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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Cavaco Silva pode ter que tomar a mesma atitude do ex presidente Jorge Sampaio e demitir o Governo


ENTREVISTA PEDRO LAINS

"Portugal vai pedir a reestruturação da dívida em 2013"

por João Céu e SilvaOntem235 comentários
O economista e historiador Pedro Lains considera que Portugal e a Grécia "são a mesma coisa". Para o investigador, a austeridade promovida pelo Governo "a um nível esmagador" só tem paralelo na Europa na Grécia e que o país, ao entrar no terceiro ano de uma intensa austeridade, vai ter mais dificuldades em controlar o défice e o crescimento da dívida.
"Portugal vai-se apresentar, algures em 2013, em Bruxelas a pedir uma reestruturação da dívida.", acredita.
Explica que uma das razões para o Governo seguir este caminho de contração reside na pressão da banca portuguesa: "O sistema financeiro foi o único setor da economia que cresceu em 2012."
Segundo Pedro Lains, as soluções para Portugal e a Grécia estão a ser iguais: "Vemos na Grécia muitas manifestações e instabilidade política e em Portugal não. É que o problema na Grécia começou mais cedo e os problemas surgiram antes. Portugal está no mesmo caminho.
Quanto ao memorando assinado com a troika, o investigador afirma que "já deveria ter desaparecido e se o Governo quisesse já o podia ter deitado fora com o acordo das instituições internacionais. O memorando teve a evolução que o Governo quis e se o Governo tivesse mostrado uma certa rebeldia, a Alemanha não teria um caso para poder reportar como o de as suas opções serem as mais indicadas."
Para Pedro Lains, há uma falha no sistema democrático português: "Falta o escrutínio da saúde dos dirigentes." Segundo o investigador, que foi alertado para o tema devido a uma pesquisa no Google sobre Cavaco Silva, não há uma preocupação como "nas democracias avançadas de publicar boletins sobre a saúde" dos políticos.
Acha que Cavaco Silva pode ter que tomar a mesma atitude do ex presidente Jorge Sampaio e demitir o Governo: "Não se pode excluir essa hipótese. Por isso é que eu quero o Presidente na plena capacidade das suas forças. Sem dúvida, em 2013 isso pode acontecer. Quando tivermos uma contração, outra vez de 3, 4 ou 5% da economia, pode ser preciso mudar a política; aligeirar o ritmo de cumprimento dos défices de redução da dívida, ou renegociar noutros termos, e civilizadamente, a dívida. É isso, se calhar, que irá fazer outro governo ou outro ministro das Finanças. Um ministro das Finanças político, que era o que eu agora queria."

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