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A inspectora da Polícia Judiciária que é suspeita de ter passado informação sob segredo de justiça ao administrador do BCP Armando Vara foi, na última sexta--feira, constituída arguida e transferida para a Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes.
A suspeita trabalhava, anteriormente, com o Sistema Integrado de Informação Criminal da Unidade Nacional de Combate à Corrupção (SIIC/UNCC).
Terá sido do SIIC que a inspectora recolheu a informação do processo-crime do Banif que foi apreendida ao ex-ministro Armando Vara, numa busca do processo Face Oculta. O SIIC da UNCC concentra a informação dos processos aqui pendentes e a análise dos respectivos computadores, pelos informáticos da PJ, terá apontado para a intervenção da referida inspectora na fuga de informação. Razão pela qual ela também é alvo de um processo disciplinar.
O inquérito criminal é realizado pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal e pela Directoria de Lisboa da PJ. E, até ao momento, só a inspectora foi constituída arguida. O facto de Vara ter sido apanhado na posse de um documento com informação do processo Banif não significa, necessariamente, que ele tenha violado o segredo de justiça. Para fazer prova deste crime, será necessário demonstrar que Vara também divulgou o documento.
O caso Banif começou a ser investigado em Junho de 2008, depois de o Estado de Angola se queixar de um advogado e dois empresários a quem várias figuras próximas de José Eduardo dos Santos terão entregado 154 milhões de euros para comprarem acções do banco. O objectivo de deter 49% do Banif fracassou e Angola acusou aqueles três "testas-de-ferro" de burla.
Todavia, esse processo foi arquivado, em Março, após Angola retirar a queixa. Este facto impediu o Ministério Público de levantar o sigilo bancário, como já decidira fazer, de dez altos responsáveis angolanos envolvidos, alegadamente, na pretensa compra de 8,5 milhões de acções do Banif.
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