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sexta-feira, 16 de abril de 2010
Todas as escutas com Sócrates já foram destruídas
Face Oculta
Todas as escutas com Sócrates já foram destruídas
por Lusa Hoje
Todas as escutas do processo Face Oculta que envolvem o primeiro ministro foram já destruídas, disse hoje o juiz presidente da Comarca Baixo Vouga, Paulo Brandão.
Todas as escutas do processo Face Oculta que envolvem o primeiro ministro foram já destruídas, disse hoje o juiz presidente da Comarca Baixo Vouga, Paulo Brandão.
"Neste momento estou em condições de anunciar que todas as escutas foram destruídas e toda a documentação relativa a essas mesmas escutas, com exceção de alguns elementos que ainda estão em Lisboa e que não foram devolvidos ainda", disse o magistrado aos jornalistas, em Aveiro.
"Foram extraídas certidões, muitas delas foram para várias localidades, e ainda não foram devolvidas e estamos dependentes do reenvio dessas certidões para que possam também ser destruídas", esclareceu.
Segundo Paulo Brandão, o juiz de instrução criminal do processo, António Costa Gomes, destruiu os "cerca de 80 CD que continham os registos áudio das conversas" entre o arguido no processo Armando Vara e o primeiro ministro, José Sócrates, cumprindo a ordem do presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), Noronha Nascimento.
"O juiz optou por destruir todos os CD existentes e dar ordem ao servidor central para que fossem apagadas as conversas que foram objecto da decisão do presidente do STJ e, então, seriam retiradas novas cópias já sem hipótese da recuperação daquilo que foi destruído", esclareceu o magistrado.
Relativamente ao requerimento entregue pela defesa do arguido Paulo Penedos, que alega que a falta de notificação aos arguidos do despacho do presidente do STJ que ordena a destruição de escutas telefónicas constitui "uma nulidade", Paulo Brandão limitou-se a dizer que Noronha Nascimento "apreciou esses pedidos e manteve a decisão que foi agora executada e que deverá ser comunicada ao advogado [de Paulo Penedos] Ricardo Sá Fernandes".
O processo Face Oculta investiga alegados casos de corrupção e outros crimes económicos relacionados com empresas do sector empresarial do Estado e empresas privadas, havendo 18 arguidos, entre os quais Armando Vara e Paulo Penedos.
Segundo o procurador geral da República (PGR), Pinto Monteiro, José Sócrates surge em 12 escutas feitas a Armando Vara, mas que "não existem elementos probatórios que levem à instauração de procedimento criminal" contra o primeiro ministro. Já o presidente do STJ considerou nulas as escutas que envolvem Sócrates, ordenando a sua destruição.
Para os investigadores do processo Face Oculta haveria indícios da prática, por parte do primeiro ministro, do crime de atentado contra o Estado de direito por alegadamente pretender controlar a comunicação social, nomeadamente a TVI, através de empresas públicas.
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