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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012


UM VERDADEIRO ARTISTA PORTUGUÊS (PICADO DAQUI)


No caderno de "Economia-Expresso" [edição do passado dia 22-Dezembro], Nicolau Santos, director-adjunto do semanário, iniciou o seu habitual artigo semanal "Cem por Cento" com:
"Artur Baptista da Silva é um ilustre desconhecido para a maioria dos portugueses. Mas não devia ser um ilustre desconhecido para o Governo. Em primeiro lugar porque coordena a equipa de sete economistas que o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, decidiu criar para estudar o risco geopolítico e social na Europa do Sul (...). E em segundo, porque é ele que ficará encarregado do Observatório Económico e Social das Nações Unidas para a Europa do Sul, a instalar em Portugal a partir de 2013".
Na véspera, no programa "Expresso da meia-noite", na SIC N, apresentado por Nicolau Santos, o "professor doutor Artur Baptista da Silva" foi um dos convidados, onde "deu uma lição de cátedra".
 O cidadão Artur Baptista da Silva teve o azar de ser reconhecido e identificado com o mesmo cidadão que, ao longo dos últimos anos, teve iniciativas similares, embora em níveis mais simples, de insinuar-se como senhor de . . . ..


Reconhecido na TV, de imediato se ficou a saber quem era o verdadeiro "professor doutor"; o "ex-deputado da Constituinte"; o "consultor do Banco Mundial"; o "representante da ONU"; etc.
Este rápido aparecimento e a velocidade supersónica como foi promovido pelos media, levanta uma questão pertinente que ontem, o prestigiado jornalista Ferreira Fernandes, na sua coluna "Um ponto é tudo", no DN, escreveu:
"Os açulados que se atiram aos jornalistas por causa do aldrabão que se dizia da ONU encontram em mim um aliado: sim, o nosso jornalismo é, com exceções, uma bosta. (....)".
Tenho grandes dificuldades em perceber o que leva o grupo empresarial de Pinto Balsemão a dar guarida, no semanário Expresso (entrevista a 15-Dezembro); na SIC N, no programa "Expresso da meia-noite" (21-Dezembro) e na edição do Expresso (22-Dezembro), em artigo tão elogioso, pela mão do director-adjunto, a um "ilustre desconhecido".
Nos últimos 4 dias os portugueses ficaram a conhecer parte do verdadeiro curriculum vitae do cidadão Artur Baptista da Silva [ABS].
Conheci ABS em finais da década de 70, quando foi de jogador e seccionista de andebol num Clube da linha do Estoril.
Pessoa afável, desenrascado, prestável e de fácil discurso.
Anos mais tarde, quando leccionava numa Escola de Ensino Superior privado, cruzei-me com ABS e no ano 1991 encontrei-o no Ministério da Educação (já com o título de "professor doutor"), onde apresentou um documento-projecto para a instalação de um curso de Medicina em Viseu.
Ao longo destes anos verifiquei que ABS, nas suas dinâmicas actividades, estava sempre bem encostado. A sua postura facilitava os contactos. De vez em quando tinha informações das habilidades e sustos porque ABS passava mas, diziam-me, "vai-se safando".
Desta vez, a minha surpresa, foi o facto de ABS se ter "encostado" à ONU. Se este "encosto" me deixou surpreendido, interrogo-me: como foi possível certos órgãos da comunicação social terem dado esta guarida a ABS?
Sinceramente, gostava de entender.
O "professor doutor Artur Baptista da Silva" revelou-se um "verdadeiro artista português" e brincou com certos jornalistas (que andam sedentos de "certas" notícias) e Instituições que, à partida, deviam ter outros cuidados.
Quando, na passada sexta~feira, vi o Baptista da Silva no "Expresso da meia-noite" [SIC N],  com toda aquela conversa (que calou os outros convidados) fiquei surpreendido mas, nestes dias, perante as "habilidades" do Artur Baptista da Silva, confesso que me tenho rido. 
De facto, há jornalistas que merecem cruzar-se com os Arturesdeste país.

NOTA - Leio que "meio-mundo" vai processar Artur Baptista da Silva. Fico à espera. Não seria preferível que Nicolau Santos apresenta-se a demissão de director-adjunto do Expresso?

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