras ibéricas.
A troca de comunicados entre a Telefónica e a PT com o anúncio da disponibilidade mútua para "procurar soluções" para a operação de venda da participação da operadora portuguesa na brasileira Vivo está extremar ainda mais as posições entre alguns accionistas da operadora portuguesa. Segundo fontes contactadas pelo i, o anúncio desta quarta-feira está a ser interpretado como uma "cedência" à intervenção de José Sócrates, que no fim-de-semana, em entrevista ao diário espanhol "El País", acusou a administração da Telefónica de não ter tido "o bom senso" de "negociar com a administração da PT". E o problema, segundo estas fontes, está no alegado desconhecimento de causa por parte do primeiro-ministro: as negociações entre as duas operadoras ocorreram, garantem. E esta nova fase negocial não será mais do que uma consequência da inesperada decisão de veto por parte do accionista Estado.
Em causa está, sobretudo, a existência de conversações entre as administrações da PT e da Telefónica depois de a empresa espanhola ter subido a proposta de 5,7 mil milhões de euros - apresentada a 7 de Maio - para 6,5 mil milhões. Nesse mesmo dia, 1 de Junho, a PT mandatou o presidente do conselho de administração, Henrique Granadeiro, o presidente executivo, Zeinal Bava, e o administrador com o pelouro financeiro, Luís Pacheco de Melo, para "levar a cabo discussões com a Telefónica". Mas a PT garante que, desde essa data, não houve mais qualquer contacto com a administração da operadora espanhola. Nem quando, na véspera da Assembleia-Geral (AG) de accionistas da PT, a operadora espanhola aumentou a sua oferta para 7,15 mil milhões de euros.
Aliás, conforme garantira Henrique Granadeiro dias antes, em entrevista ao "Diário Económico", a 23 de Junho, a iniciativa da Telefónica foi interpretada como "unilateral, inesperada e hostil". Nessa mesma entrevista, Granadeiro recusou mesmo antecipar eventuais soluções para ultrapassar o extremar de posições entre a PT e a Telefonica, argumentando que "como não foram discutidos" com quem estava mandatado pela PT, não iria "adiantar quais eram as alternativas". Em contrapartida, segundo as informações veiculadas pela imprensa nas semanas que antecederam a AG que determinou o veto do Estado, a Telefónica terá, isso sim, intensificado os contactos e negociações com vários accionistas da PT. Manobras que foram consideradas como "uma traição" por parte do conselho de administração da operadora portuguesa.
Esta versão é, no entanto, contraditada pelas fontes contactadas pelo i: os contactos entre as duas administrações terão existido. O que poderá ter faltado, sugerem, foi um contacto entre a administração da PT e o governo para colocar o accionista Estado a par do andamento das conversações. As administrações da PT e da Telefónica recusaram comentar estas informações, remetendo esclarecimentos para os comunicados emitidos e para as declarações públicas já prestadas pelos seus responsáveis
Zeinal quer virar a página Depois de terem radicalizado as posições na negociação, as administrações da PT e da Telefónica parecem agora mais interessadas em apaziguar os ânimos e procurar alternativas de consenso. E se há, entre as fontes contactadas pelo i, quem veja nesta ronda negocial uma tentativa de salvar a face ao primeiro-ministro José Sócrates, o presidente executivo da PT, Zeinal Bava, garantiu ontem que existe, de facto, disponibilidade para procurar um acordo que satisfaça as duas operadoras ibéricas.
"Temos de ser pragmáticos e virar a página", resumiu ontem em declarações aos jornalistas, elegendo como objectivo principal nesta fase "fazer o que é certo" para a PT. "Estamos disponíveis para avaliar várias soluções que sejam boas para ambas as partes", concluiu o presidente-executivo da PT.
Cavaco Silva, primeiro-ministro do XII Governo Constitucional
Não foi o governo de Sócrates que foi hoje condenado pelo Tribunal de Justiça Europeu como poderemos pensar ao ouvirmos a reacção do
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